Piloto de guerra

Piloto de guerra Antoine de Saint-Exupéry




Resenhas - Piloto de Guerra


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Márcia 23/08/2021

Piloto de Guerra - Antoine de Saint-Exupéry
ComPiloto de guerra, Antoine de Saint-Exupéry oferece seu testemunho perturbador da derrocada da França em junho de 1940. O livro foi publicado primeiramente nos Estados Unidos, em fevereiro de 1942, simultaneamente em francês e inglês, com o título de Fligth to Arras. Na França, a obra sai no final de 1942, antes de ser proibida e impressa clandestinamente.

Narrando as missões que cumpriu junto ao grupo de reconhecimento 2/33, Saint-Exupéry descreve a guerra e a humilhação da derrocada da França após o Armistício de 22 de junho de 1940. No comando de seu avião, o piloto evoca suas lembranças e medita sobre o Homem e a Civilização.

Em 23 de maio de 1940, ele tem de sobrevoar a região de Arras para tirar fotos. Tal missão é inútil do ponto de vista militar e tão perigosa que voltar vivo seria um milagre. Mas a França está em guerra e tripulações são sacrificadas “como se jogassem um copo d’água no incêndio de uma floresta”.

Ele pensa em Sagon, ferido num combate aéreo alguns dias antes. No hospital, contava sua desgraça com simplicidade. Um heroísmo ordinário num avião em chamas. O homem se descobre diante do perigo: “Viver é nascer lentamente”.

Com muita altitude, o frio congela os instrumentos de bordo e as metralhadoras. Mas é o único meio de evitar os aviões de caça no encalço, prestes a abatê-lo.

O Exército francês queima as cidades para atrasar a marcha alemã, sem conseguir detê-la. Destroem-se centenas de anos de trabalho e de paciência em troca da eficiência de um tiro. Tudo isso é absurdo. O adversário tem uma tática lógica e eficaz. Como um veneno, seus tanques penetram na zona inimiga e destroem os centros vitais.

Do alto, o piloto vê os cortejos de refugiados. A paz é ordem, a guerra destrói essa lógica. Os homens não são mais homens quando estão no vácuo, quando seus elos foram rompidos, todos abandonados à própria sorte. A derrota, no entanto, não é imputável às vítimas.

O avião desce para tirar fotos. É um alvo. Enquanto atiram contra este, Saint-Exupéry se lembra de sua governanta tirolesa. Na prova de fogo, “o homem não se interessa mais por si mesmo. Somente lhe é imposto aquilo de que é feito”. Saint-Exupéry pensa em seu irmãozinho moribundo. “O que sofre, dizia-lhe ele, não sou eu, mas meu corpo”. As explosões de obuses são cada vez mais próximas. A alegria de estar ainda vivo é renovada a cada instante: “Os que atiram contra nós lá de baixo, sabem que nos forjam?”

As fotos são tiradas, o avião retorna à base, a tripulação está sã e salva. Na base, os pilotos estão às ordens. Amanhã, eles serão os vencidos que deverão calar-se. As sementes devem apodrecer para que nasçam as árvores. Frequentemente, o primeiro ato da criação é uma derrota.

É preciso preservar a França. É preciso preservar essa civilização que “repousa sobre o culto do Homem através dos indivíduos. É preciso restaurar o Homem. É ele a essência de minha cultura. É ele a chave de minha Comunidade”.

Ao final do livro, tem-se a biografia de Antoine de Saint-Exupéry. Sua família, sua juventude, sua trajetória profissional, como ele se tornou um piloto de guerra, até a sua morte de forma trágica. Seu avião foi abatido e os destroços só foram encontrados anos após por um pescador, que encontrou um pulseira com o nome de Saint-Exupéry e sua mulher.
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Franklin Moreno 04/04/2021

Do mesmo autor de "O Pequeno Príncipe" em
A grande surpresa que eu tive lendo esse livro foi "como a França foi covarde na segunda guerra mundial". Do tipo "afinei Alemanha, tome meu povo e faça o que quiserem". Tem muitas coisas boas nesse livro, o piloto sempre faz alguns comentários sobre a humanidade ou a pátria devastada da França na segunda guerra, eu só achei meio cansativo o livro e acabei lendo só pra contar como leitura concluída, mas ainda sim, só foi a minha percepção.
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arthur966 29/03/2021

está piorando, mas eu estou no interior das coisas. disponho de todas as minhas lembranças e de todas as provisões que estoquei, e de todos os meus amores. disponho de minha infância que se perde n noite como uma raiz. comecei a vida na melancolia de uma lembrança. fica pior, mas eu não reconheço nada em mim do que eu pensava sentir diante desses arranhões de estrelas cadentes.
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Carol 02/02/2021

Esse livro é de certa forma um documentário de parte da vida de Exupéry, e é relatado sob uma ótica literária que quase não lembra documentário e sim algum mundo fictício.
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Idma 25/12/2020

Diferente do título
Pelo título e descrição do livro, esperava um conteúdo completamente diferente. A obra traz pensamentos densos, filosóficos e com muitas críticas (à guerra, aos homens e à França). Foi um tanto cansativo de ler, mas tem muitas frases interessantes que acabaram salvando a leitura.
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João Pedro 18/12/2020

Devaneios dignos de um livro
"Sem dúvida, estou sonhando. Estou no ginásio. Tenho quinze anos. Resolvo pacientemente meu problema de geometria. Apoiado na carteira escura, uso direitinho o compasso, a régua, o transferidor. Estou concentrado e tranquilo. [...]"

Desde pequeno, quando li pela primeira vez "O Pequeno Príncipe", e de tanto minha mãe enaltecer a obra e seu criador, nutro certo fascínio por Antoine de Saint-Exupéry. Acho que, em grande parte, isso tem relação com minha memória de infância e o ar de mistério que circundava a narrativa: seria Saint-Exupéry o piloto presente na história? Ele realmente conheceu o Pequeno Príncipe?

Mesmo sabendo muito pouco sobre suas outras obras, e ciente de que em nada se pareceriam com a história do pequenino príncipe, optei pela leitura de "Piloto de Guerra", livro escrito em 1942, em meio à Segunda Guerra Mundial. A guerra e a aviação são temas centrais de suas outras produções literárias, e este livro em particular foi escrito a partir de uma experiência específica do autor: uma missão tida como suicida - pois poucos retornavam - para a qual ele fora designado na França de 1940.

Confesso que, ingenuamente, pensei que o livro seria mais um relato da periculosa missão da qual Saint-Exupéry se sagrou vencedor, uma vez que sobreviveu, mas, em verdade, boa parte da narrativa se centra em devaneios do autor, enquanto os detalhes da missão figuram como pano de fundo. Além disso, o autor reflete bastante sobre o sentido da guerra: é nítido seu desapontamento para com a guerra em si e para com seu país, a França, mas também é perceptível que, por mais pacifista que fosse sua índole, ele nutria um sentimento de dever para com a pátria - talvez isso, aliado à sua paixão por voar, o tenha levado a voluntariamente se alistar para figurar na linha frente da guerra, o que, fatalmente, deu cabo à sua vida em 1944.

Apesar disso, a obra não deixa de ser boa, apesar de particularmente tê-la achado um pouco cansativa após a metade. Fato é que, em se tratando de Saint-Exupéry, até seus devaneios são dignos de leitura.
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Guilherme 06/12/2020

Piloto de guerra
“Piloto de guerra”, 1942. Antoine de Saint-Exupéry escreve um relato autobiográfico sobre uma missão aérea de alto risco ocorrida durante a II Guerra Mundial na região de Arras, ao norte da França, a partir de associações com fatos cotidianos e lembranças de sua infância. As visões, os cheiros, os sons – tudo pode remeter a lembranças da infância. Tais lembranças sugerem uma nostalgia pela segurança do passado, enquanto criança, frente a um iminente fim – o abate por algum caça alemão ou artilharia aérea. O autor vagueia pela descrição desses pensamentos como se estivesse amortecido pelo momento devido a uma mistura de medo extremo e aceitação pela morte a seguir.
Constante no livro é a sua crítica à guerra, à sua inutilidade, à frieza de líderes ao designarem pilotos para a morte certa.
Assim, o livro vai aos poucos deixando de ser um relato descritivo de uma missão de guerra e passa a ser um ensaio filosófico para o entendimento do seu propósito, de morrer por ela e de como pilotos de guerra bravamente embarcavam em um avião sabendo que da ida não se teria uma volta.

site: https://www.instagram.com/p/CIeOm_ZjZwp/
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Nat 15/08/2020

Eu gostei muito desse livro. Como piloto durante a Segunda Guerra Mundial, ele testemunhou a tragédia da vida dos cidadãos: a fome que se abateu sobre as pessoas, a tristeza por não poder fazer muita coisa frente a destruição de seu país. O relato deste livro se centra em um único acontecimento: um vôo de reconhecimento para descobrir tropas alemãs na França. Escrito antes do Pequeno Príncipe, pode-se pensar à primeira vista que devido ao tema, o autor utiliza uma linguagem não muito acessível, mas não é isso que acontece: a linguagem é agradável devido as metáforas que ele utiliza a todo momento. Uma das surpresas desse ano, recomendo.

site: http://ofantasticomundodaleitura.blogspot.com/2020/08/piloto-de-guerra-antoine-de-saint.html
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Sailorluquinhas 06/08/2020

É triste ver o que uma guerra faz passar dentro da cabeça de uma pessoa
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Rafael1146 19/05/2020

Para quem só conhecia O pequeno príncipe (eu incluso), vai tomar um choque com a leitura de Piloto de guerra. Esqueça aquela narrativa que aquece o coração e aperte o cinto para uma viagem mais madura.
A história gira em torno de uma missão de reconhecimento que o autor foi incumbido no ano de 1940, um anos após a França declarar guerra à Alemanha. Em meio à ação, começa a ter devaneios sobre a morte, sociedade, individuo e individualismo, e os propósitos da guerra. Algumas passagens tem um tom depressivo e melancólico, com uma análise real de suas percepções do ambiente que esta inserido. Entretanto, em alguns momentos o autor entra em estado de delírio, com suas recordações mesclando com a realidade e a leitura pode ficar um pouco cansativa e arrastada.
No geral, uma obra interessante de ser lida e talvez uma segunda leitura consiga me clarear passagens que achei maçantes.
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Gabriel 07/04/2020

Saint-Exupéry conta a aventura de uma de suas missões de reconhecimento durante a segunda guerra em uma França já praticamente derrotada. Na parte final do livro faz uma exegese sobre o humanismo.
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Augusto Queiroz 26/12/2016

Um pequeno (e profundo) conto de guerra
Ao longo de sua passagem pela terra, Antoine de Saint-Exupery escreveu vários livros que retratam a dores humanas e suas esperanças por dias melhores. Autor renomado do clássico "O Pequeno Príncipe", taxado por muitos como um livro para depressivos, por outros como uma obra fundamental na história literária humana, Antoine era aviador e foi recrutado como piloto de guerra nos anos 1940 em plena II Guerra Mundial.
Em várias páginas que nasceram de suas mãos - como "Cartas a Minha Mãe", "Cidadela", "Correio Sul", "Voo Noturno", entre outros -, vemos como que surgir um tratado sobre a guerra e suas mazelas, que ele considera (neste volume) uma doença a nível global, não muito distante dos sociólogos, teólogos e filósofos atuais. Este ponto de vista se mostra presente em quase toda a sua literatura.
Neste, que é um "quase desconhecido" volume de sua obra, percebemos uma constante preocupação com aquilo que estamos fazendo de nós mesmos. Em forma de conto, Saint-Exupéry vai desenrolando os fatos que deixou presenciou durante um voo de reconhecimento em plena noite. Com inteligentes metáforas, que às vezes parecem repetitivas, ele sempre mostra um novo ponto de vista sobre assuntos que de tão simples, não paramos para pensar como nos fazem falta pensamentos sobre o que está acontecendo atualmente no mundo.
A narrativa em linguagem agradável e em fluência característica moveu nossos pensamentos desde a primeira página, pois é quase impossível ler alguma obra de Exupéry sem parar para pensar. Cada parágrafo revela novas informações e o clima esquenta a cada página. Mas recomenda-se não criar muitas expectativas sobre como será o final ou sobre o andamento da história, porque pelo estilo da obra (Diário de aviação), isso pode tornar confuso o contexto da história ao final do livro. Tirando isto, o livro apresenta excelente apresentação e o texto é recomendado a todos os leitores que gostam de histórias de guerra ou admiradores do próprio Saint-Exupéry.
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