Rebeca 29/03/2024
Fora do trono, imerso nas ruas: a base para um governo justo
Leitura fácil, com muitos elementos que enriquecem todo contexto e te coloca mergulhado em cada nuance. Os detalhes em que as celebrações reais são relatadas, por exemplo, contém detalhes das roupas, cerimônias e posicionamento de cada um que estivesse a cargo da realeza, seguindo toda regra de porte e etiqueta. Bem interessante.
A história é sobre o Príncipe: Edward Tudor e o Mendigo: Tom Canty, que trocam de vestimenta em uma simples brincadeira e terminam por ocupar, depois de uma confusão, um a vida do outro, por serem semelhantes fisicamente. O Príncipe vive os dilemas de uma vida longe do castelo e todas as suas regalias e o Mendigo vive o que ele sempre sonhara e brincava nas ruas, que também era seu lar, de ser um Príncipe. Quando percebem o que aconteceu, ambos são tidos como loucos quando falam da sua real identidade. No desenrolar da trama, temos como fruto que cada experiência serviu, em suma, para que as leis fossem mais justas em suas aplicações ou sendo criticadas quando não faziam o menor sentido. O Mendigo age com misericórdia diante de algumas condenações, uma vez que já esteve do outro lado e o Príncipe, ao se tornar rei, governa de forma mais justa quando recupera seu posto, já que havia vivido os problemas de quem não tem uma vida farta.
Outro ponto a se analisar é de que é muito mais fácil se acostumar com o poder do que com a pobreza, daí surge a corrupção, pessoas que antes seriam ?boas?, ficam corrompidas diante das regalias que agora fazem parte do seu cotidiano, seja em situações corriqueiras, seja em situações mais desafiadoras. Nos acostumamos a dormir em camas macias mais rápido do que imaginamos, mas somente os que são desapegados deste mundo, conseguem dizer não para o alto preço do coração corrompido.
É possível ser um príncipe e comportar-se como um mendigo (e vice-versa).
Independente de como as pessoas os viam, eles sabiam quem eram.