Angelo Miranda 15/07/2015
Muita ação na caótica cidade de São Paulo
E se você recebesse a incumbência de encontrar alguém na cidade de São Paulo tendo em mãos parcas informações sobre a característica da pessoa? Se fosse uma pequena cidade do interior tal empreitada seria mais fácil, mas se tratando de uma megalópole...
É justamente o desafio acima que o escritor Marcos Rey (1925-1999) propõe para o garoto Tom, protagonista do livro infanto-juvenil Gincana da Morte (Ática, 151 páginas). O desafio não é apenas encontrar uma pessoa, mas sim livrá-la do perigo da morte.
Numa linguagem objetiva e de fácil entendimento, como todo livro infanto-juvenil propõe a ser, Marcos Rey, mais uma vez, ambientou essa novela policial em São Paulo, cidade que o escritor tanto amava. Essa fascinação pela cidade é algo que sempre me encantou em Marcos Rey, que conseguiu produzir excelentes livros utilizando a cidade como pano de fundo.
Em Gincana da Morte, o escritor focou muito mais na ação entre os personagens do que a descrição minuciosa deles, portanto, temos um livro cuja ação se dá do início ao fim, sempre com muitas reviravoltas, características de livros policiais.
Quando estava vivo, Marcos Rey demonstrou em algumas ocasiões uma ponta de tristeza ao ser lembrado sempre como um escritor infanto-juvenil, apesar dos vários romances escritos para o público adulto.
Pela qualidade das suas narrativas, como a que encontramos em Gincana da Morte, Marcos Rey conseguiu encantar uma geração de jovens leitores que, pelo jeito, quando mais velhos, não se interessaram em ler as suas obras para adultos. Tenho dúvidas que eles saibam que Rey também tem obras escritas para os mais crescidinhos, mas esse fato não diminui, de forma alguma, a importância do escritor, que para mim está na galeria dos grandes escritores nacionais contemporâneos.