A ideologia alemã

A ideologia alemã Karl Marx
Friedrich Engels




Resenhas - A ideologia alemã


45 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3


Lista de Livros 26/05/2020

Lista de Livros: A Ideologia Alemã – Karl Marx e Friedrich Engels
Parte I:

“As ideias da classe dominante são, em cada época, as ideias dominantes, isto é, a classe que é a força material dominante da sociedade é, ao mesmo tempo, sua força espiritual dominante. A classe que tem à sua disposição os meios da produção material dispõe também dos meios da produção espiritual, de modo que a ela estão submetidos aproximadamente ao mesmo tempo os pensamentos daqueles aos quais faltam os meios da produção espiritual. As ideias dominantes não são nada mais do que a expressão ideal (ideológica) das relações materiais dominantes, são as relações materiais dominantes apreendidas como ideias; portanto, são a expressão das relações que fazem de uma classe a classe dominante, são as ideias de sua dominação. Os indivíduos que compõem a classe dominante possuem, entre outras coisas, também consciência e, por isso, pensam; na medida em que dominam como classe e determinam todo o âmbito de uma época histórica, é evidente que eles o fazem em toda a sua extensão, portanto, entre outras coisas, que eles dominam também como pensadores, como produtores de ideias, que regulam a produção e a distribuição das ideias de seu tempo; e, por conseguinte, que suas ideias são as ideias dominantes da época. Por exemplo, numa época e num país em que o poder monárquico, a aristocracia e a burguesia lutam entre si pela dominação, onde portanto a dominação está dividida, aparece como ideia dominante a doutrina da separação dos poderes, enunciada então como uma “lei eterna”.”
*
Mais do blog Lista de Livros em:
https://listadelivros-doney.blogspot.com/2020/03/a-ideologia-alema-parte-i-karl-marx-e.html

XXXXXXXXXXXXXXXX

Parte II:

“Os pressupostos de que partimos não são pressupostos arbitrários, dogmas, mas pressupostos reais, de que só se pode abstrair na imaginação. São os indivíduos reais, sua ação e suas condições materiais de vida, tanto aquelas por eles já encontradas como as produzidas por sua própria ação. Esses pressupostos são, portanto, constatáveis por via puramente empírica.

O primeiro pressuposto de toda a história humana é, naturalmente, a existência de indivíduos humanos vivos. O primeiro fato a constatar é, pois, a organização corporal desses indivíduos e, por meio dela, sua relação dada com o restante da natureza. Naturalmente não podemos abordar, aqui, nem a constituição física dos homens nem as condições naturais, geológicas, oro-hidrográficas, climáticas e outras condições já encontradas pelos homens.b Toda historiografia deve partir desses fundamentos naturais e de sua modificação pela ação dos homens no decorrer da história.

Pode-se distinguir os homens dos animais pela consciência, pela religião ou pelo que se queira. Mas eles mesmos começam a se distinguir dos animais tão logo começam a produzir seus meios de vida, passo que é condicionado por sua organização corporal. Ao produzir seus meios de vida, os homens produzem, indiretamente, sua própria vida material.

O modo pelo qual os homens produzem seus meios de vida depende, antes de tudo, da própria constituição dos meios de vida já encontrados e que eles têm de reproduzir. Esse modo de produção não deve ser considerado meramente sob o aspecto de ser a reprodução da existência física dos indivíduos. Ele é, muito mais, uma forma determinada de sua atividade, uma forma determinada de exteriorizar sua vida, um determinado modo de vida desses indivíduos. Tal como os indivíduos exteriorizam sua vida, assim são eles. O que eles são coincide, pois, com sua produção, tanto com o que produzem como também com o modo como produzem. O que os indivíduos são, portanto, depende das condições materiais de sua produção.”
*
Mais em:
https://listadelivros-doney.blogspot.com/2020/03/a-ideologia-alema-parte-ii-karl-marx-e.html

XXXXXXXXXXXXXXXX

Parte III:

“Na atividade revolucionária, o transformar a si mesmo coincide com o transformar as circunstâncias.”
*
“A questão de saber se ao pensamento humano cabe alguma verdade objetiva não é uma questão da teoria, mas uma questão prática. É na prática que o homem tem de provar a verdade, isto é, a realidade e o poder, a natureza citerior de seu pensamento. A disputa acerca da realidade ou não realidade do pensamento – que é isolado da prática – é uma questão puramente escolástica.”
*
“Os filósofos apenas interpretaram o mundo de diferentes maneiras; porém, o que importa é transformá-lo.”
*
Mais do blog Lista de Livros em:

site: https://listadelivros-doney.blogspot.com/2020/03/a-ideologia-alema-parte-iii-karl-marx-e.html
comentários(0)comente



Ariel.SimAes 13/12/2022

Obra seminal
O livro é um manuscrito de Engels e Marx, anterior às obras mais conhecidas. Ele é um excelente ponto de partida para quem quer começar os estudos no comunismo.
É importante lembrar que, por ser uma obra do início do materialismo histórico e do pensamento de Marx-Engels, tem algumas ideias que parecem se contradizer com as outras obras, mas é só porque o pensamento ainda estava sendo desenvolvido neste livro.
Todas as características principais que permeiam o materialismo e o comunismo já estão nesse livro.
A crítica ao idealismo é realmente uma obra prima a parte.
Joao 13/12/2022minha estante
Livraço!! A gênese do materialismo histórico pela percepção deles. Um espetáculo!!!




Lucas.Yoshi 14/08/2023

Fiquei um pouco "chateado" pq eu meio q já entendia tudo sobre os assuntos do livro então acabou sendo rápido e "fácil" pq quando se trata de Marx e Engels já se espera uma leitura um tanto quanto complicada. Eu recomendaria ler esse livro após o "Manifesto Comunista", pois não tem tanta dificuldade na leitura ent é bem de boas de entender.

Depois eu vou atrás da versão de 600 páginas, provavelmente seja melhor e contenha mais informações que eu não saiba.
comentários(0)comente



Patrick 24/01/2017

Materialismo Histórico-Dialético
A resenha abaixo é um trabalho feito por mim para a disciplina "Teoria Social e Organizações" da Universidade Federal do Paraná. Logo, o objetivo principal é expor os conceitos.

"A presente resenha tem por objetivo explanar aspectos pontuais presentes na obra A Ideologia Alemã, escrita majoritariamente por Karl Marx entre os anos de 1845 e 1846. O livro consiste em uma coletânea de diversos manuscritos do sociólogo, publicados após sua morte e organizados por Friedrich Engels. Embora existam várias edições na língua portuguesa, é importante salientar que essa análise da obra A Ideologia Alemã foi embasada na edição HUCITEC, de 1993.

O livro pode ser dividido em três partes fundamentais: A - A ideologia em geral e em particular a ideologia alemã, B - A base real da ideologia e C – Comunismo. Há ainda outras divisões presentes nesses capítulos, além de um prefácio, uma breve introdução e, ao menos nessa edição, alguns anexos como anotações e partes suprimidas do texto original.

Logo no início da obra, Marx esclarece que um dos principais objetivos de sua argumentação é debater os conceitos defendidos pelo filósofo Hegel e seus discípulos, os jovens neo-hegelianos. Para o autor, o idealismo, que está diretamente relacionado ao mundo das representações e evoca, inclusive, o “mundo inteligível” de Platão, apresenta-se como uma concepção falha, por não estabelecer um vínculo entre as teorias e o mundo material.

O idealismo de Hegel pressupõe que diversos pilares da sociedade, tais como política, economia, direito e moral, estão submetidos à esfera das representações, ou seja, são frutos da consciência humana. Essa teoria é veementemente debatida por Marx em A Ideologia Alemã. “Eles, os criadores, renderam-se às suas próprias criações” (MARX, 1993, p.17).

Karl Marx argumenta que os homens diferem dos animais por produzirem os seus meios de vida. Além disso, o autor afirma que o trabalho real corresponde à essência do ser humano. Essa concepção é bastante clara no seguinte trecho do livro: “O que os indivíduos são, portanto, depende das condições materiais de produção” (MARX, 1993, p.28). É importante ressaltar que “trabalho” é considerado toda ação humana que visa produzir algo a partir da natureza para criar os meios de vida do indivíduo, não sendo necessariamente sinônimo de “emprego”.

Um dos principais conceitos que Marx estabelece em sua obra é o “Verkehr”, traduzido como intercâmbio. Esse vocábulo diz respeito às relações materiais e espirituais existentes entre indivíduos, grupos sociais e até mesmo nações. Segundo o sociólogo, o intercâmbio fez-se presente em diversos momentos da história, nas diferentes ocasiões de divisão do trabalho, ou seja, distintas formas de propriedade, que são explicados posteriormente no livro.

Segundo o autor, é possível discernir as formas de propriedade em quatro tipos. A primeira forma é tribal, momento histórico em que a propriedade é coletiva e a divisão do trabalho é quase inexistente fora do âmbito familiar. Depois, Marx esclarece a propriedade comunal ou estatal, comum na Antiguidade, em que a propriedade privada incluía os escravos e a divisão do trabalho é mais evidente. A terceira forma de propriedade é a feudal ou estamental, momento no qual o feudalismo engendrou novas relações de trabalho entre nobreza e servos. Essa última forma de propriedade fomentou diversas das observações de Marx.

Após a formação da sociedade feudal, houve a necessidade de se estabelecer relações comerciais e de troca – intercâmbio – entre os indivíduos. Dessa forma, a ascensão da classe burguesa tornou-se possível, e a propriedade de terras, outrora pertencente à classe nobre, passou a ser detida em grande parte pelos burgueses na modernidade. Assim, Marx esclarece que a nova propriedade, a chamada corporativa, impõe diversas alterações na sociedade.

A primeira delas é concernente ao auge da divisão do trabalho. Esse fato, a despeito de desenvolver as forças produtivas, torna o processo de produção algo praticamente insuportável para o trabalhador. Nesse sentido, Marx argumenta que as condições de trabalho relativamente abrangentes e agradáveis presentes, por exemplo, nas corporações de ofício da Idade Média extinguem-se. “No interior da divisão social do trabalho, as relações sociais adquirem uma existência autônoma” (MARX, 1993, p.119). Com isso, o autor infere que, na modernidade, o trabalhador não mais se reconhece no trabalho que realiza.

Outro aspecto que sofreu alteração diz respeito à maior competitividade presente nos meios de produção. O aumento da manufatura tornou o comércio algo vinculado à política e ao intercâmbio internacional. Desse modo, a influência do Estado na propriedade privada foi reduzida drasticamente, ao passo que a interdependência entre os indivíduos no cenário trabalhista aumentou em grandes proporções.

Contudo, Marx também relata diversos impactos da propriedade privada corporativa que transcendem o ambiente trabalhista. Para ele, a classe dominante impõe as suas ideias ao restante da sociedade. Em outras palavras, as ideias que os membros das classes não dominantes possuem são externas aos indivíduos. Assim, o interesse coletivo tem forma autônoma, distando muito dos interesses individuais.

Karl Marx comenta acerca do pensador Feuerbach. Embora este, ao contrário de Hegel, considere importante o mundo sensível e material, o autor relata que as ideias continuam demasiadamente restritas. Por exemplo, na análise antropológica, Feuerbach analisa o homem no seu conceito abstrato e imaterial, pois desconsidera diversas das relações sociais sob as quais o indivíduo está condicionado. Além disso, Marx estabelece uma crítica à passividade do filósofo, que se limita apenas à contemplação do mundo sensível. “Os filósofos se limitaram a interpretar o mundo de diferentes maneiras; mas o que importa é transformá-lo” (MARX, 1993, p.14).

Nessa perspectiva, o autor propõe mudanças de grandes proporções, pois constata mazelas oriundas da nova forma de propriedade. “Através da concorrência universal, [a grande indústria] obrigou todos os indivíduos ao mais intenso emprego de suas energias. Destruiu, onde foi possível, a ideologia, a religião, a moral etc.” (MARX, 1993, p.94). O sociólogo defende a existência de uma massa revolucionária que se revolte contra o sistema de produção de vida existente, rumo ao comunismo.

Na última parte de A Ideologia Alemã, Karl Marx esclarece que o comunismo não é uma mera representação (como defenderia Hegel), mas sim uma sociedade utópica e alcançável por intermédio da revolução. Portanto, a revolução tem o fito de alterar o panorama em que apenas a classe dominante é a definidora das ideias das demais classes, de modo a estabelecer uma sociedade coletivista. “Apenas na coletividade é que cada indivíduo encontra os meios de desenvolver suas capacidades em todos os sentidos; somente na coletividade, portanto, torna-se possível a liberdade pessoal.” (MARX, 1993, p.116-117).

Em vista do apresentado, é evidente que Karl Marx estabeleceu uma forma de observar a sociedade distinta dos demais pensadores até aquele momento. Hegel priorizou um suposto mundo ideal, mas intangível. Feuerbach realizou a análise e a observação do mundo sensível em detrimento de interferências ou modificações daquilo que contemplava. Durkheim observou a divisão do trabalho como responsável pela coesão social. Karl Marx, porém, propõe uma revolução, rumo ao comunismo, de modo que o trabalhador consiga se identificar com sua atividade e consiga também conquistar a liberdade individual através do coletivismo. Sem dúvidas, A Ideologia Alemã é uma obra que merece ser analisada com afinco."
Ikaro de Paula 16/10/2018minha estante
Não entendi então pq vc deu nota 1/5...




Talvanes.Faustino 25/07/2021

Burguês safado não se cria ?
Não é a dor que define o soco na cara; é o soco na cara que define a dor. Esta edição da ??? é simplesmente a melhor edição das obras de Marx. Tradução, direto do alemão, anotada, comentada, letra confortável de ler. ? Recomendo.
comentários(0)comente



Rangel 15/12/2009

A consciência social de se fazer revolução
A obra “A ideologia alemã: teses sobre Feuerbach” de Karl Marx e Friederich Engels, pela Editora Centauro, São Paulo, 2004, 119 p., menciona a respeito da revolução social que pode banir a idéia da superstição e religião na sociedade. O livro situa a Revolução Francesa como uma brincadeira de resíduos mesquinhos de uma tentativa de aglutinação das classes oprimidas na França, quando o terceiro estado era a maioria da população e resolveu subverter a ordem contra o primeiro e o segundo estados (a Igreja e a Nobreza). O espírito da putrescência e o espírito absoluto fizeram dos capitalistas industriais se lançarem sobre novas combinações da filosofia liberal. A concorrência se tornou a luta da mudança histórica, o que fez a crítica alemã apregoada por Hegel de que não se abandonou a filosofia, quando ocorreu a referida transformação. Strauss critica a religião que não é favorável ao progresso. O progresso assumiu representações teológicas, políticas, metafísicas, morais e jurídicas dos dominantes sobre a classe dominada e o culto deles para eles próprios pelo Direito do Estado. A categoria lógica da compreensão e a crítica das representações e declarações religiosas luta contra as ilusões da consciência. Mudar a consciência exige interpretar de outro modo tudo o que existe, e que por isso, deve-se reconhecer outra interpretação. O resultado da crítica filosófica conduz ao esclarecimento da história do Cristianismo e descobertas de importância histórica universal. A concepção materialista da história se deve a organização física dos seres humanos com a natureza; os homens começaram a produzir meios de vida material. E, conforme sua própria natureza, os homens dependem da natureza e das condições materiais de produção. A produção surgiu com o aumento da população e o intercâmbio entre indivíduos é condicionado pela produção. As relações se desenvolveram pelas forças produtivas, divisão do trabalho e intercâmbio, o que provocaram a separação da cidade e do campo, como depois separou o comércio da indústria. As formas de propriedade são: 1) a tribal (agricultura, caça, pesca – pelo patriarcalismo e escravatura); 2) a comunal; 3) a estatal antiga (união das tribos, a cidade por acordo ou conquista, e a continuidade da escravatura, o que origina a propriedade móvel e depois imóvel, e por fim, a propriedade privada e a camponesa; depois com esse modelo, surgiram os proletários); 4) feudal (estados, ordens sociais, do campo que se dispersa área, com territórios mais extensos, a constituição militar, a estrutura da propriedade fiduciária, senhores nobres e servos – camponeses; nas cidades, surgem as propriedades corporativas e os ofícios, trabalho conforme o indivíduo, depois vieram as corporações dos artesãos e outros, relações de produção, a reunião de territórios feudais que formaram o Reino). A essência da concepção materialista da história é de que os indivíduos de modo de produção nas relações sociais e políticas no processo de suas vidas é como determinados indivíduos agem e reagem realmente como produzem materialmente. As idéias nascem da consciência de atividade material e o intercâmbio na vida real. As condições da libertação real do homem são a autoconsciência, o pensamento das relações históricas e a importância da luta. O comunista é aquele que é o materialista prático e que deve revolucionar o mundo existente e não o que o Feuerbach apregoa, a respeito do comunista que utiliza somente da contemplação e sensação. Os homens devem ter condições de viver para fazerem sua própria história, através dos meios de produção e a produção conforme suas necessidades, com a devida ação de satisfação, reproduzirem-se pela família e pela relação social de cooperação. A divisão do trabalho é feita de repartição desigual de forma quantitativa e qualitativa, o que também desiguala os homens pela propriedade; o interesse comunitário deve assumir autonomia como Estado, separado dos indivíduos e como aspiração dos interesses da classe produtiva. O desenvolvimento das forças produtivas tem como premissa material do comunismo: o indivíduo histórico mundial no lugar dos índios locais, estes que são comunistas locais. O intercâmbio deveria ser sucumbido no caso. O comunismo não é um estado de coisas, mas um ideal pelo que a realidade terá de se regular. É, portanto, um movimento real que supere o estado das coisas. A sociedade civil deve restabelecer o verdadeiro lar e o teatro da história. Das famílias simples e compostas que surgem o sistema tribal. A concepção materialista da história é uma sucessão de diversas gerações que explora os materiais, os capitais e as forças de produção. Por isso que o mercado mundial do estado das coisas deve ser derrubado pela revolução comunista. Assim, percebe-se que há a falta de fundamento da concepção idealista da filosofia alemã pós-hegeliana. Falta uma crítica adicional de Feuerbach na concepção idealista da história. A classe dominante e sua consciência dominante também dominam nas idéias de seu tempo, o que ocasiona existir as lutas de classes e grupos. E, por isso, que as idéias devem ser separadas por razões empíricas. Há concorrência de indivíduos e formação de classes, que desenvolvem a contradição entre indivíduos e condições de vida. A burguesia é uma comunidade ilusória e a unidade dos indivíduos no comunismo é real. O papel da violência na história se dá para a conquista pela escravatura, pelos bárbaros e conquistadores. As condições e as conseqüências da propriedade privada como necessidade fizeram surgir a apropriação dos instrumentos de produção e o processo de desenvolvimento do homem. A relação de Estado e de Direito fez a propriedade se tornar livre. A consciência social tendo a visão da realidade deve se autonomizar e ocupar profissionalmente pela divisão do trabalho. A religião se tornou algo de consciência da transcendência. A idéia central do livro é que os autores criticam a forma de concepção comunista de Feuerbach e se posicionam que o comunismo acontece através da consciência social e da revolução para se apropriar dos meios, modos, força e instrumentos de produção. Os objetivos são bem claros de organização lógica e consistente. Divide-se o livro em capítulos e subcapítulos. A obra é de grande importância para a compreensão do comunismo como socialismo científico, com evidências científicas e históricas. As exemplificações são tanto genéricas como específicas. O público-alvo é o meio acadêmico e os trabalhadores organizados. O tom usado é de forma discursal, envolvente e formal. Há vários pontos fortes na crítica efetuada a Feuerbach e citações razoáveis para sustentação argumentativa. Os resultados e a conclusão dos autores é bem forte em relação de a necessidade de se fazer a revolução comunista. O texto é ilustrativo e o estilo dos autores é teórico-revolucionário.

comentários(0)comente



@bibliotecagrimoria 13/11/2022

"A vida social é essencialmente prática"
O livro, publicação póstuma de Marx e Engels, é uma obra inacabada e ainda assim esclarecedora do materialismo dos seus autores. O livro inteiro é uma crítica ao idealismo predominante no pensamento alemã, ainda muito influenciado, segundo os autores, pela teologia.
Com análises críticas à vários pensadores contemporâneos à sua época, passando por Bruno Bauer, Stirner, Grün etc... Marx e Engels procuram retraçar as bases do pensamento idealista alemão, os problemas que permeavam as abordagens desse cunho e como esse idealismo ainda se mostrava presente mesmo nas obras de pretendidos materialistas da época. Segundo os autores: "Não é a consciência que determina a vida, mas a vida que determina a consciência" (p.94). Marx e Engels demonstram a invalidade da ideologia presente nos pensadores alemães ao abordarem a história partindo de abstrações, e não das bases materiais definidoras das relações sociais dos sujeitos. Com "ideologia" sendo entendida como algo que se desliga da realidade, um pensamento cujas bases não partem da análise do mundo material.
comentários(0)comente



Ana 31/07/2023

"Sua missão seria antes, derrubar todo o regime burguês."
Karl Marx foi um filósofo, economista, jornalista que nasceu em Tréveris, na Prússia, em 5 de maio de 1818.
Friedrich Engels foi um teórico e industrial que nasceu em Barmen, na Alemanha, em 28 de novembro de 1820.
A ideologia Alemã é uma obra que foi escrita entre 1845/46. É um conjunto de textos esparsos, Manuscritos e anotações que Marx e Engels produziram durante esse tempo. É um agrupamento de estudos de Marx e Engels mais ou menos sobre o mesmo assunto que são diversas críticas de forma bastante jocosa sobre os filósofos de seu tempo, os chamados jovens hegelianos que representam a ideologia alemã. Aqui eles denunciam que filósofos como Bruno Bauer, Max Stirner, Proudhon, Hegel, entre outros ficam debatendo sobre um mundo metafísico, um mundo abstrato, alicerçado no plano das ideias quase como se fosse uma teologia e não filosofia, mas não enxergam o mundo real, a vida prática, os problemas tangíveis da sociedade se colocando acima dela, daí eles os chamarem incansavelmente de santos, sanchos, Quixotes, profetas.
"A disputa acerca da realidade ou não realidade do pensamento- que é isolado da prática- é uma questão puramente escolástica."
Marx e Engels criticam também Feuerbach, filósofo que iniciou o materialismo que é oposto ao idealismo, mas ele é criticado também, pois apresenta um materialismo vago, que não leva em consideração as contradições e problemas de uma sociedade dividida em classes. Ficando ainda preso ao mundo ideal apesar de destruir a ideia de um Deus metafísico no seu livro A essência do cristianismo.
Parte dos conceitos apresentados aqui levam a um certo posicionamento político como por exemplo a luta de classes, a dominação e exploração de uma classe sobre a outra, como o estado funciona para proteger essa classe dominante e como essa classe apresenta seus interesses e desejos como se fosse os interesses e desejos de todos.
Nesse livro Marx começa a definir o seu método de análise do mundo, o tão famoso materialismo histórico e dialético. Eles falam que primeiro para sanar nossas necessidades básicas(alimentação, vestuário, abrigo) e fazendo isso modificamos a natureza e a nós mesmos, para depois pensar e refletir sobre isso e criar novas necessidades. "Não é a consciência que determina a vida, mas a vida que determina a consciência. "
Dessa forma, os homens constroem sua história e assim a da sociedade transformando o seu modo de vida, mas essa sociedade não é mais coesa desde o surgimento da propriedade privada e da divisão do trabalho. Ela se dividiu e está em luta, pois os interesses dessas classes são antagônicos e excludentes.
"A liberdade pessoal existia apenas para os indivíduos desenvolvidos nas condições da classe dominante e somente na medida em que eram indivíduos dessa classe."
Marx e Engels dizem que o Comunismo é a solução para superar a dominação da classe burguesa. Pois é o único sistema que leva em consideração a historicidade dos homens e se desnuda de enxergar a vida através de lentes determinantes e de forma naturalizada.
"A diferença entre indivíduo pessoal e indivíduo acidental não é uma distinção conceitual , mas um fato histórico."
Destarte, o que Marx e Engels nos dizem é que nada é definitivo nem natural. Um modo de produção é construído e é resultado de um processo histórico, e portanto, modificável.
"O burguês expõe ao proletariado que ele, o proletário, tem a missão humana de trabalhar 14 horas diárias, então o proletário tem toda a razão em responder no mesmo tom, sua missão seria antes, derrubar todo o regime burguês."
comentários(0)comente



Julhaodobem 28/02/2023

Inicio do MEU (Marx Engels Universe)
A leitura de Karl Marx e Frederich Engels é inevitável quando o objetivo é entender como funciona uma economia burguesa, quais são os meus métodos e o porque não passa de uma forma de colocar o proletariado nas mãos de uma pequena parcela da sociedade. Este texto é apenas um comentário de uma pequena parcela do grande conteúdo deses dois homens, desde já esta resenha não tem intuito de resumir a obra ou ser usado como objeto de estudo para fins acadêmicos e educacionais. Talvez o único objetivo que tenho ao escrever sobre algum livro acadêmico seja plantar a curiosidade em alguém que não esta dento da universidade ou apenas deixar uma visão de que tudo aquilo que estamos vivendo em sociedade pode ser explicado e que não devemos aceitar que uma classe seja escravizada por outra por apenas objetivos da produção capitalista.

Por tanto, ao ler A ideologia alemã para uma aula da universidade o texto logo me encantou. Segundo livro escrito por Marx e Engels, esta obra é a mais importante da dupla, pois serve como um esboço intelectual de tudo que eles produziram depois disso, principalmente no valor econômico e a situação do proletariado com o consumo que produzem mas pouco recebem de volta. Também temos o nascimento do materialismo histórico, a principal teoria criada por Marx e Engels que dita toda a sua obra literária, que explica que a historia da humanidade se liga a forma de produção e a sua capacidade de produzi-la ao longo da historia humana, conectando-se com a forma que a população se forma entre si com as suas relações sociais. Assim esta ideia da uma base para entendermos os conceitos seguintes em outros textos de Marx e consequentemente de Engels posteriormente, com as suas visões sobre economia e relações sociais de sua época.

A ideologia acaba se dividindo em três partes que se resume em uma analise de pensamento. Marx em sua escrita tem uma maneira humorística feita intelectualmente de criticar grandes homens de sua época enquanto coloca a sua teoria, assim a primeira parte do livro é sobre Luduig Feurbach, um filosofo alemão com um intuitio humanista relacionado com o ateísmo, um intelectual que além de influenciar este livro também acaba futuramente dando luz para as ideias do psicanalista Sigmund Freud. A segunda parte se foca em analisar o pensamento de Bruno Bayer mais um influente intelectual que Karl Marx se influencia e por fim na ultima parte temos a critica a Max Stirner, filosofo alemão que é visto como um dos percursores do niilismo, junto com o existencialismo, modernismo, anarquismo mas é principalmente reconhecido por aderir ao anarquismo individualista, se tornando no popular um adversário intelectual de Marx.

Assim, durante a obra os autores se colocaram a uma reflexão dos ideias desses filósofos enquanto construíram o que podemos chamar de uma nova ideologia. Durante a leitura é possível perceber três temas que são trabalhados futuramente depois deste texto. O fetichismo do mercado que é principalmente escrito no gigante livro O Capital que é considerado a obra prima de Karl Marx, temos o fetichismo do capital e a categoria da economia burguesa. Três ideias que são levemente levantadas pelos autores em A ideologia alemã mas que consequentemente é mais aprofundado em seus outros trabalhos.

A ideologia alemã foi uma leitura interessante para se agregar um grande conteúdo sobre estes dois autores que moldaram a sociologia e o estudo sobre a desigualdade do proletariado pela luta de classes. É de certo modo uma obra importante e que talvez por este motivo me fascinou, pois no fim é um ponto inicial para outras leituras mais aprofundadas em suas respectivas obras, com textos grandes que aderem mais a ideias cientificas e econômicas da humanidade que permeiam até hoje na historia da economia capitalista que escraviza ao classe trabalhadora por meios que nem percebemos.



site: https://diariossemanal.blogspot.com/
comentários(0)comente



Japa 29/12/2022

Se eu soubesse que era tão bom, eu teria lido há mt tempo!
Posso reclamar de nada. Livro extremamente conciso, prático e de grande conhecimento.

Pro entendimento do Estado Moderno, da formação das classes sociais, esse é o livro!

Não adentra particularmente na razão econômica capitalista, mas nos mostra os caminhos a percorrer durante o processo revolucionário rumo ao comunismo.
comentários(0)comente



Isadora 28/12/2022

É uma obra que precisa ser lida com cuidado e estudada. Como se é sabido, a escrita de Marx é um tanto quanto difícil de ser compreendida numa leitura superficial, mas isso também depende da bagagem que se tenha de outros autores.
comentários(0)comente



Vieira 22/11/2021

Marx e Engels fazem uma critica ao hegelianismo em seus postulados. Marx em oposição ao idelaismo de Hegel, o homem não se organizou em relação as suas representações do mundo ou de Deus. O homem estabeleceu sua organização em relação ao mundo real, material.
comentários(0)comente



yongguksoft 10/05/2022

"Os pensamentos da classe dominante são também, em todas as épocas, os pensamentos dominantes, ou seja, a classe que tem o poder material dominante numa dada sociedade é também a potência dominante espiritual." - Ideologia Alemã, KM.
comentários(0)comente



psJay 24/03/2023

Muito bom.
Eu tinha medo de ler pela falta de compreensão, por conta de eu ler um pouco e mal entender.
Mas após tanto tempo enrolando, a compreensão foi melhor. É um livro muito importante, assim como o Manifesto, mas esse sim, você precisa de conhecimento, além do básico, para o consumo.
comentários(0)comente



Marcia 12/08/2023

Preciso ler uma outra edição desta obra. A organização textual aqui apresentou-se tão confusa que interferiu na compreensão do texto como um todo. Mesmo assim, alguns focos sobre a cidade e o campo deixou bem claro porque essa temática esteve tão presente no movimento do Romantismo.
comentários(0)comente



45 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR