gabspittol 24/01/2024
Ler clássicos sempre é uma aventura, ainda mais os de antes de 1900, porque a linguagem, os termos e até mesmo a construção da narrativa são mais rebuscados. Mas aqui temos mais um que realmente merece o título de clássico que recebe.
Eu já conhecia o "plot" do livro e mesmo assim fui positivamente surpreendida, porque se mostrou ainda mais interessante do que eu imaginava, embora eu tenha encarado o livro como uma metáfora.
A metáfora para o que é muito discutido até hoje, porém na vida real, nosso monstro é menos evidente. No entanto, adorei os mecanismos que o autor usou para mostrar sua visão sobre o ser. Discordo de quem achou a história fraca e previsível. Sim, o começo é meio confuso, mas a história te prende e temos que levar em consideração a época em que foi escrita. É previsível hoje em dia porque muitos casos reais semelhantes ao exposto no livro já aconteceram, mas até poucas décadas atrás era inconcebível a ideia de alguém de bem também ter um lado "mal". Hoje sabemos que não existe bem ou mal, somos mais complexos do que isso e nossas vivências ajudam a construir nosso caráter e ética.
A edição que li trazia uma introdução enorme, que eu particularmente pulei porque já sabia o contexto da história. Mas achei interessante, gostei da tradução e a diagramação ajudou bastante na leitura, que foi rápida e prazerosa.
Peguei emprestado com minha irmã, mas como boa fã de histórias macabras e angustiantes, quero minha própria edição.