Isabella.Wenderros
11/02/2022“A Torre é um poço de piche. Quando coloca o dedão do pé nela, está preso para sempre. Ninguém vai embora. Ninguém vai para casa.”A Torre de Babel é conhecida como o Ralo da Humanidade: é para lá que todas as pessoas são atraídas. Os turistas chegam empolgados para descobrir o que cada circunreino tem para oferecer, extasiados pelo privilégio de estarem se aproximando da maior realização humana, centro de todo desenvolvimento tecnológico. Ninguém sabe quantos andares tem, nem quem construiu ou quando, mas todos os livros afirmam se tratar de um lugar idílico, berço das maiores descobertas e o lar das mentes mais elevadas.
Thomas Senlin sempre sonhou em conhecer a Torre. Diretor da única escola de uma cidade pequena, ele decide que chegou o momento de pegar suas economias de uma vida inteira e fazer essa viagem junto com Marya, sua jovem esposa, durante a lua de mel do novo casal. O que eles encontram ao se aproximarem do destino já é impressionante: a quantidade de visitantes é gigantesca, o mercado que existe nos arredores da Torre é um verdadeiro caos e tudo pode acontecer. Thomas descobre isso da pior maneira: enquanto decide fazer algumas compras numa das barracas, Marya desaparece. Enquanto procura pela mulher, o protagonista percebe que aquele não é um caso isolado e decide que a melhor maneira de se reencontrarem é seguindo o planejamento que tinha sido feito em casa e esperar por ela nas Termas, o terceiro circunreino da Torre, onde eles esperavam passar dias tranquilos nos vários spas disponíveis. O plano era esse, com certeza Marya seguiria para lá quando percebesse que tinha se perdido no meio da multidão.
O que Thomas descobre imediatamente é que a confusão não é exclusividade do mercado, ela está espalhada por todos os lados. Enquanto entra e sobe na Torre, ele descobre que nada é o que parece, ninguém é o que diz ser e que as coisas podem entrar em combustão rapidamente.
O protagonista é um homem maçante em muitos momentos e a leitura demorou pra engrenar, mas mesmo quando fluiu, empacava em algumas partes. Eu só conseguia pensar naquela meme “expectativa vs realidade” conforme a Torre se mostrava de verdade já que Thom esperava encontrar pessoas evoluídas e uma sociedade quase perfeita, mas o que recebeu foi o completo oposto.
Conforme subia os andares e vivia experiências surpreendentes, eu ficava me perguntando qual era o verdadeiro objetivo da Torre. Ninguém, nem os habitantes, sabe muito sobre os circunreinos superiores. Quem vive lá? A Torre serve para quê exatamente? Thomas criou uma teoria muito interessante nos capítulos finais sobre a finalidade de cada um dos 3 primeiros reinos, mas ainda falta descobrir as outras peças para montar o quebra-cabeça.
Quando chega em Nova Babel, eu senti uma mudança no diretor – ele começou a criar planos, se arriscou e até enfrentou algumas pessoas que algumas semanas atrás teriam feito com que saísse correndo. Os personagens secundários também têm muito para entregar e Ogier é uma incógnita. Não é um livro maravilhoso, mas é um bom passatempo e com certeza quero ler a continuação. Preciso descobrir mais sobre tudo isso.