Clube do Farol 02/09/2022
Resenha por Elis Finco @efinco
Olá, tudo bem? Eu me encantei com esse livro, porque além de uma sinopse linda, ao se passar em uma fazenda prometia remeter a grandes emoções e lindos sentimentos e não poderia estar mais certa.
Com algumas passagens no tempo, somos levados a entender os fatos que vão explicar o presente da família Collins e a vida de Antonella, que se torna uma jovem que aproveita a vida com todo o conforto que a cidade grande e o dinheiro podem proporcionar. Mas, ao mesmo tempo, vamos vendo que aquela perfeição é apenas uma fachada.
Assim, ela vai nos contar a sua história, sobre quando abriu mão do sonho de se tornar artista e concordou com um casamento arranjado, que beneficiaria os negócios da família. E uma notícia colocou tudo isso em segundo plano fazendo com que ela, os pais e o noivo partissem rumo à fazenda onde seu avô mora e que, no momento, se recupera de um acidente.
E lá ela sofre um choque de realidade, do luxo à simplicidade, ela é confrontada com algo que nunca viveu, um lugar simples e o amor de um avô que percebe não conhecer. Vou ser sincera que amo esse tipo de personagem como o sr. Álvaro, que enxerga bem à frente, e aproveita, de todas as formas, aquela oportunidade em ter a neta por perto. O que era para ser uma visita ao avô doente, passa a ser o seu maior pesadelo: a jovem percebe que terá de abandonar sua rotina para viver em um lugar cheio de bichos e pessoas simples.
Além dos funcionários da fazenda, Cissa e Bento, nós vamos acompanhar não apenas uma mudança de vida e rotina, mas também o crescimento dela como personagem. E já posso adiantar que ela conquista muito, por não ser o tipo que bate o pé e faz escândalo por se ver em uma situação desfavorável a ela, pelo contrário, ela começa um processo de buscar a própria história, aceitar de peito aberto o amor oferecido pelo avô, mesmo que descubra no processo que sempre recebeu de tudo, menos afeto dos pais e o quanto ela precisa desse afeto.
Confesso que me apeguei à pobre menina rica, dei boas risadas com o Bento, à medida que ele deixou de ser tão ogro e voltou a parecer com o menino que deu ao cão o nome de Chico. Mas a autora construiu a Cissa tão bem, que o ranço foi forte por ela, viu. Ah! Isso é algo que posso dizer, me envolvi tanto na história que ficava imaginando se fosse eu, quais atitudes eu teria no lugar de Antonella.
O texto tem uma narrativa cativante, mostrando o luxo e a simplicidade de uma maneira absolutamente perfeita e não apelativa, citando várias marcas ou dando nome de produtos extra famosos, apenas com a descrição e o ambiente, o efeito desejado era alcançado. Preciso confessar que os diálogos e, em alguns momentos, o destaque pela falta deles deram um tom especial à história. Porque mostra que ações são mais verdadeiras que palavras que, muitas vezes, são apenas vazias.
A trama entra em uma crescente e mostra que as atitudes podem repercutir por muito tempo em nossas vidas e na vida de outras pessoas. Que mesmo o sentimento de ter perdido tempo pode ensinar a valiosa lição de que continuar se lamentando é apenas mais perda de tempo. Que viver os próprios sonhos é a única maneira de ser verdadeiramente feliz. Com a pintura, Antonella encontra a si mesma e o caminho para com sua família “perdida”, se reencontra nas emoções e sentimentos que coloca no quadro, e apesar de parecer que a escolha é entre o amor e o dinheiro, na realidade é mais que isso. Espero que você dê uma chance para essa história linda, que mostra que, mesmo sem cenas hot, é sim possível escrever um lindo e envolvente romance, com uma encantadora história e muitas e belas lições de vida.
A edição está linda, com ótima encadernação. Uma linda capa e também uma diagramação e revisão que colaboram para a leitura ser ótima. Não observei nenhum erro de digitação ou ortografia.
Boa leitura.
site: http://www.clubedofarol.com/2020/05/resenha-horizonte-azul.html