Leila 30/06/2023Aura, escrito pelo autor mexicano Carlos Fuentes, é um conto intrigante que mescla elementos do realismo mágico e do gótico para criar uma atmosfera de suspense e mistério, conta a história de Felipe Montero, um jovem historiador que aceita um estranho emprego na Cidade do México.
O conto começa com uma proposta de trabalho para Felipe Montero, que envolve a organização dos documentos de um general do século XIX. Ao chegar à residência do suposto empregador, a enigmática senhora Consuelo Llorente, Felipe é imediatamente cativado por Aura, uma jovem bela e misteriosa que parece ter uma conexão profunda com a história do general.
O estilo de escrita de Carlos Fuentes é rico em detalhes e descrições vívidas, que evocam uma sensação de opressão e claustrofobia. À medida que o enredo se desenrola, torna-se evidente que há algo estranho acontecendo naquela casa. O tempo parece se distorcer, e Felipe se vê envolvido em uma teia de ilusões e realidades entrelaçadas.
A dualidade entre o passado e o presente é um tema central em Aura. Fuentes utiliza habilmente o ambiente sombrio e decrépito da casa para criar uma sensação de decadência e desolação. Através da personagem Aura, o autor aborda a noção de que o passado está vivo e que suas consequências podem ser sentidas no presente.
Além disso, o conto aborda questões de poder e dominação. A relação entre Felipe e Aura é marcada por uma tensão erótica, mas também por um desequilíbrio de poder. Aura exerce controle sobre Felipe, manipulando-o e usando sua juventude para satisfazer seus próprios objetivos. Essa dinâmica complexa adiciona camadas de significado ao conto, explorando as relações humanas e as dinâmicas de poder que permeiam a sociedade.
No entanto, apesar de toda a atmosfera intrigante e das questões temáticas interessantes, Aura pode deixar o leitor com uma sensação de ambiguidade e incerteza. Mas não deixa de ser um conto cativante e enigmático que envolve o leitor em um mundo de mistério e simbolismo. Gostei!