tavim 30/03/2024
(Ambi)valências, de Marina Bariani Trava
Ao salientar os sentidos cruzados, vê-se pelo avesso o que tende a margear à praia própria --- por esses litorais decide-se se flui ou rui. dali, da divisa, se avista: ao mar o ermo da ida; à terra o vazio da volta. assim, tem de se (const)ruir vias para (vol)ver movimento, sa(ir) a fim de afastar o (sen)tido ausente sempre presente.
em (ambi)valências, marina se aproxima dos oxímoros como jeito de (s)ver os sentimentos para ilhá-los em poemas, dando voz às dores e amores que a orlam, tomando dos diversos vértices da vida com muita delicadeza. e segue atenta aos passos dados que se (des)mancham pelas ondas porque revisitar o passado não é encaixar os pés à forma que se desfez. tem mais a (ha)ver em quanto de si se tinha ali. tudo para, enfim, se fazer mover pela ambivalência e seguir sem os parênteses que a enclausuravam.
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