A Ilha Sob o Mar

A Ilha Sob o Mar Isabel Allende




Resenhas - A Ilha Sob o Mar


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DIRCE 12/03/2011

O consolo pode vir da ficção: um novo livro sobre a Saga dos Solar.
Há um bom tempo afastada dos livros de I. Allende, posso dizer que meu reencontro, com a narrativa dessa escritora que faz com que eu dê "asas" a minha imaginação, foi prazeroso ,ainda que, "A Ilha Sob o Mar", não seja um dos seus melhores livros. Mas ele tem seu mérito pela abordagem histórica aliado a um romance que tem uma escrava como protagonista.
Positivamente, devo ter cabulado aula no meu tempo de estudante: o que eu sabia sobre o Haiti se resumia no que foi noticiado pela mídia: a participação do Brasil na força de paz , o devastador terremoto que atingiu Porto Príncipe ( a capital) provocando milhares de mortes, entre elas, dezenas de brasileiros, e a Dra Zilda Arns( minha ídolo) fez parte dessa estatística.
Eu estava longe de imaginar que o Haiti foi o primeiro país no mundo a abolir a escravidão e, que tal fato, não foi decorrente de movimentos abolicionistas, ou por interesse do império colonizador ( na ocasião do evento: século XVIII – era o império francês) – ele se deu em virtude da revolta dos escravos que tinha como líder o ex-escravo Toussaint Louverture.
A primeira parte do livro ( 1770- a 1793, Saint – Domingue – atual Haiti) me deixou com uma sensação de “saciedade”: a noção que tive acerca da História do Haiti me bastou , entretanto, a segunda parte ( de 1793 a 1810) que se desenvolve na Lousiana, me deixou "sedenta", pois, I. Allende, fez uma espécie de sinopse sobre os acontecimentos de Saint – Domingue e não me foi possível somar muita coisa à noção obtida na primeira parte do livro.
A parte romanceada gira em torno da escrava Zarité, que foi vendida aos 09 anos de idade a Valmorain; proprietário de uma plantação de cana de açúcar e senhor de escravos. Zarité foi uma escrava dedicada, cuidou da sua "dona" com carinho e abnegação, mas isso não impediu que fosse usada e abusada pelo seu "senhor". Zarité não era dona do seu corpo e da sua vontade, contudo, dos seus sentimentos ninguém poderia tomar posse, por isso, ela amou e foi amada. Foi mãe. Um dos seus filhos foi arrancado dos seus braços. Amou Maurice com a mesma intensidade que amou Rossete ( ou até mais).
"A Ilha sob o Mar" é um romance que comove, entretanto, sendo I. Allende dotada de uma criatividade sem limites, poderia ter conduzido de outra forma o amor que unia Rosette e Maurice, mas não posso deixar de considerar que, talvez, o incesto fosse um fato recorrente naqueles tempos.
É um romance que me entristeceu não só pelo passado, como também pelo presente do povo haitiano e, muito mais, pelo futuro, pois o cenário atual do Haiti não me permite vislumbrar ( desolada) que eles possam desfrutar da felicidade (ainda que fugaz) restando-me, apenas, o consolo se, por ventura, I. Allende escrever um outro romance sobre a Saga dos Solar ( descendentes da Zerité), que pelo menos eles – ainda que na ficção - tenham sido felizes.


PS : Eu estava com essa resenha pronta antes de ocorrer a terrível catástrofe no Japão. Tudo indica que ela foi mais devastadora, mais aterrorizante e mais nociva que a o do Haiti. É tão triste constatar que por mais horrenda que seja a ficção, ainda assim, é menos horrenda que a realidade. É.... o poeta tinha razão quando disse: tristeza não tem fim, felicidade sim".
zette 05/04/2011minha estante
Minha amiga!!!
Sua resenha esta maravilhosa. Voce cpnseguiu retratar perfeitamente as ocorrencias do livro. IA. é realmente uma grande escritora e tudo que ela faz eh bem feito. Nada como A Casa dos Espiritos, mas mesmo assim muito bom.


Sandra C. 19/08/2011minha estante
Saudades de vc querida! Como assim afastada de Allende? Isso é um pecado. =D Ela e Benedetti devem sempre ficar colados na gente! =)




Rebeka 31/05/2022

A ilha sob o mar
Meu primeiro Isabel Allende, me lembrou muito a escrita de Gabriel Garcia Márquez. Os personagens são bem construídos e a história é contada de maneira fluída, temos alternância de capítulos, um conta o que aconteceu e geralmente o capítulo seguinte mostra o ponto de vista da protagonista sobre os mesmos fatos.
Pude conhecer mais sobre a ocupação e exploração francesa das ilhas do Caribe, a luta do povo negro pela liberdade, suas crenças, cultura e como isso acabou formando a identidade da região e da Louisiana, nos EUA. Passamos por três países e por várias fases da vida de Zarité ?Tété?, que com a sua z'etoile nos faz querer dançar livremente também.
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Mari.Vasconcelos 15/07/2021

Dance Zarité, dance que escravo q dança é liberto qnd dança
Um livro visceral.
Trazendo fatos históricos da colonização, revolução e independência de Saint- Domingue, atualmente Haiti, Isabel floreia e sangra com um romance sobre a escravidão dessa outrora colônia, e instiga no leitor o ideal abolicionista pela revolta e mazelas da submissão torturante em que eram impostas aos escravos.
Criou Zarité, de alma leve porém forte, um retrato de como o amor pode sobreviver ao ambiente carcomido de ódio, dor e revolta.

Cada personagem deste romance foi tão bem construído, que o leitor conhece a fundo cada um despertando admiração, amor e em alguns asco, muito asco.

"O caminha da liberdade é tortuoso, filho. As vezes, vai parecer que retrocedemos, compactuamos, perdemos de vista os princípios da revolução..."
Margô 17/07/2021minha estante
Li este livro no ritmo dos tambores... Foi a melhor forma de conhecer a História da Independência do Haiti! E jamais pensaria que o Haiti ia "desandar" no curso da História, é uma pena!??




Renata CCS 27/01/2013

“Dance, dance, Zarité, porque escravo que dança é livre... enquanto dança”. (Honoré, personagem de A ilha sob o mar)
A ILHA SOB O MAR é um livro que reúne a história da independência do Haiti, a luta dos escravos pela liberdade e a visão do mundo de uma jovem escrava chamada Zarité (a Teté, como é conhecida por todos). A trama tem início em 1770, na então ilha Saint-Domingue, colonizada pela França. Nesta época, graças ao açúcar, considerado o” ouro doce”, ela se transformou na colônia mais próspera de todo o mundo. Teté, reservada para as tarefas domésticas, não passa pela senzala nem conhece os sofrimentos enfrentados pelos outros escravos. Com Tante Rose,uma escrava curadora das plantas, ela conquista o dom de atenuar as dores e sofrimentos dos companheiros. No sexo Zarité se inicia com seu proprietário francês, quando passa a ser molestada quando tinha apenas 11 anos de idade, mas o amor verdadeiro ela reserve para Gambo, um jovem escravo e futuro guerreiro, que conquista seu coração. Com a oportunidade de deixar a ilha, quando os escravos se rebelam e queimam as plantações, ela tem a oportunidade de encontrar um novo caminho para a sua existência. Estabelecem-se numa nova fazenda em Nova Orleans, nos Estados Unidos, até finalmente conseguir sua liberdade. Desde o começo o leitor sente a tensão frente à realidade da ilha e a severidade com que Teté é obrigada a conviver. Toda a narrativa é marcada por forte carga emocional, característica sempre presente nas obras de Isabel Allende, e é também um tanto perturbadora, em função da escravidão. A ILHA SOB O MAR é um romance de ação: tem drama, fatos históricos e emoção, uma história de homens e mulheres com coragem para lutar e arriscar tudo em troca da liberdade!
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Janaina Vieira - Escritora 14/05/2011

Qualquer tipo de escravidão é terrível.
Este livro me fez chorar mais de uma vez. E a pergunta básica que me faço após terminar a leitura é tão antiga quanto as absurdas ações humanas, desde que o homem dominou o planeta: com que direito um povo simplesmente eacraviza outro? Com que direito arranca-se milhões de pessoas de sua terra natal, separa-se famílias inteiras, atea-se fogo às suas casas, obriga-se essas pessoas a atravessar o oceano para, em um lugar que nunca viram, tornarem-se escravos de outros seres, tão humanos quanto eles? E com que direito um homem mutila outros, esmaga-os, espanca-os a ponto de todas as suas ações covardes se tornarem parte integrante de sua "civilizada" cultura?

A escravidão oficial já terminou há muito tempo, mas quanta escravidão disfarçada ainda existe espalhada pelos quatro cantos do planeta! Por isso, livros como esse têm de existir: para que as crueldades cometidas jamais sejam esquecidas. E não mais repetidas. Jamais.

Por meio de sua heroína, Zarité, a autora conta boa parte do que foi a colonização do Haiti - diante da qual, a colonização no Brasil foi quase um jardim de infância! Quanta maldade, quantos abusos, quanta violência desnecessária... Por causa da economia, do plantio da cana, por causa do dinheiro e do poder - como sempre. Ah, o homo sapiens é muito cansativo... Custa tanto a aprender, a crescer, a evoluir... E, ainda assim, Zarité nunca se corrompeu, nunca deixou de dar seu colo a quem precisasse. Sua vida não foi das piores, se comparada às condições em que viviam os escravos sob a colonização francesa, mas foi uma vida de sofrimentos, de submissão, de migalhas, de renúncias, de tudo que é "pouco", porque negro não era gente, na concepção da época. E talvez na concepção de hoje, não sei... Na superfície, os preconceitos desapareceram, mas em profundindade ainda existem, estão todos vivos. Infelizmente.

O Haiti é uma terra repleta de sangue derramado em suas origens. Porque em determinado momento havia 500 mil escravos de um lado e um punhadinho de brancos arrogantes do outro, que tornavam suas vidas um verdadeiro tormento há muito tempo. O que aconteceu? O óbvio: os oprimidos acordaram com sede de liberdade. O jugo tornou-se insuportável, abusivo demais. Daí em diante, abriram-se as comportas do ódio represado (de ambas as partes), da luta, do sangue e da morte. Quanta destruição, quantas perdas irreparáveis, traições, delações, castigos, vingança... Tudo que o homem tem de pior veio à tona.

Enfim, é um livro surpreendente, que emociona, envolve e faz pensar. E causa vergonha também. Vergonha do passado, vergonha de fazer parte de uma espécie capaz de tantas atrocidades contra si mesma por causa de algo tão passageiro, instável e ilusório quanto poder e dinheiro.

O que consola Zarité nos raros momentos de paz que ela consegue ter é a dança. Quando dança, Teté esquece de sua realidade absurda e alimenta a esperança de voltar para a Guiné, de onde seus ancestrais foram arrancados à força. Teté dança e o leitor dança com ela, desejando que ela seja finalmente livre. Ela pensa na liberdade e acredita nas palavras de seu avô, Honoré: "Dance, dance, Zarité, porque escravo que dança é livre... enquanto dança."
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Ludmila 16/11/2022

Não posso dizer que é tão bom quanto "a casa dos espíritos", mas ainda assim me fez ter uma montanha russa de emoções. Adoro sagas familiares e esse é um ótimo livro para quem gosta desse tipo de leitura.
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San... 19/08/2011

Nunca me arrependo ao iniciar a leitura de uma obra de Isabel Allende!
Esta é uma história bonita e instrutiva. Além de contar sobre a vida de uma escrava do século 18, iniciando-se na ilha de Saint-Domingue, atual Haiti, e terminando em Nova Orleans, na Luisiana, nos dá um panorama bastante detalhado do levante dos escravos que levou Saint-Domingue a tornar-se o Haiti, onde os escravos conheceram a liberdade anteriormente ao movimento abolicionista.
A história de Zarité, a escrava, tem como pano de fundo o nascimento do Haiti.
A cultura canavieira, a revolta escravagista, o grande contingente de refugiados que refizeram suas vidas em Nova Orleans, os costumes da época, assim como o inicio do movimento abolicionista, são retratados de forma densa, profunda e muitas vezes cruel.
Vale ressaltar que não se trata de um livro triste. O período em que foi situado pode ter sido tumultuado, truculento, indigesto, mas ainda assim a narrativa é repleta de poesia, de esperança, de coragem.
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Maris 03/10/2012

A Ilha Sob o Mar
Todo livro da Allende sempre me deixa com um leve gosto amargo na boca e uma sensação de um soco na boca do estômago.

Não foi diferente com "A Ilha sob o Mar", onde ficção e realidade estão tão intrinsecamente unidos, que você se questiona onde termina a realidade e começa a ficção, por vezes confundindo realidade com ficção e vice e versa.

A interlocução de Zarité com o leitor se apresentou a mim como uma delícia à parte e deixou o livro mais apaixonante...A descrição é tão rica que fecho os olhos e consigo sentir a angústia de Maurice, ouvir os sons dos tambores, ver Zarité dançando...
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Jaqueline.Xavier 18/06/2023

Teté
A Isabel Allende continua me surpreendendo, é uma autora que consegue trabalhar temas pesados sem tirar o peso que a história deve ter na mesma medida que tem uma leitura fluida. Traz nesse romance a trajetória da menina Teté até sua vida adulta em uma sociedade escravagista e do seu amo Valmorin, um homem duro que tenta dar continuidade ao seu sobrenome acima de qualquer coisa. Acompanhamos personagens tão bem construídos que é difícil lembrar que não existiram de verdade. Sem contar os fatos históricos inseridos na trama de forma magnífica. Não é um romance feliz, é um romance real com toda a crueldade da raça humana. E viva as milhares de Teté que existiram ???.
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12/09/2013

HISTÓRIA MARAVILHOSA
Só de ler as primeiras páginas, já sabia que daria cinco estrelas a este livro. E, quanto mais eu lia, mais gostava da história. O livro é daqueles que a gente fica louca para saber o final, mas terrivelmente triste, quando acaba, com aquele gostinho de querer mais. E eu soube disso tudo logo nas primeiras páginas. Isabel Allende tem este dom, em minha opinião, sua escrita é deliciosa, envolvente, simplesmente perfeita.

A história também é muito interessante. Acho que a autora mistura ficção com a realidade. Apesar de não conhecer como se deu a colonização do Haiti pela França, (no início chamada Saint-Domingue), aqui tudo é retratado da maneira mais fielmente possível: grandes fazendeiros, tráficos de escravos, exploração, castigos cruéis, fabricação do açúcar... Brasileira que sou, foi fácil identificar alguns aspectos com a colonização do meu próprio país.

E, neste cenário de tantas contradições, entre senhores e escravos, riqueza e miséria, somos levados ao mundo de Zarité, uma escrava que acabou sendo a escolhida de Madame Viollete Boisier, para servir a casa do poderoso Toulouse Valmorian, um típico grande fazendeiro, com uma típica grande fortuna. Valmorian acaba se casando com a espanhola Eugenia García Del Solar. E Zarité passa a ser responsável pelas tarefas domésticas da casa, escapando da senzala e dos sofrimentos enfrentados pelos outros escravos responsáveis pela produção do açúcar.

Muito interessante a narrativa: quase todos os capítulos em terceira pessoa entremeados com alguns poucos em primeira pessoa, com a narração e visão da própria Zarité. Os personagens também merecem destaque: são construídos de uma maneira bastante densa, cheios de contradições, como a própria natureza humana.

Após alguns incidentes na ilha, incluindo guerras, rebeliões, mortes, vingança e sangue, muitas famílias fogem da ilha, inclusive a de Valmorian. Eles partem para a região da Luisiana, que era colonizada pela França. Aqui, o rico fazendeiro retoma a plantação de açúcar, em sociedade com o irmão de sua falecida esposa, Sancho. E alguns personagens acabam se reencontrando, numa sociedade ainda marcada pela escravidão, mas já apontando para o surgimento da classe média.

“A Ilha sob o mar” foi um dos melhores livros que li da autora Isabel Allende. A história me envolveu desde o princípio e eu tive um imenso prazer em deliciar cada página, saboreando cada palavra.
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fabio.orlandini 20/02/2022

Essencial
Pensei em tantos adjetivos para classificar esse livro, mas, só me vem na cabeça a palavra essencial. Essencial que se conheça a história de Zarité, seus sofrimentos, de sua família e de todo povo negro vítima da escravidão. Isabel Allende mais uma vez me conquistou.
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Daniel Andrade 28/11/2023

Gigantesco
Que livro espetacular, talvez dos melhores que já li na minha vida. É muito forte, traz toda uma revolta e uma resistência dissolvida em diversas atitudes simples. Zarité e Maurice são personagens que jamais vou esquecer. E esse final..... estou completamente destruído. Leiam. Consegue ser melhor que A Casa dos Espíritos, que já tinha sido uma das melhores leituras de 2023.
Ari Phanie 28/11/2023minha estante
Opa, bom saber! Não q eu duvidasse da Allende pq ela é fodona. Mas fico mais animada pra ler esse.


Daniel Andrade 28/11/2023minha estante
É maravilhoso, pode ler sem medo




Helena 04/01/2022

Amei! O livro fala sobre a escravidão, desejo de liberdade, abolicionismo, história do Haiti e dos Estados Unidos. Recomendo muito!
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Dri 10/04/2022

Comovente...
Como seria se sua liberdade deixasse de existir, seu corpo de lhe pertencer, se fosse tachado de animal irracional que só serve para o trabalho pesado, sem direito a descanso, com comida escassa e insalubre condições de sobrevivência? Se teus traços fossem marcados pelo ódio dos ricos, pelos vergões provocados, pelas feridas não cicatrizadas, pela privação do próprio querer?

Como as ondas do mar, entre idas e vindas, Allende nos transporta para a vida de Zarité; escrava como tantas outras antes e depois dela, nos mostrando sua força de espírito, sua doçura, sua fervorosa luta pela vida, suas dores, seus anseios e amores. Comprada e abusada por Valmorian, aos nove anos de idade, já lhe nutria no peito essa sã vontade de ver-se livre.

"Dance, dance, Zarité, porque escravo que dança é livre... Enquanto dança." - p. 9.

Através de Teté conhecemos a história do Haiti, quando ainda era denominado de colônia Saint-Domingue. Marcado pela violência, escravatura e pela produção de açúcar, foi o primeiro país latino-americano a se declarar independente.

A história dos personagens se passa justamente nessa transição. Os negros buscavam sua própria liberdade, exaustos da supremacia branca.

No meio de tanta dor, nascem amores proibidos, laços improváveis, que movem e transformam. Impossível não comover-se; ainda sim, a ficção não chega aos pés da cruel realidade. Algumas situações foram apaziguadas, como que para trazer um certo conforto, mesmo diante de tal cenário.

O realismo mágico fica por conta da religião crèole/vodu, pelas mágicas curativas de Tante Rosé e pelos espíritos dos mortos. Conforme o andamento da narrativa, vemos a mescla das outras culturas, olhares, idiomas. A miscigenação tão desprezada pelos de maior poder aquisitivo, acontece sem controle.

Termino o livro com a angústia de não ter um desfecho mais benigno, ainda que a autora tenha acalentado perspectivas futuras melhores, não teria como ser de outra forma, se assim o fosse, se distanciaria demais da realidade.

Os traços característicos de I.A. prevalecem e, confesso, cheguei a duvidar da grandeza desse livro, antes de lê-lo; os outros que li dela, foram baseados nas experiências de vida da própria autora, com conhecimento de causa. Cheguei a colocar em dúvida se, diante de uma visão tão diferente, ela conseguiria transmitir as informações com a mesma intensidade. Me enganei, e fico feliz por isso! Kkk É um contexto diferente do que ver algo do gênero escrito por quem realmente viveu, porém, ainda é surpreendente.
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LairJr 05/10/2022

Como todos de Isabel Allende, nos deparamos com uma longa, dramática e bela história. São tantos momentos, tantas situações se desenrolando e despertando muitas emoções. Senti falta, apenas, de um final mais intenso.
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