O Processo

O Processo Franz Kafka




Resenhas - O Processo


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Letícia 24/01/2011

Eu leio Kafka e passo mal
Não é que o livro seja ruim, comecei a ler e gostei muito. Mas chega num certo momento que a leitura começa a me deixar mal, claustrofóbica, e eu abandono.

Gostaria de terminá-lo.
Léo Araújo 26/01/2011minha estante
A intenção de Kafka é exatamente essa: passar através de situações extremamente difíceis como ele se sentia: mal, claustrofóbico, indesejado e impotente.


Rener 16/05/2011minha estante
li "A metamorfose" e me senti peçonhento.


almeidarenato91 24/06/2011minha estante
As descrições dos ambientes são fantáticas.


Guilherme 16/09/2011minha estante
Quando alcanço um grau alto de abstração ao ler Kafka, sinto o mesmo que você. É uma qualidade para quem o escreveu, esta de transmitir sesações, e quem vai lê-lo deve superar os obstáculos que o autor lhe impôs para ler ou que ele próprio transpôs para escrever; mas são sentimentos que devemos guardar para momentos certos, específicos. No meu caso, este meu momento é quando me sentir mais maduro.


Rogerio 02/04/2012minha estante
Confesso que quando li "A Metamorfose" passei algum tempo para me recuperar. É uma leitura carregada com uma atmosfera triste e claustrofóbica mesmo.A obra mostra bem as inquietudes desse genial autor


Castro 02/08/2013minha estante
Realmente a obra produz esse tipo de sensação. Nota-se aí a maestria do escritor. Outra obra que li, de outro autor, e que me produziu enorme mal-estar foi Arquipélago Gulag, de Alexander Soljenitzen. Porém, ainda assim, sempre vale a pena ler esses aurores.


Bruno Oliveira 21/08/2014minha estante
Isso é bastante comum na leitura do Kafka, mas acho interessante que você pare o livro, pois, pela minha experiência, as pessoas terminam a obra e se convencem de que entenderam alguma coisa. O mais comum, e talvez o mais condizente com a obra, seja esse sentimento de querer largar, essa coisa que a obra suscita em quem o lê com atenção.


Rafa 06/01/2016minha estante
Demorei muito para terminar de ler esse livro, li por partes, é muito difícil imaginar os cenários que ele descreve, em muitas partes não consegui, tem muitas digressões na escrita...não me senti mal mas talvez claustrofóbica também...mas não abandonei o livro, terminar de lê-lo se tornou questão de honra rs.


Adriano 10/02/2017minha estante
Tive este problema lendo A Náusea. Fiz um intervalo de 2 anos, li outros autores e outras obras mais palatáveis e quando retomei, retrocedi uma parte, tomei impulso e li em uma semana.
Há certos livros que nos caem no colo no momento inadequado. Aí só nos resta colocá-lo de volta na estante e lermos outras coisas enquanto aguardamos pelo chamado.


Robert 29/03/2017minha estante
Então, por isso o livro se chama O processo, pois é um livro burocrático. Eu demorei uns 5 meses pra acabar de ler. Toda vez eu pensava: "Cara, o que ta acontecendo?"


Pinheiro 17/04/2017minha estante
Estou passando pela mesma situação. Já é a terceira vez que eu tento ler esse livro. e li pouco mais de 1/3 dele, mas tenho muita dificuldade para avançar na leitura. Mas hei de terminar essa leitura, nem que seja de forma parcelada.


Cami 13/04/2018minha estante
também me senti assim Letícia, por isso que não terminei haha


Letícia 03/05/2019minha estante
Pessoal, vi um comentário no twitter que traduz bem essa minha angústia ao ler Kafka. A @zatiere definiu assim:

"só acha que Kafka é escritor de fantasia quem nunca foi mandado de um canto a outro da cidade na tentativa de resolver o pepino de tirar uma (1) nota fiscal"

Ele descreve bem os pesadelos que tenho acordada.


Grazi 21/02/2020minha estante
Minha relação com Kafka é muito estranha. Ele é o meu autor preferido mas me causa sensações horríveis. Quando li O Processo tive pesadelos e conseguia ouvir sons que me davam perturbações. Ele é genial e não consigo deixar de ler mesmo com sentimentos ruins.


Rafa 26/02/2020minha estante
@Grazi vc relembrou este post aqui que comentei 4 anos atrás rs, é um livro que ficou no meu inconsciente e pretendo reler ainda. Não sei se já leu mas recomendo o conto O Artista da Fome.


Snatch 27/02/2020minha estante
Muito difícil imaginar as situações esdrúxulas que o Kafka descreve nessa história e que são aceitas de uma maneira muito natural pelos personagens.


Lenicio 27/02/2020minha estante
Kafka consegue idealizar o que seria certo estado de ?injustiça extrema?.
O Senhor K., em certa manhã, é arbitrariamente enquadrado como acusado em um processo confuso, obscuro, omisso, contraditório, ineficaz e moroso.
Passa a lidar, dessa forma, com um funcionalismo desleixado, corrupto, burocrático e desinformado.
O Tribunal, além de simbolizar o Judiciário e suas mazelas, representa também todas as estruturas de poder tirânico, desde o Governo Ditatorial, passando pelo patrão assediador e desaguando em relações familiares abusivas.
Estruturas de poder que, pela injustiça e desinformação, subjugam e azucrinam, impiedosamente, quem manifesta oposição ou os que, simplesmente, apenas desejam viver em paz.


Rafa 28/02/2020minha estante
É o Contrato Social ao qual apesar de não termos assinado, estamos sujeitos à suas injustiças...


Grazi 05/03/2020minha estante
Já li sim Rafa. Mas o meu preferido é Na Colonia Penal


Ilza 18/03/2020minha estante
No meu primeiro contato com Kafka tbm não fique muito bem não


Dira 25/05/2020minha estante
Tive a mesma sensação em Carta ao pai, também dele.


Grazi 30/05/2020minha estante
Leiam "Kafka e a Marca do Corvo"
da Janette Rozsas. Muito bom!


Rafa 02/06/2020minha estante
Pondo na minha lista Grazi, obrigada :)


Emanuele 12/07/2020minha estante
Senti o mesmo, mas não quero abandonar! Será que consigo?


Léo Araújo 12/07/2020minha estante
Só posso dizer que o diálogo entre K e o eclesiástico é fantástico... É como Neo conversando com o arquiteto da Matrix...não desistam...


Grazi 12/07/2020minha estante
Emanuele, consegue sim! Chega uma hora que a leitura fica um pouco difícil (acho que lá pro cap 7, se ñ me engano, o qual é o maior). Ficar agoniada é um sentimento inerente à Kafka rsrs. Mas é uma leitura surpreendente!


Deyse 14/07/2020minha estante
Também acabei abandonando


Emanuele 14/07/2020minha estante
Oi Grazi!
Vou até o fim! O livro com passar dos capítulos ficou mais fluido.


Letícia 24/07/2020minha estante
Nove anos depois e esse livro é impossível pra mim. O termo atual é "gatilho", né? Fico ansiosa demais.


Victor.Valente 20/10/2020minha estante
É assim mesmo que se lê Kafka, Letícia haha


Susu 01/11/2020minha estante
Também me sinto assim. O livro que mais me causou incômodo foi "a metamorfose", achei ele bem pesado.


Amme 16/02/2021minha estante
O engraçado é que eu sinto o perfeito oposto. Não importa o quanto ele me deixe agoniada, eu simplesmente preciso continuar lendo kkkkk


wilsucker 18/02/2021minha estante
Nossa, me sinto bem assim. Já comecei duas vezes e não consigo terminar. Li "A Metamorfose" e foi uma experiência completamente diferente para mim.


João Augusto Limeira 23/04/2021minha estante
Comecei hoje a leitura e tá me batendo um sentimento tipo ?será que melhora? ?


Grazi 06/05/2021minha estante
Também tive esse sentimento, João. Sempre melhora pode continuar. Kafka é intrigante e O processo é um dos seus romances mais complexos.


karinna adad 20/08/2021minha estante
Se alguém gostar dessa escrita mais incômoda vai uma sugestão de livro: Os que bebem como cães, de Assis Brasil. O livro é divido em 3 capítulos que se repetem e acompanha os dias de um prisioneiro. Assis Brasil é um escritor piauiense maravilhoso, com uma escrita simples, mas extremamente profunda. Quem se interessar em adquirir o livro procura em livrarias de Teresina, como a Entrelivros.


Maria 19/04/2022minha estante
Me sinto da mesma forma!


She Ey 08/01/2023minha estante
Pra mim esse livro todo é uma eterna confusão mental, parecia tudo tão desconexo na época que li. Talvez eu devesse reler novamente, agora com outra mentalidade porque eu realmente não consegui captar muito da obra


gabi 13/04/2023minha estante
eu também! é uma agonia não conseguir terminar os livros dele, me sufoca demais.


Analita.Bastos 03/05/2023minha estante
Me sinto exatamente igual.


1sefirot1 19/05/2023minha estante
Jesus.. q exagero. E me refiro aos comentários no geral. E não apenas ao da moça.

Li em 3 dias. Ótima leitura.


Felipe Alado 02/07/2023minha estante
Talvez o caso aqui seja de objetivo atingido com sucesso. Haha


Cristerlan 05/12/2023minha estante
Denso, pessimista, um labirinto sem saída. Não é livro pra quem tá querendo relaxar! Mas eu gostei.


Gabis 28/01/2024minha estante
Que legal ver que várias pessoas se sentem como eu! Queria muito terminar esse livro, mas me sinto completamente claustrofóbica com ele.




abfalencar 05/02/2024

Insuportável, leitura sofrível e arrastada, não consegui nem terminar. Completamente confuso, apesar de entender a premissa de fazer com que o leitor sentisse ele mesmo preso nas burocracias do processo, é uma leitura enfadonha e pouco agrega.
gabriele.sc 05/02/2024minha estante
Clássico chato, chatão


Mirunakk 05/02/2024minha estante
?? kkkkkk


sulliboyfriend 05/02/2024minha estante
SIM!!! pior livro dele (só li dois e espero que continue sendo o pior porque senão pqp hein kafka)


Drika 05/02/2024minha estante
Assim, nunca li mas sei que a linguagem do Kafka é muito difícil, mas vale a pena, então procure ler outros livros clássicos até se adaptar com a linguagem lenta e difícil, e depois tenta reler esse


Eliana158 05/02/2024minha estante
Chatão esse aí.


sulliboyfriend 05/02/2024minha estante
drika, eu li Metamorfose e não tive essa dificuldade. esse aí é CHATO mesmo. demorei meses pra ler e pausei umas três vezes, consegui acabar porque insisti MUITO e o final é um lixo


Drika 23/03/2024minha estante
sulliboyfriend, agradeço seu comentário, quero muito ler metamorfose e adoraria ver se esse livro é um tédio (que depois dos feedbacks tenho certeza que é kkkkk)


sulliboyfriend 25/03/2024minha estante
Drika, eu recomendo a leitura se você quiser reclamar junto com toda a legião que odeia! Fora isso, até a metade, apesar de enrolado, prende um pouquinho. Vai que você dá sorte e gosta? Boa leitura!




osaif 26/12/2023

Estranhamente sufocante
"Alguém certamente havia caluniado Josef K. pois uma manhã ele foi detido sem ter feito mal algum."

Tenho que admitir que eu realmente não dava nada para esse livro, a sinopse não me entretinha e o título muito menos, até ouvir tanto falar dele e decidir por finalmente iniciar a leitura.

Talvez como uma crítica à burocracia, ao direito e a tudo em volta do mundo do juridiques Kafka consegue impressionantemente tecer um comentário atual em uma história imersiva que se resumem à 300 páginas de nada. Repito, absolutamente NADA. E provavelmente daí surge a aura mais cômica do livro, porque saiba que com as mesmas dúvidas que você começou a leitura, após o fim elas ainda estarão intactas na sua cabeça, e sim, você irá ler até o final; sendo levado por uma esperança que em certo momento até se perde e que mesmo assim permanecemos instigados a seguir nessa jornada, talvez pelo protagonista ou pelo absurdo que é toda a trama, já que não é à toa que o livro possui um comentário de Albert Camus em sua contra-capa.

Apesar da "metamorfose" permanecer sendo minha obra preferida do sádico do kafka, pode-se dizer que "o processo" incorpora ao limite o significado da palavra "kafkiano". Oprimido pelo absurdo da realidade e vendo o conformismo da alteridade a sua volta, tanto Josef como o leitor são levados ao ápice da opressão e desconforto. Somado ainda a personagens envolventes e uma ambientação tenebrosa que não deixa de ser real, excêntrica e autoritária. Cheio de mistérios, perguntas e hierarquias o autor desenrola a trama por centenas de paginas sem revelar absolutamente nada, e pior, terminando com aquele final simplesmente inexplicável que chega sem mais nem menos.

Além do enredo, há varias caracteristicas tanto da edição, quanto do contexto que tornam esse livro único:

Sem ter sido finalizado em vida, há discurssões sobre a verdadeira ordem do livro, existem trechos riscados que podem ser lidos e até mesmo capitulos inacabados. Essa edição do livro ainda traz notas de rodapé que incluem comentários e interpretações da obra, que talvez nao seja o ideal para quem não quer pitaco durante a leitura, porém ainda sim eu gosto de ampliar minha visão e ter acesso a outras interpretações, detalhes e referências que estão inclusas na obra.

Enfim, é uma ótima leitura, às vezes maçante, às vezes absurda porém ainda sim maravilhosamente esquisita e única.
vale a pena dar uma chance :)
nat 27/12/2023minha estante
gostei da resenha amg, inclusive, quero reler a metamorfose


osaif 27/12/2023minha estante
Obrigada!!! Inclusive eu tb qro mt reler q metamorfose. Acho um livro incrível, msm dps d terminar d ler eu tive que ir processando ele aos poucos e a cada momento dá pra ter uma interpretação nova, sabe.


nat 27/12/2023minha estante
sim, acho muito bom reler livros, pq nunca somos os mesmos kk?


Cafeína 27/12/2023minha estante
A obra que mais chegou perto, para min, de representar a sensação de um sonho
É realmente sufocante


Sonic Judeu 29/12/2023minha estante
Gostei muito da resenha, é literalmente o que você disse, são 300 paginas de puro... oquê?
No início eu não entendi nada, no final eu achei que tava no início.
E ao mesmo tempo é incrível, por que é basicamente isso que acontece em um processo judicial, você não entende nada. E o livro passa essa sensação que o próprio personagem sente, de lugares sufocantes, da dúvida de tentar descobrir algo, mas sempre tudo em vão, a gente se sente na pele do personagem, simplesmentec confuso.
E parecendo até mesmo um sonho estranho. Kafka é incrível.


osaif 30/12/2023minha estante
sim!! eu tava muito desacreditada q seriam 300 paginas de nada, e pasmem sao 300 pagina d nada kkkkkk kafka é surreal




Sam Regis 18/06/2020

E o STF imitou a arte...
? E é então que a vida imita a arte.
Obra que infelizmente parece ser tão atual, conta sobre como Josef K, na manhã de seu 30° aniversário se vê com sua casa invadida por homens estranhos que se dizem ser de um Tribunal e afirmam que ele está detido, e com um inquérito em andamento. Não é informado de que crime é acusado, os policiais pegam suas coisas, comem sua comida, e tentam roubar seus pertences. Durante todo o processo ele nunca é informado sobre qual acusação sofre, se vê refém de um inquérito, dependente de um advogado que mais ajuda do que atrapalha, e a constante vigilância que recaem sobre ele tornam sua vida insustentável.

A sensação de revolta perante os absurdos descritos, é algo que nos acompanhará por toda a narrativa; o humor empregado pelo autor é inteligente e sarcástico. Eis um livro que se encontra mais atual do que jamais o foi em nossas terras tupiniquins.

Vivemos em um país onde a DITADURA do STF nos assola e suprime, com juízes (que sequer prestaram concurso ou foram eleitos pelo povo), posam de deuses intocáveis que não suportam uma crítica/piada, e comparam fogos de artifício e manifestações pacíficas com atentados contra uma instituição tão corrompida e pobre, que se assemelha muito mais a um bueiro do que algo justo e bom, que a LEI e seus servidores deveriam ser. Temos um JUDICIÁRIO que cria leis e as autoriza; que acusa, investiga, e julga seus opositores (os conservadores que apoiam o Presidente), um deles já tendo servido forças criminosas; que invade casa de pessoas honestas pra roubar seus bens e humilhar, sem mesmo as informar a acusação que sofrem; prendendo uma mãe que se revolta contra esses canalhas, que tomam decisões autocratas passando por cima dos outros poderes. Um legislativo que em vez de apenas julgar, governa o país, prende inocentes e persegue pessoas. Por mais absurdos que sejam os acontecimentos desta obra, ela nada mais ilustra a nossa realidade. Ontem foi Sara, Allan, Weintraub; amanhã pode ser eu e você. A distopia não é só na literatura: vivemos em uma diradura do judiciário, e a censura vai correr solta.
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?
#stflixo
Andressa Menezes 18/06/2020minha estante
Excelente resenha! Disse tudo. #stflixo


Michel.Marden 27/06/2020minha estante
Palavras ao vento sem sentido!!!


Sam Regis 27/06/2020minha estante
Meu amigo,... A profundidade do seu intelecto, é a mesma que a de uma tigela de sopa.


Michel.Marden 28/06/2020minha estante
Anham!!! Sua capacidade intelectual tb é perceptível, quando vc fala sobre mim em vez de minhas palavras!


Sam Regis 29/06/2020minha estante
Minhas palavras falam exatamente de suas palavras e seu intelecto. Se você é incapaz de compreender a essência das coisas, não posso fazer muito por você. Mas não venha encher o meu saco, cabra! Vá vestir uma fantasia de minhoca e fique pulando no jardim. Além do mais, o que está fazendo aqui ainda? Se minhas palavras são "vazias", você pode só fechar a resenha sem problema nenhum; mas vejo que sua capacidade de raciocinar é igual a de uma criança: pouca, rasa e birrenta.


Marselle Urman 29/06/2020minha estante
Sam, é até fácil entender o paralelo que vc traça em sua resenha. Tem um artigo interessante sobre esse assunto, que dá pra fazer uma leitura diagonal até.

https://www.google.com.br/amp/s/ambitojuridico.com.br/cadernos/direitos-humanos/interpretacoes-juridicas-de-o-processo-um-dialogo-com-kafka/amp/

A questão principal do Kafka me parece ser muito maior do que um mero entrave burocrático, estamos falando da REIFICAÇÃO do sujeito pelo sistema. Me perdoe discordar do seu último parágrafo, mas em qualquer Estado democrático ( e portanto burocrático) de Direito, os entraves acontecerão, levados ao extremo pelo Kafka na sua ficção. Um dos poderes - qualquer um deles - não está satisfeito com a intervenção dos outros? Que siga o rito democrático, plebiscito quando cabe, reforma aos códigos legais, quiçá uma nova assembléia constituinte se for o caso. Da forma como vc expôs, só fomenta a desinformação dos poucos que pedem queda do STF (que é um absurdo) e a volta do AI-5 (que é inominável). Lembrando que o STF é uma Instituição e não uma ou onze pessoas específicas, o presidente é uma Instituição, o Congresso Nacional é uma instituição. Não deve haver pessoalismo nas decisões de nenhum deles.

Se quiser se aprofundar, recomendo uma leitura : O circuito dos afetos, Vladimir Safatle. O pré requisito é ler O Processo, coisa que já fizemos.

Abraço




Eliza.Beth 24/04/2022

A mentira se tornou a ordem mundial
Que leitura perturbadora!
Caótica, claustrofóbica, KAFKANIANA!

Menino Kafka, como o chamo em nossas conversas particulares entre leitor e escritor (hehe), foi genial. Mais ainda levando em consideração que esta é uma obra inacabada.
E com certeza isso contribuiu para o engrandecimento da obra: qual leitor não fica louco da vida quando um capítulo é interrompido do nada e temos que imediatamente ler a continuação? Pois é, em alguns momentos, não temos isso em O Processo. A curiosidade é eterna.

Falar que esse livro é metafórico e tem milhares de interpretações não considero necessário. Quem já se interessou minimamente pelo Kafka já deve ter ouvido isso. Portanto, vou apenas destacar uma das frases que me trouxe a interpretação que mais gosto: ?muitas vezes é melhor estar acorrentado do que livre.?

Tanto se fala em liberdade hoje em dia, mas poucos realmente refletem sobre.
Você pode ser a pessoa mais livre no mundo inteiro, mas no fim do dia, vc ainda está preso a si mesmo. Essa talvez seja a pior das prisões.

E, aproveitando as coincidências da vida, enquanto ainda pensava sobre O Processo, comecei a ler O mito de Sísifo e me deparei com a seguinte frase: ?Começar a pensar é começar a ser atormentado?.

Foi a conclusão que eu precisava: sendo nós seres pensantes, nunca seremos totalmente livres.
Carolina.Gomes 24/04/2022minha estante
Nãoooo!!!! Eu nem li e estava outro dia pensando: a liberdade é uma ilusão. Ninguém é verdadeiramente livre. Kafka é um soco no estômago. Amei a resenha.


Eliza.Beth 24/04/2022minha estante
Bote soco no estômago nisso! Mas eu amo ??
Depois leia Ana, vc vai gostar tbm!


Carolina.Gomes 24/04/2022minha estante
Esse n tem erro. Lerei!


Ana Sá 28/04/2022minha estante
Eliza, você ativou mtas memórias que eu tinha deste livro... A sensação esta mesmo! Baita livro!


Eliza.Beth 30/04/2022minha estante
Que bom, Ana! Esse livro com certeza me marcou, fico feliz de saber que a marcou tbm.




Rosangela Max 16/08/2022

Uma leitura interessante, porém, arrastada.
É uma crítica ao sistema jurídico e achei curiosa a forma que o autor escolheu para fazer isso.
A história não é fluída, talvez seja assim para combinar com o tema, já que o andamento dos processos também não o são.
O protagonista, embora tivesse pressa para resolver logo a situação e recuperar sua imagem, apresentava uma certa apatia emocional.
A história teve momentos ?sem pé e nem cabeça? e o final também seguiu essa linha.
Tem um enredo bem diferente e não irá agradar a todos, mas é inegável que a escrita é autor é sensacional.
Recomendo a leitura.
Bruno Oliveira 17/08/2022minha estante
Eh, Kafka é assim mesmo. Uma escrita truncada que te nocauteia no final. :)


Rosangela Max 17/08/2022minha estante
Verdade. Acho que ele deu um clima diferente para cada história que ele criou. Por exemplo, eu amei ?A metamorfose?. Achei a leitura muito fluída enquanto ?O processo? teve zero fluidez pra mim. Mas valeu a pena a experiência de leitura. ??


Bruno Oliveira 17/08/2022minha estante
Né? Bons leitores se adaptam ao texto de cada autor/a lido; uns conseguem isso com mais facilidade, outros não. Acho surpreendente essa "elasticidade"; questão de hábito, certo? :)


Rosangela Max 17/08/2022minha estante
O importante é ser um leitor, independente de gostos. ?


Bruno Oliveira 17/08/2022minha estante
Isso aí! Concordo 100% com isso. Ler sempre. :)




Marcelo Rissi 17/02/2021

O processo (Franz Kafka).
Somam-se alguns anos desde que li ?O processo?, magnífica obra ? quiçá a ?Magnum opus? ? escrita pelo renomado autor tcheco ?Franz Kafka?. Impeli-me a esse objetivo não apenas por sugestão e incentivo do meu saudoso pai, mas também ? e, sobretudo ? por influência de um professor de direito processual civil que, logo na primeira aula (em 2006, para ser mais preciso, quando eu estava no segundo ano de faculdade), sublinhou a importância de conhecer esse trabalho, especialmente pelos estudantes e, em geral, pelos operadores do direito. Lembro-me, aliás, com nitidez, da categórica ênfase conferida a essa ?conclamação?, a partir da qual, inclusive, o professor inaugurou a primeira aula, voltada ao estudo dos princípios processuais (tema intimamente correlacionado ao assunto abordado nessa obra, ?O processo?).

À época, confesso, não creditei grande importância ao desafio proposto. Desde então, contudo, as palavras daquele professor sempre me fizeram eco e ruído, o que, admito, me desassossegava (e esse é, afinal, um dos papéis de um bom professor: instigar o aluno ao desafio e ao desconforto. À iniciativa. Ao raciocínio crítico e ao exercício dialógico de interdisciplinaridade. Às perguntas e não às respostas preestabelecidas).

Graduei-me em 2009, mas apenas alguns anos mais tarde (em 2016, salvo melhor juízo) ?enfrentei? a leitura de ?O processo?, ainda incomodado por não ter, até aquela ocasião, me debruçado sobre obra tão relevante, especialmente (embora não exclusivamente) no campo do direito. Ao finalizar a leitura, agradeci intimamente aqueles que me instigaram a conhecê-la.

O espaço de tempo que me separa do período que tive contato com a obra, conforme apontado, já soma aproximadamente 5 (cinco) anos. Não me sinto, assim, habilitado à elaboração de uma resenha propriamente dita, pois diversos detalhes já desvaneceram. De todo modo, reputo preservar, com relativa clareza, a ideia e a mensagem central da narrativa e, em razão disso, proponho-me à consignação de alguns breves apontamentos ? sem ?spoilers? ? para contextualização do enredo, para análise crítica das implicações originadas a partir da situação narrada e, sobretudo, se possível, para instigação à leitura, à semelhança do valiosíssimo incentivo que recebi.

Lançado em 1925, ?O processo? conjuga os elementos típicos que caracterizam a produção literária de Franz Kafka, autor notavelmente reconhecido pela elaboração de narrativas absurdas e pelo desenvolvimento de situações e cenas levadas a extremos e, assim, à irrealidade (será?).

Em ?O processo?, a narrativa se inicia no dia de aniversário do personagem central, Josef K., que, logo pela manhã, é despertado por agentes públicos que cumpriam mandado de prisão expedido em seu desfavor. Em vez do encarceramento imediato, porém, Josef K. foi agraciado, pouco depois, com o direito de responder à ?acusação? em liberdade, mediante o cumprimento de restrições (em situação jurídica semelhante, em minha leitura e interpretação, às medidas cautelares intermediárias diversas da prisão, previstas no Código de Processo Penal como alternativas à segregação preventiva). Mas, afinal, que acusação? É justamente essa pergunta que, pairando misteriosa, permeia o enredo e angustia não apenas Josef K., mas o próprio leitor (que, ao longo da narrativa, é defrontado, cada vez mais, com incontáveis perguntas e incógnitas, sem respostas).

Inicia-se, então, para Josef K., uma aflitiva saga repleta de impasses. O personagem, apesar de seu incansável empenho, não obteve acesso à peça de acusação formal elaborada em seu desfavor. É dizer: o personagem não conhecia sequer o teor da imputação que pesava contra si, em claro vilipêndio a princípios processuais básicos, como o contraditório, a ampla defesa e a publicidade dos atos judiciais, corolários do devido processo legal.

Em determinado momento da narrativa, o personagem, então, recebeu uma intimação para comparecimento a um interrogatório, oportunidade em que lhe seria oportunizado, se assim o desejasse, o exercício da autodefesa, com a apresentação de sua versão dos fatos (que fatos?). A situação, porém, era não apenas peculiar, mas insólita: o mandado de intimação não continha data e horário para o ato processual (interrogatório), tampouco o endereço do tribunal!

Desconcertado, o personagem percorreu, a partir de então, uma verdadeira ?via crucis? para localização do tribunal. Chegando, finalmente, ao vetusto ambiente repleto de pessoas, Josef K. foi severamente repreendido por seu ?atraso?, mas a ?incúria? foi, de todo modo, relevada pelos julgadores, que, então, designaram nova data para interrogatório, ao qual, dessa vez, o personagem compareceu. O principal e mais angustiante óbice, porém, ainda subsistia: Josef K. desconhecia o próprio teor da acusação.

Para superação desse inusitado impasse, Josef K., sem visualizar alternativa, idealizou a ?estratégia? de se defender de todas as situações que, em sua vida, reputou ter agido mal. Assim, Josef K. considerou ? ou, ao menos, imaginou ? que, em algum momento de seu discurso, ele finalmente abordaria o desconhecido objeto da acusação ? cujo teor, repita-se, lhe fora, até então, completamente sonegado ?, defendendo-se, em algum momento, da imputação que pesava contra si, qualquer que fosse ela.

Josef K., assim, iniciou a sua sustentação oral, desenvolvendo a autodefesa em discurso apaixonado ao qual agregou, ainda, críticas severas e inflamadas, mas justas ? frequentemente atalhadas e admoestadas pelos julgadores ? contra o sistema de justiça, tão falho e tão iníquo ao personagem naquele contexto e naquelas condições.

Essa é a tônica que, em apertada síntese, norteia a obra. Avançar na sumarização do enredo é arriscar-se à emissão de indesejáveis ?spoilers?, de modo que, quanto à narrativa em si, abstenho-me de outras considerações.

Escapando, porém, à órbita da análise da história em si, objetivamente narrada, e partindo para uma investigação mais ampla da obra ? perscrutando, sobretudo, a mensagem proposta pelo autor nas entrelinhas, por trás do enredo ?, há alguns pontos que convidam a importantíssimas reflexões críticas.

A produção literária de Kafka é marcantemente caracterizada pelo absurdo. As situações narradas pelo autor ? nesta obra e, no geral, em todas as outras do escritor ? são levadas a extremos. Em interpretação puramente pessoal, acredito que o objetivo seja o de, justamente, evidenciar e escancarar o risco maléfico, potencial ou real, que qualquer situação viciada na origem pode, não sanada, provocar.

Especificamente em relação à obra ?O processo?, o autor desenvolveu as características típicas de sua produção literária ? centrada no absurdo ?, projetando-as na análise do sistema de justiça.

O enredo desenvolvido em ?O processo?, como se nota, se caracteriza pelo irracional. A situação é atípica. É insólita. É, sobretudo, absurda. As circunstâncias da narrativa (especialmente porque levadas a extremos) permitem, porém, profundas reflexões sobre a fundamental e irrenunciável importância de respeito ao devido processo legal e aos diversos princípios constitucionais em âmbito do processo judicial. Esse debate, evidentemente, não se limita ao contexto espacial e temporal da narrativa. Ao contrário: incentiva a reflexões atuais e sumamente relevantes acerca de temas afetos a direito processual e às garantias mínimas asseguradas a todo cidadão num processo judicial, ou mesmo fora dele. E é sobretudo sob esse último aspecto que a obra extrapola o interesse meramente jurídico e, em consequência, instiga a reflexões afetas ao próprio exercício da cidadania (debate que a todos interessa).

?O processo? evidencia, como etapa necessária e fundamental à efetivação e à materialização dos ditames do devido processo legal, a necessidade de respeito a princípios constitucionais/processuais básicos, caros e comezinhos, como o contraditório, a ampla defesa, o direito à defesa técnica, a publicidade dos atos processuais, a lealdade processual, a boa-fé, a razoabilidade e a fundamentação das decisões judiciais (se houve motivação dos atos processuais, os respectivos teores foram sonegados do personagem, como lhe foi sonegado, no geral, todo o conteúdo da acusação).

A obra permite, ainda, subjacentes reflexões atinentes à necessidade de respeito à dignidade humana, garantia claramente subtraída, em diversos aspectos e níveis, do personagem, seja pela forma como o processo foi conduzido, seja pelo modo como o personagem foi tratado.

A obra também oportuniza, em certos aspectos, reflexões acerca da necessidade de proibição de determinadas modalidades de penas.

Anos após aquela ?conclamação? que, desde a faculdade, me fez tanto ruído e eco, compreendi, após a leitura de ?O processo?, a sua importância e o seu inestimável valor, essencial não apenas aos operadores do direito, mas a todos aqueles que desejam construir, a partir de uma análise crítica, uma visão humana do processo (lembrando que, por trás dos calhamaços e da crueza de papéis, dos carimbos, das formalidades e das solenidades, há vidas, pessoas, histórias, angústias e aflições que aguardam e confiam no Poder Judiciário, como derradeira trincheira, a justa solução dos conflitos).

Recomendo enfaticamente a leitura dessa obra.
Débora 18/02/2021minha estante
Irretocável!???


Marcelo Rissi 18/02/2021minha estante
Muito obrigado, Débora!! Já leu essa obra?


Débora 18/02/2021minha estante
Infelizmente ainda não, Marcelo!


Marcelo Rissi 19/02/2021minha estante
Fica a dica, então!! Obra excelente!!


Débora 19/02/2021minha estante
Suas dicas sempre valiosas! Obrigada, Marcelo!




Pappa 28/12/2009

Clássico
Este clássico da literatura internacional conta a história de um homem que num belo dia recebe a visita de algumas autoridades que lhe informam que há um processo contra ele que está correndo em sigilo, e portanto nem mesmo ele pode saber do que se trata. Como ele não tem a menor idéia do que pode ter feito de errado conscientemente, não leva a história a sério, e inconscientemente vai asumindo uma culpa que nem ele sabe se é verdadeira ou não.

Quando pensei em comprar o livro o tema me chamou a atenção: um homem luta contra um processo sendo que não sabe contra o que tem que se defender. Parecia ser um estilo próximo ao de Kobo Abe no ótimo "The Woman in the Dune". Porém o enfoque não é bem este e sim de como ele vai tomando as decisões erradas e assim vai também minando sua inocência. Na verdade o fato de ele não saber nada sobre o processo praticamente não é citado na trama, é tomado como algo natural, o que de certa forma me decepcionou.

Outro ponto que não me agradou muito é que na verdade esta é uma obra semi-acabada. Existem diversos capítulos no apêndice em que eles são transcritos. Nem mesmo a ordem dos capítulos está totalmente certa, segundo observação no próprio livro, que cita fatos que nos dão a entender que Kafka ainda não tinha todas as idéias organizadas.

Por fim, achei que a tradução tira um pouco do prazer da leitura. Mesmo sem saber nada de alemão, em alguns trechos percebe-se que a escolha das palavras não ajuda no entendimento. Não sei se também por ser uma obra já antiga, a linguagem do original não ajude neste ponto.

Enfim, uma história interessante, porém esperava mais de um autor clássico que influenciou vários outros mais recentes, alguns dos quais sou fã.
rafaelverolla 22/02/2011minha estante
Concordo totalmente com você. Fiquei decepcionado com o livro, não consegui nem ao menos terminar, e olha que me esforcei!
Ler um livro do Kafka para mim é como um processo kakaniano.
Não que eu penso que o livro seja ruim; mas achei ele de dificil leitura, e concordo que fiquei muito decepcionado quando ele trata o fato de o personagem não saber o porque está sendo acusado com superficialidade. Esse deveria ser o ponto central, na minha humilde opinião.


Helio 01/09/2013minha estante
Concordo com vc em tudo, aqui li a versão em português de portugal, o q tb me deixou frustrado. :(


Caroline1088 09/03/2015minha estante
Mas essa é a questão em Kafka. O importante não é o porque (assim como em A Metamorfose, não sabemos como isso aconteceu), mas sim as consequências desse acontecimento para a vida da personagem (como o sentimento de impotência que pode ser citado para ambos os livros)


Hernane 26/03/2017minha estante
Você tem razão. A tradução (ao menos da minha edição) está horrível. Há frases e períodos que fazem muito pouco sentido não pela ideia que eles deveriam exprimir, mas sim pela escolha confusa das palavras.


Salomão N. 12/04/2017minha estante
Estou achando ao mesmo tempo genial e um pé no saco.
Vale a pena ler, mas sou mais o estilo do Thomas Mann ao Kafka. Hehehe




Rafa P. 03/11/2013

O processo narra a história de Josefh K. que acorda na manhã do seu 30º aniversário por dois guardas que o acusam de um crime e informam que ele esta detido. A partir deste momento é aberto um processo contra o personagem e este inicia a sua defesa contra as acusações. Até neste ponto a história parece normal. No entanto, a tal acusação é abordada de forma misteriosa, não sendo nunca revelada ao acusado. E todo o processo em si, é absurdamente surreal, apresentando situações grotescas, impossíveis e nada convencionais.
O que eu percebi na narrativa do autor, foi uma óbvia crítica ao sistema judiciário, mostrando a sua descrença e talvez até insatisfação deste com a justiça, apontando no texto como a Justiça pode ser burocrática, injusta, desinformada, arbitrária, subornada e entre outras associações feitas pelo autor. E isso foi abordado de forma genial, através de uma história improvável.
A narrativa é repleta de críticas ao sistema, devaneios kafkianos e muito sarcasmo, envolto em ironias direcionada ao funcionamento de determinados setores da sociedade.

Não é um livro de fácil leitura, é necessário paciência e um envolvimento ativo de leitor em interpretar as reflexões na qual Kafka quer conduzir o leitor.
Outro ponto que dificulta a leitura, é o fato da obra ser publicada após a morte do autor, e por isto não ter sido concluído alguns capítulos e até mesmo a organização deste, que foi realizada pelo amigo de Kafka. No resultado final não compromete a obra, mas fica algumas pontas soltas para conclusão de algumas situações apontadas na história.

O final é inesperado e chocante, fiquei atordoada com o desfecho e também com o sentimento de frustração do autor para com a sociedade, já que a última fala da história é forte e reforça todo esse sentimento.
Bruno 04/11/2013minha estante
Interessante. Parece ser maior e mais complexo do que "A metamorfose". Vou lê-lo.


Rafa P. 07/11/2013minha estante
Esse é o próximo que vou ler. Kafka é um autor enigmático. Gostei do estilo de sua narrativa.
Bruno vale a pena, é um pouco cansativo, mas coloca o leitor para pensar !!


Thiago 21/02/2014minha estante
[SPOILER] Creio que os livros do Kafka servem sempre de alegoria para algo que não fica explicitado no texto... Minha teoria quanto ao O Processo é que seu objetivo não é ser uma crítica quanto as instituições públicas (embora o livro funcione perfeitamente bem nesse sentido), mas sim quanto a forma da Igreja controlar as pessoas através da condenação moral, incutindo-lhes um medo "metafísico" infundado e incerto. Assim, o Tribunal seria a Igreja que julga e condena (apesar de ser hipócrita e também se permitir aos pecados humanos como na passagem do primeiro interrogatório do K.)... e o Juiz da Sentença (que nunca vemos durante o livro) seria o 'deus' idealizado por essas igrejas.. implacável e sempre pronto para castigar, e ninguem é bom o suficiente para conseguir uma absolvição! Outros elementos simbólicos seriam o final que se passa numa igreja, o padre que se apresenta como o capelão responsável pela prisão do tribunal e, naturalmente, a história que o padre conta ao K. (sobre um homem que tenta passar por uma porta e um porteiro que sempre o impede... seria uma alusão ao fato de todos as pessoas ansiarem por uma evolução espiritual, enquanto as instituições religiosas muitas vezes impedem que essa evolução aconteça ao mesmo tempo que as ilude?)
...Mas divago, Kafka pode não ter pensado em nada disso, ainda sim... Kafka é foda!


Rafa P. 22/02/2014minha estante
Thiago muito interessante seu ponto de vista, que pode ser facilmente aplicado a história. E é justamente por isso que Kafka é incrível, por conseguir apresentar uma história improvável, causando diferente impressões no eleitor. É realmente um autor enigmático.




Sandro 30/11/2017

Durante 1 ano, K. se vê envolvido em um processo sem saber do que foi acusado. Sua vida segue normalmente, assim como suas atividades no banco em que trabalha, embora tenha de se apresentar regularmente para interrogatórios pouco elucidativos tanto para ele quanto para o leitor.
Uma série de situações absurdas vai acontecendo, como a do padre que interrompe a missa para falar do caso de K. e o quarto secreto onde funcionários do judiciário são açoitados.
Burocracia, abuso de poder através dos segredos de justiça de um sistema corrupto e o envolvimento do personagem com mulheres duvidosas como a enfermeira de seu advogado de defesa - que se mostra tão desonesto quanto a acusação - marcam a história.
A escrita do autor é chata e a história parece não desenrolar nunca.
Mas por algum motivo, o final desse livro ficou na minha cabeça após o término da leitura.
FrankCastle 30/11/2017minha estante
Faz 10 anos que li. Esse livro me remete a uma época que comecei a comprar vários livros da L&PM naquelas estantes giratórias. Livros clássicos, com preços razoáveis. Despretensiosamente peguei este, Nada de Novo no Front e Crime e Castigo. Quando a O Processo, resumiria ele como um livro agoniante. Preciso ler novamente, para ver como reajo, mas sempre lembro dele quando tenho certos sonhos recorrentes em que estou tentando chegar em algum local e não consigo, traz uma sensação bem semelhante a vivenciada por K.


Sandro 30/11/2017minha estante
Eu fiquei impactado com o final, mesmo tendo achado o livro entediante em boa parte do tempo. ?Como um cachorro?.


FrankCastle 30/11/2017minha estante
Legal! Nem me lembrava desta parte exata. Peguei o livro aqui da estante para dar uma olhada. Nem lembrava, mas nesta edição que tenho, tem algumas notas de rodapé e até um apêndice. Deu uma baita vontade de ler! O farei, cedo ou tarde! Obrigado pela lembrança! Boas leituras!


Sandro 30/11/2017minha estante
Obrigado, amigo. Pra ti tb!




spoiler visualizar
Laura Januário 09/01/2024minha estante
??????????


Steffany4 11/01/2024minha estante
Creio tbm que essa falta de aprofundamento nos protagonistas do kafka é proposital, algo pensando pra trazer incômodo e frieza, deixando explícito o que ele pensa de como o sistema jurídico trata e ver as pessoas?


Otávio Augusto 11/01/2024minha estante
Certamente é proposital, pois Kafka quer mostrar o quão desprezível é a individualidade humana frente a instituições burocráticas. Mas ainda acho que poderíamos ter protagonistas kafkianos mais complexos.


Steffany4 11/01/2024minha estante
tbm acho que os protagonistas deveriam ter um aprofundamento melhor, maaaas acho que ainda não estamos acostumados com personagens que não tem esse "background".




adorkableforme 24/12/2019

Josef K e a Justiça Burocrática
Este livro foi muito agonizante e aperiante a leitura. Primeiro pois,mesmo amando a escrita de Kafka em A metamorfose,a escrita dele em "O Processo" não foi tão acolhedora e cativante quanto o outro livro.
Segundo,pois,mesmo a escrita não sendo tão cativante o leitor consegue sentir muito bem o aperreio de Josef K por não compreender,porque estava sendo processado e logo em seguida, não conseguir ajudar o processo a andar e ser finalizado.

Contudo, o livro não foi finalizado e há uma abertura muito grande entre o antepenúltimo, penúltimo e último capítulo. Principalmente,entre o penúltimo e último. Em que antes estávamos com o processo com poucos meses e no ultimo capítulo já tinha se passado um ano deste e sem explicações ao leitor ou ao próprio Josef K,já que ele não esperava por isso,ele é morto.

Entretanto, o livro demostra sabiamente,
como acontece aos processos que recaem aos menos favorecidos que muitas vezes o são inocentes ou cometeram delitos de menor valor,mas como não tem conhecimento de como proceder acaba sendo vítima de uma justiça que não é feita para os menos favorecidos

Como também, a obra demostra como a justiça mundial ainda é demasiado burocrática, impessoal,enfadonha e falha o que não favorece nem aos "réus" nem as pessoas que a conduzem.

Ademais,pode-se comparar Josef K de "O Processo" com Gregor Samsa de "A Metamorfose" afinal os dois acordam e de uma hora para outra sua vida inteirinha estava mudada e infelizmente,pode-se dizer estralhaçada. Gregor Samsa acordou e descobriu -se um inseto gigantesco já Josef K acordou e descobriu-se preso e condenado a um processo que de acordo com ele era inocente. Os dois personagens ao longo das duas narrativas tentam de todas as formas compreender o porquê estão naquelas situações e sair delas,contudo cada vez mais vão se afundando nelas até acabarem sendo destruídos.

Enfim, o termo "Kafkiano" refere-se a coisas complicadas,surreais, absurdas,onde o mundo real e ficcional se confundem. Demostrando, que Franz Kafka é um mestre neste quesito.

Entretanto,para mim Kafka em suas obras,também quer demostrar como a sociedade não é favorável as minorias sociais e principalmente,ao diferente,ao que para ela(a sociedade) não é comum. E mesmo que esse ser diferente trabalhe demais para ser aceito e compreender a causa de não ser aceito, ele ao final é sempre destroçado.
Lorenna 27/12/2019minha estante
boa resenha! esse último traz uma reflexão que também é possível de fazer com a história do monstro de Frankenstein, da Mary Shelley.


Lorenna 27/12/2019minha estante
boa resenha! esse último parágrafo traz uma reflexão instigada também na obra Frankenstein, da Mary Shelley!


adorkableforme 30/12/2019minha estante
@Lorenna sim, achei muito parecido essa ideia com a de Mary Shelley


Julião 15/01/2020minha estante
Olá, tive essa mesma percepção ao terminar de ler. Kafka tenta descrever da melhor forma possível uma favela bem parecida com as que vemos hoje e dá para entender que as pessoas que moram e trabalham lá são pessoas sem tanto estudo como o personagem principal. Há todo o lance relacionado a desigualdade no processo dos menos privilegiados. É um problemásso! O livro nos transmite muitos conceitos de bolhas sociais, mas só para aqueles que se esforçam para compreender. A outra grande maioria ficou tão vidrada nos respectivos porquês -que são sem respostas- que isso ficou bem frustrante.




Fer Paimel 04/03/2021

Dilema
Não duvido que esse livro seja uma experiência literária melhor que a nota que dei, mas a edição prejudicou muito minha leitura.
O final foi tão surpreendente que tive de reler para ver se tinha entendido bem.
Quero ler outros livros do Kafka, mas não me parece uma leitura fluída e direta (que é meu gosto).
Tiago.Boaventura 04/03/2021minha estante
Li esse livro na época da minha faculdade e, por ter sido obrigado a ler, não tive uma boa experiência. Preciso reler essa outra para tecer maiores considerações.


Fer Paimel 04/03/2021minha estante
Pois é, na minha graduação também me passaram essa leitura, mas na época não me engajei e deixei de lado... ainda não foi uma leitura proveitosa, mas gostei de ter conhecido mais o autor


Tiago.Boaventura 04/03/2021minha estante
Quero ler dele o metamorfose




liaentrelivros 11/08/2023

Grandes advogados? Mas quem são eles? Como os contactamos?
Josef K., bancário, entrando na crise existencial dos 30 com os dois pés, bem no dia do seu aniversário.

Para não ficar muito tempo presa na confusão kafkaniana, já iniciei a leitura comparando as arbitrariedades do caso com os princípios processuais: esse livro bingou a ausência de todos os existentes no ordenamento jurídico! Não existe legalidade, publicidade, não tem como ter contraditório, nem ampla defesa, porque, simplesmente, ninguém sabe dizer ao menos qual é a acusação de K.

Mas, a obra não se resume à análise pela ótica da justiça, com sua morosidade ou a falta da "duração razoável do processo". É uma crítica ao sistema judiciário e às doutrinas que os governos impõem, alienando a sociedade (os superticiosos) para que não questionem suas decisões, ou, repreendendo qualquer tentativa de rebelação - mesmo que, provavelmente, você não tenha feito nada.

Assim como todo mundo, achei o livro confuso em algumas partes, quase enlouqueci tentando entender o papel do pintor, depois embarquei no pesadelo de Josef K., que é o mesmo de tantas pessoas comuns, que sofrem com o descaso da justiça e a violação da dignidade da pessoa humana pelo mundo. O final é chocante!

Para uma primeira leitura já achei maravilhoso, mas, é aquele tipo de livro que você sabe que numa próxima oportunidade terá muitas outras interpretações!
Mariimagno 08/09/2023minha estante
Nunca consegui terminar ?


liaentrelivros 08/09/2023minha estante
Eu fui na força do ódio, pq alguma coisa tinha que fazer sentido no fim de tudo! Hahahahaha.


Mariimagno 08/09/2023minha estante
Simmm, ele é angustiante demais kkk




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