História das idéias sociais

História das idéias sociais Kurt Schilling



Resenhas - História das idéias sociais


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Ale 16/01/2023

Editoras brasileiras, invistam numa nova edição desse livro!
Não consigo entender o porquê de certos livros simplesmente sumirem do mercado editorial brasileiro. "A História das Ideias Sociais" do professor Kurt Schilling, tendo sua segunda e ultima edição lançada em 1977, é um bom exemplo disso. Sabendo que, dentre as três grandes obras disponíveis sobre o tema, essa é a mais compacta e acessível, me causa muita estranheza a falta de uma edição atualizada e revisada (essa possui numerosos erros de digitação e etc).

A partir de uma recomendação que me é muito cara e uma otima promoção que achei na Estante Virtual, comprei esse livro. Sabendo que muito das ideias abordadas aqui são inéditas pra mim, fiz uma leitura bastante despretensiosa e longe de ser em regra. Sendo assim, não tenho muito o que dizer nessa resenha.


Na introdução, o autor estabelece a noção de três aspectos centrais da obra: história, homem e ideia. Vou me ater ao o último desses aspectos. O sentido restrito de "ideia" é o seguinte: a reflexão sobre uma comunidade social ja formada ou o projeto puramente especulativo, filosófico, de uma nova ordem social no interior de uma comunidade social ja existente, com a finalidade de corrigi-la ou substituí-la.
Um exemplo disso é a tentativa que Platão faz, através do seu "governo dos educados", idealizado na sua famosa obra " A República", de salvar a então decadente polis grega e o seu sistema de "governo dos governados".
O livro é dividido em 4 partes (antiguidade, the chad cristianismo e idade media, the virgin era moderna e, por ultimo e mais cruel, era industrial) e 30 capítulos. Em cada capítulo, somos apresentados a expoentes das ideias sociais - predominante filósofos, mas tambem poetas e cientistas da natureza, em certos casos -
e o contexto em que estão inseridos. O autor também separa certos capítulos para falar sobre conceitos sociológicos como, por exemplo, a distinção entre sociedade e comunidade proposta por Tönnies que é fundamental para a compreensão da obra. Em linhas gerais, as relações de uma autentatica comunidade precisa transcender os interesses dos indivíduos em prol de algo que ligue essa comunidade, ao passo que relações de sociedade são formadas de interesses mais utilitários.

Acho interessante comentar sobre o último capítulo, "A Integração Política das Massas na Atualidade". Nele, o autor começa comentando sobre a situação do homem na idade da técnica, onde a alta especialização aflige os mais variados setores da vida humana, tirando cada vez mais a capacidade de ser independente dos indivíduos: "A vida humana consiste em trabalho e consumo. Da mesma forma que o trabalho na cidade industrial é especializado e em seus contextos ulteriores é incompreensível para os seres isolados, assim tambem é o consumo. Exatamente sobre esse aspecto, o julgamento do homem, por exemplo no que diz respeito à participação se seu próprio gosto independente, se torna cada vez menos possível." O autor mostra que a possibilidade de tentar diminuir esse estado de dependência do homem, é a integração no chamado "mundo artificial da opinião", a indústria da imprensa. Apesar do livro ter sido publicado em 1957 e, por isso, o autor desconhecer as proporções que o advento da internet tomaria, as criticas dele sobre a relação do homem com a imprensa não poderiam ser mais atuais! Depois, o autor discorre sobre quatro ideologias: Fasc1smo, Nac1onal-Socialismo, Comunismo russo-chines e Industrialismo Americano. As duas últimas sendo as de maior relevância atualmente, se mostram extremamente problemáticas e semelhantes em muitos aspectos: "Ja se observou frequentemente que as diferenças entre a América e a Russia (vale lembrar que na epoca do livro a dissolução da URSS ainda nao tinha ocorrido) em ultima análise não são tão grandes quanto a luta partidária da a entender." Ambas não podem constituir relações de comunidade : "A questão hoje, residiria para todas essas formas sociais em um retorno a formas autênticas de comunidade e a  verdadeiros individualismos. Na sociedade industrial não há lugar para nenhum dos dois." Com "verdadeiros indivudualismos", o autor está citando as ideias de Epicuro e Schopenhauer.

Como eu disse, não fiz uma leitura em regra e terei de fazer novas leituras para absorver mais dessa grande obra. Recomendo fortemente a leitura do ultimo capitulo para todos! Se quiserem, tenho o livro em formato digital...
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