Almir Junior 02/02/2024
O melhor até aqui
A rainha pode ser insuportável mas ela chamando a Morgana de "prostitu@ v@gabunda" foi o trecho que mais me divertiu do livro. Vai ter spoiler a seguir, não reclame, você foi avisado. O capítulo que a rainha e o próprio Arthur descobrem que a Morgana teve um filho do irmão é muito divertido, é de longe o melhor que a autora já escreveu nessa saga. Uma pena que o capítulo termina com o Arthur se acovardando e apesar dele saber que não tem culpa pelo incesto e pelo bastardinho, ainda assim ele se curva perante a esposa e ao cristianismo e topa uma penitência super longa definida pelo padre lá. Triste.
Ainda é cedo pra falar porque não terminei a saga, mas a forma que a autora trata o rei Arthur é frustrante, como guerreiro é dito que ele é qualquer coisa, que Lancelot é mil vezes melhor, como rei ele pacificou a Grã-Bretanha mas ninguém liga muito pra isso, essa paz só serve pra tornar a vida da galera bucólica. O cara traiu Avalon pela mulher e ainda assim tudo que recebe de volta é o título de maior 🤬 #$%!& da região. Difícil você se afeiçoar por Arthur e sentir algo por ele além de pena. Não parece que esse cara virou uma lenda. Mesmo sendo uma história contada pelo ponto de vista feminino eu não esperava que fosse diminuir tanto o personagem.
Mas ao menos nesse livro acontece algumas coisas, diferente do anterior, aqui Viviane é morta brutalmente por intolerância religiosa e o assassino é punido de uma forma bem besta pelo rei (Novamente Arthur meio bobão). Mas logo depois é assassinado também, acontece. É legal porque é um dos raríssimos momentos que a Morgana, sempre tão austera, demonstra completo desespero diante dos demais.
Também rola da rainha e todos ao seu redor serem extremamente burros e permitirem que a mulher vá pra ilha do irmão bastardo e insatisfeito, obviamente doido pra causar uma merd@. Aí ela é presa, seus poucos guardas são mortos ou presos e a mulher é estupr@da pelo meio irmão. Eu achei desnecessário, livro infanto juvenil desse com essa cena pesada do nada. Mas isso só acontece pra Gwynevere ficar se sentindo um lixo porque acabou cedendo depois que apanhou e pro Lancelot vir salvá-la. E isso influencia em que no resto da história? ABSOLUTAMENTE NADA.
Ela sai do cativeiro com seu salvador prometendo nunca mais esconder seu amor por Lancelot. Lindo. Então ela volta pra Camelot, mas a partir do momento que Arthur volta tudo volta ao normal também, ela não conta pro rei que foi abusada, tampouco que quer ficar com o Lancelot. E o casal se desfaz de vez um tempo depois, já que o bonitão é enganado e acaba tendo que casar com outra. E em pouco tempo já mete 3 bonecos nela. Uma máquina de pensão. É maneiro porque a Morgana toma partido nisso, ela com suas tramoias causa o casamento do malandro com uma amiga genérica dela lá. Em troca de uma criança. As partes com a criança e a Morgana seguindo pra Avalon também é bem legal, a autora na hora de escrever criança sempre manda muito bem, desde o primeiro livro. Devia ter escrito um It, a Coisa medieval. Ou um Conta Comigo, com o Arthur e Lancelot crianças indo fazer uma merd@. Enfim, voltando, a rainha que já odiava a Morgana, depois dessa ficou mais puta que o Didi quando você chama ele de Didi. Perdão, Dr. Renato, fiz de novo.
Morgana tem uma reviravolta aqui, finalmente lembraram que ela é a protagonista, acaba casando com um coroa, mas tava afim é do filho dele e foi tapeada. Nisso se torna a rainha de uma região lá, enquanto tr@nsa horrores com o afilhado. Essa aí gosta de deixar as coisas em família. E de repente a gente descobre que esse cara, o Aqualon, é iniciado nas artes de Avalon, então através dessa relação dos dois, a Morgana vai recuperando a arte de Avalon e voltando a ser uma sacerdotisa. Como? O dênis do cara é mágico? Não sei, só sei que foi assim.
No final do livro Morgana encontra seu bastardinho, ele tá puto das calças, mas a respeita enquanto sacerdotisa de Avalon. E o livro se encerra com esse rapaz chorando seu desgosto da vida no colo da mãe de criação, a promíscua, porém boa mãe, Morgouse. A nossa Andressa Urach da mitologia Arthuriana.
Não acho que seja um grande livro, tem vários momentos enfadonhos como o papinho nas festas e outros momentos que não levam a nada. Como a rainha sendo violentada ou um auto proclamado imperador de Roma que manda arautos pra invadirem a festa de Arthur e praticamente declararem guerra a Camelot. Depois de uma confusão lá, o Rei Arthur se levanta e então brada a todos reunidos "Se preparem porque estamos novamente em guerra". Todo um capítulo pra isso e no final das contas essa guerra é travada entre um capítulo e outro. Você não vê nem ouve falar de nada. Só depois o filho da Morgana fala que lutou na guerra e que Arthur venceu. Po, que dahora hein. Adorei Bradley.
Mas dito isso, ainda é o melhor livro da saga até aqui.