Junior Cazeri 10/07/2011
Diogo de Souza é um jovem autor que em seu primeiro livro, lançado em 2008, já mostrava um bom domínio da linguagem e do ritmo narrativo, para trazer aos leitores uma aventura paranormal. Rigel é um prodígio da Fundação Cosmos,talvez a mente mais poderosa do mundo no que diz respeito à telecinese. Contudo, o garoto faz descobertas traumatizantes sobre seu passado, suas origens e de seus familiares e, diante de tais revelações, não tem outra alternativa senão fugir e ir em busca de seu pai. Com todos os poderes que controla, poderia até ser uma tarefa fácil, não tivesse ele que convencer o pai de que ele é quem diz que ser, viver sem memória e fugir dos agentes da Cosmos, pessoas perigosas com dons de clarividência e telepatia.
Obviamente, Diogo de Souza bebeu de várias fontes para compor seu romance. A mais evidentes de todas são os X-Men, mais precisamente os Novos Mutantes, já que jovens com poderes assombrosos vivendo em uma instituição que os abriga como uma família e os auxilia a desenvolver seus poderes é uma idéia bem conhecida dos quadrinhos. O uso de pseudônimos para os personagens reforça essa impressão: Rigel, Alphard, Vega, Deneb, Rasalas, Polaris e assim por diante. Outra referência é a cinematográfica, de vários títulos de ação, que devem ter inspirado as muitas cenas de perseguições, lutas e arrombamentos que vão aparecendo aqui e ali.
O que temos em Fuga de Rigel é um livro bastante divertido, uma aventura bem conduzida com perigos e muita ação, que provavelmente vai agradar em cheio aos que querem uma leitura leve e descontraída. Desde a fuga que inicia a história até seu clímax, o autor não deixa o clima esfriar e mantém um ritmo ágil e dinâmico, com descrições que auxiliam o leitor a “ver” a ação que transcorre no livro. É uma obra para a leitura de um só fôlego, já que, em momento algum, ela se torna maçante ou cansativa, mesmo não sendo uma trama totalmente original.
No entanto, pequenos deslizes vão chamar a atenção do leitor mais atento: existem vários erros de revisão (culpa da editora?); falta um vilão, se é que podemos chamar assim, mais desafiador para o herói, o que tornaria certos trechos menos previsíveis; e em dois momentos críticos da trama, computadores entram em cena de forma bastante ingênua, que poderiam ser resolvidas com dois recursos simples: antivírus e backup e, penso eu, nesse momento a história dá uma derrapada.
Para quem procura um livro que, acima de tudo, valoriza a ação e a aventura, Fuga de Rigel não vai decepcionar. O pessoal que curte quadrinhos e tem curiosidade para saber como seria uma história dessas em livro, também terá uma bela amostra em mãos. Enfim, é um bom livro para vários públicos.
Resenhado no http://cafedeontem.wordpress.com/