Todas as cartas

Todas as cartas Clarice Lispector




Resenhas - TODAS AS CARTAS


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Pedro3906 10/09/2023

[A leitores do Skoob e Clarice Lispector]
Impulsivo que sou decidi desafiar-me a ler esta coisa toda aqui, submergir em Clarice e a intimidade sucinta de tuas cartas. Ainda cedo e primário na literatura da autora, vivi e vivo dualidade intensa das pequenas leituras de seus textos e embora considere-me um tolo metido a besta, suas palavras são certeiras cortando a massa cinzenta que me assusto, me imagino um pouco seu igualmente.

Clarice não se entrega aos modismos, não se transfigura por vergonha de si: aguenta-se com dignidade. Acompanhar as correspondências é de imenso prazer, notar o carinho pelas irmãs, a sensação de solidão, os constantes risos que caí devido excentricidade dos termos que usava, do aconchego aos olhos e ouvidos. Impressionei-me das questões psíquicas abordadas, hoje entende-se a grande perda provocada por não nos cuidarmos mentalmente desde primórdios, o abandono de si, e aqui, tanto em Maury como em Tânia e Pedro mesmo, nota-se cuidado de caso, tentativas (ainda que pessoas as quais essa possibilidade se concretizasse materialmente).

Peço perdão para ela. Cometi o desagrado de literalizar as pequenas coisas, firulas corriqueiras suas, e amolar dando-os causa de vida. É que para os inertes qualquer sopro assombra. Terminando senti vazio secular tal qual silenciasse também eu, fim dos relatos, fim de vida, fim de uma companhia extensa.

Querida, lerei teus textos outros. Desculpe-me andar depressa e descuidado, essa resenha não presta, afinal. Nem carta é porque não é assim que se escreve. Receba um abraço do seu

Pedro
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sinara.barrosdelima 17/11/2023

Histórias tocantes, algumas bem difíceis de compreender, mas muito profundas. Não é uma obra fácil e rápido de ler.
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Léia Viana 10/12/2023

Clube de leitura - Lendo Clarice Lispector em ordem cronológica - Ju Gervason (A Melhor em Clarice)
"É preciso sempre desconfiar quando assumo esse sorridente ar infeliz."

Sou apaixonada por livros cujo tema são cartas, acho íntimo e muito interessante por ter fatos e o cotidiano da pessoa que as escreve, o momento que está vivendo - tanto a pessoa quanto o mundo; seus interesses, receios, alegrias, sentimentos, está tudo ali. Conhecemos, de uma maneira única, uma parte de quem as escreve e isso dá uma certa intimidade ao leitor.

"O que tem me perturbado intimamente é que as coisas do mundo chegaram para mim a um certo ponto em que eu tenho que saber como encará-las, quero dizer, a situação da Guerra, a situação das pessoas, essas tragédias. Sempre encarei com revolta. Mas ao mesmo tempo sinto necessidade de fazer alguma coisa, sinto que não tenho meios. Você diria que eu tenho, através do meu trabalho. Eu tenho pensado muito nisso e não vejo o caminho quer dizer, um caminho verdadeiro."

Com Clarice foi ainda mais empolgante, havia lido "Minhas Queridas", e sabia o quão carente Clarice era, mas esta coletânea de cartas mostrou uma Clarice insegura em relação aos seus escritos, preocupada com o desenvolvimento de seu trabalho, uma mãe afetuosa, uma irmã-mãe, uma esposa com seus conflitos e uma negociante de contratos dura na queda. Aqui Clarice é gente como a gente.

"Quando se trata de apaziguar os outros, transformo-me subitamente numa grande fonte de serenidade. E eu mesma bebo dessa fonte. Estou sendo literária? Juro, faço possível para mergulhar bem fundo dentro de mim e retirar belas coisas simples."

Foram tantas referências que peguei aqui, tantos escritores nacionais que nunca li e fiquei com muita vontade de ler, tantos filmes, lugares e até mesmo o silêncio entrelinhas de Clarice que me sufocou em alguns momentos e me levou a tantas reflexões.

"O mundo todo é ligeiramente chato, parece. O que importa na vida é estar junto de quem se gosta. Isso é a maior verdade do mundo."

O motivo pelo qual levei quase esse ano todo para terminar esse livro, foi por causa da leitura cronológica do Clube da Clarice Lispector, que usou as cartas como base junto com os livros lidos durante esse ano. Mas confesso que foi difícil parar a leitura e seguir com outras obras, queria ter seguido de tão bom de ler que foi essas cartas.

"Deus meu, se a gente não se guarda como nos roubam. Todo o mundo é inteligente, é bonito, é educado, dá esmolas e lê livros; mas porque não vão para um inferno qualquer? eu mesmo irei de bom grado se souber que o lugar da "humanidade sofredora" é no céu. Meu Deus, eu afinal não sou missionária. E detesto novidades, notícias e informações. Quero que todos sejam felizes e me deixem em paz.

Eu amei demais esse livro❤️

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Eliane406 01/01/2024

Inspiração
??A narrativa epistolar é um dos gêneros literários que no caso de um compêndio de cartas pessoais se torna uma biografia mais íntima, com dados históricos importantes que podem desdobrar a obra de um autor. No caso das cartas de Clarice em ordem cronológica mostra momentos importantes da história vividos de perto por ela, inclusive a 2° Guerra Mundial em que pôde exercitar seu instinto solidário junto aos pracinhas brasileiros.
Ver o íntimo do escritor e a sua trajetória mostra como foi a criação de sua obra, desmonta as irrealidades criadas pela mídia. Clarice entendia que a literatura não é onde se colecionam prêmios e notas nos jornais. Literatura é território de aprendizagem e conhecimento.
Apesar de ter sido uma mulher inteligente e ter conseguido estudar, viveu em uma época patriarcal e obedecia as regras sociais desse jugo, tanto que não conseguiu viver do dinheiro de seus livros, não houve espaço editorial e ajuda para as mulheres escritoras brasileiras, isso só começou a mudar na década de 70.
O nascimento e o crescimento da literatura brasileira, do teatro, da música e de outros países expostos em cartas. Além de correspondências com escritores importantes da nossa literatura.

É uma edição primorosa, muito bem pesquisada e elaborada, com notas de rodapé que aguçam o conhecimento.

?"....Que contar a vocês, quando o que eu desejo é ouvir? A vida é igual a toda parte e o que é necessário é a gente ser a gente...."pág.99 trecho de Carta a Elisa Lispector e Tânia Kaufmann, Nápoles, 30 de setembro 1944.
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Malu115 02/01/2023

Tudo que espero de um livro!
Gosto muito do formato das cartas pela intimidade que ele fornece, e com Clarice não foi diferente. Confissões íntimas sobre solidão, relatos ternos sobre a maternidade e, em especial, muito amor descrito e direcionado às irmãs em terra distante, durante os anos em que Clarice morou no exterior. As passagens sobre os romances e contos tão queridos se tornam apenas um ?plus? na obra, vez que a leitura já é indispensável para qualquer admirador da escritora devido a elementos inesperados, bem como à típica qualidade dos escritos dela para seus entes queridos. Chego a crer que nenhum livro irá superar a noção de preciosidade que este vingou em mim. Levei dois meses para concluí-lo porque queria digerir devagarinho a leitura, e posso dizer que, mesmo nos meus piores dias, absorver meras 5 páginas dessa coletânea de cartas melhorou meu humor significativamente, era como se ?abençoasse o dia?. Foi de suma importância no meu 2022. Livro para se ter sempre ao alcance! Estarei sempre relendo um trecho ou outro que destaquei. CLARICE é minha maior inspiração feminina
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Eduarda1097 16/05/2024

As cartas
Eu entrei agora nesse mundo da Clarice, não entendo muito ainda, mas sei que senti muito quando li essas cartas, me senti naquele filme "Helena", que inclusive é muito bonito, eu gosto desses livros brasileiros, eles são meu conforto, e esse foi mais um conforto para mim.
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