Galo das trevas

Galo das trevas Pedro Nava




Resenhas - Galo das trevas


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Luis 19/05/2010

Nava vive
Maio é mês das mães, de Maria, das noivas. Maio é o mês de Nava.
No último dia 13, completaram-se 26 anos da morte do Dr. Pedro da Silva Nava. Na noite de domingo de 13/05/1984, Nava trabalhava em seu sétimo livro de memórias, quando recebeu um telefonema. Atendeu, nada falou, só ouviu. O quê ? Até hoje não se sabe. O fato é que Dr. Nava , enquanto sua esposa tomava banho, desceu à rua armado, procurou um banco de praça no bairro da Glória, onde morava no Rio de Janeiro, e, com as mãos que tanto curaram ao longo de mais de 50 anos de Medicina, fez o gesto definitivo calando para sempre as vozes que habitavam os labirintos de sua memória.
Felizmente, os seis volumes da obra literária de Pedro Nava, deixaram para a posteridade o registro de um escritor único, de um observador pertinente, capaz de restituir detalhes pitorescos e saborosos de sua rica trajetória dividida entre as montanhas mineiras e os mares cariocas.
A partir de 1972, com o premiado "Báu de Ossos", o autor passou a limpo sua vida como pretexto para o florescimento tardio de uma vocação literária única.
Em " Galo das Trevas", o quinto volume da série, Nava atinge o ápice ao dourar suas lembranças e reflexões, um tanto quanto amargas, do momento em que escreve a obra, com a biografia de seu primo, o também médico José Egon, que teve vida paralela à sua. Como um autor experimentado, um ficcionista no amplo domínio de seu ofício, narra com maestria a trajetória de Egon em meio às dificuldades com a pobre medicina praticada nos rincões do Brasil de fins dos anos 20, recupera o ambiente bôemio mineiro, com seus bares e bordéis míticos e culmina no testemunho privilegiado dos preparativos da Revolução de 30, que teve em Minas um de seus palcos principais.
Um autor que faz da memória a arte maior do registro literário.
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