Dois Hussardos

Dois Hussardos Leon Tolstói




Resenhas - Dois hussardos


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Carol 05/05/2024

Impressões da Carol
Livro: Dois Hussardos {1856}
Autor: Liev Tolstói {Rússia, 1828-1910}
Tradução: Lucas Simone
Editora: 34
96p.

As últimas semanas não têm sido fáceis - saúde (pouca), trabalho (muito), família (perrengues). Meu cérebro mais molenga que geleia e a concentração para leituras, movediça. Tristinha, pois preciso do maravilhamento de pegar um livro bom e sair de mim, para me manter sã.

Nessas horas mais escuras, me volto pra ele, que me acompanha desde a adolescência, quando li "A morte de Ivan Ilitch" pela primeira vez. Tolstói sempre tem o que dizer e me comove e fascina mesmo nas obras "menores". Como nesta novela, uma das obras de sua juventude.

"Dois Hussardos" funciona como um díptico, uma obra espelhada. Na oposição de temperamentos dos Condes Turbin - pai e filho -, Tolstói nos permite divisar a colisão de duas gerações, na Rússia oitocentista em plena efervescência. O olhar para o indivíduo, o doméstico para entender a sociedade, a História com H maiúsculo. Tese que o autor vai retomar com maestria em "Guerra e Paz", décadas depois. O embrião já se encontrava aqui.

Enquanto Turbin (pai) é uma personagem arrebatadora, produto da Rússia pós-vitória contra Napoleão, que se abria a ideias liberais, de uma vivacidade quase mítica, irrefreável; Turbin (filho) é o retrato do desencanto do que poderia ter sido, mas não foi. Um salto de 20 anos, de uma geração a outra. As águas do tempo correram, a vida correu e Tolstói, como poucos, registrou.

Nas palavras de Ítalo Calvino, num posfácio excelente: "Aquilo que tantos escritores deixam a descoberto - esquemas simétricos, vigas portantes, contrapesos, dobradiças giratórias - nele permanece oculto. Oculto não quer dizer que não esteja lá: a impressão que dá Tolstói de transpor para a página escrita, tal e qual, "a vida" não é senão um resultado da arte, isto é, de um artifício mais sábio e complexo do que muitos outros." p. 87

Mais uma vez, Tolstói foi luz e me tirou do deserto literário. É bonito abrir um livro e "olhar pela janela", para outro tempo, outro lugar, outras pessoas, outra cultura. Recomendo!

Li por indicação do perfil @litrussa, no instagram, para o clube do livro russo deste mês de maio.
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N-Lius 04/02/2024

?Passaram-se vinte anos. Muita água correu desde então, muita gente morreu, muita gente nasceu, muita gente cresceu e envelheceu, e ainda mais pensamentos nasceram e morreram; muitas coisas belas, ruins e velhas pereceram, muitas coisas belas e jovens cresceram e ainda mais coisas imaturas, monstruosas e jovens surgiram neste mundo de Deus.?
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Carol2248 04/01/2024

Dois Hussardos
Primeiro conto e livro que leio de Leve Tolstói.

Não sei o q comentar,é muita coisa para processar.
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Silas Maciel 21/12/2023

Os tempos mudam, as pessoas nem tanto
A novela, dividida em duas partes, traz uma perspectiva da sociedade russa no início e meio do século XIX.

Tolstói discorre com maestria ao colocar em pauta situações muito semelhantes acontecendo em ambientes opostos, e a ambivalência desses ambientes e o comportamento social declaram em texto o que se percebe não estar lá (a compreensão da ausência como aparelho reflexivo). Só é possível perceber a permanência da índole dos sujeitos, ainda que se comportem aparentemente de forma muito diferente, pois isso não é afirmado em momento algum. A única mudança se dá na percepção de um conjunto de adequações feitas a cada geração, respectivamente.

Apesar de sua curta extensão, destaco a força da reflexão proposta e considero a expressão da visão da época, costumes e por fim a índole humana caracterizadas de forma excelente, embora não explicitas.
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Tiago 15/11/2023

O contraste entre duas gerações na Rússia
Pai e filho, oficiais hussardos visitam a mesma cidade separados por um período de 20 anos e pernoitam por lá. Este é o mote desta história bem curta e simples. Podemos notar alguns contrastes entre a Rússia do início do século XIX (primeira parte) e a Rússia do meio do século XIX (segunda parte e época em que Tolstoi escreveu o livro) e também como a nova geração, na figura do jovem Conde Turbin, vê a velha geração representada pelo seu pai na primeira parte.
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natália rocha 30/04/2023

Eu entendi errado a sinopse: achei que haveria um encontro entre pai e filho e nesse momento, por meio de diálogos, nós veríamos a diferença entre gerações. mas não há encontro algum, existe 20 anos entre a passagem de um e de outro pela cidadezinha que dá palco à novela. nós notamos as mudanças geracionais ao observar o comportamento dos personagens e dos que o cercam, a índole, os costumes. por causa dessa interpretação errada, demorei p me situar no texto (?quando será que o encontro acontece??). no fim, foi uma leitura bem rápida e que cumpriu o propósito do autor.
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Luiz Santiago 08/04/2023

Espelho
Uma ótima narrativa espelhada, com duas épocas ligadas a diferentes comportamentos masculinos. Novelinha muito gostosa do Tolstói, para se ler em uma sentada.

[Plano Crítico]
planocritico.com
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Aline Araujo 07/01/2023

Primeiro contato
Há uma definição fantástica de Tolstói no posfácio: ?[?] o que importa em Tolstói é o que não se vê, o que não é dito, o que poderia estar e não está.?

Neste conto vemos fatos semelhantes (mas diferentes) em duas gerações diferentes. Tolstói mostra os militares aclamados, mal falados e temidos ao mesmo tempo, numa Rússia nevada e rural.
_____
Esse é meu primeiro contato com Tolstói, por isso minha percepção pode ter sido rasa. Mas ?Dois Hussardos? marca o início da minha trajetória na literatura russa.
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Matheus.Berica 16/08/2022

Esse livro inventou o "na minha época é que era bom, essa geração mimimi nutella ai não presta pra nada, eu sou raiz" no imaginário popular
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Rafaela.Cruz 10/08/2022

#teamTolstói
Apesar de não ser a minha novela preferida, a forma criativa e intrigante do autor falam por si. Gênio!
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Mel 10/05/2022

Uma boa leitura
Gostoso de ler, compara o comportamento de dois oficiais do exército russo, pai e filho, duas gerações bem diferentes e com caráter bem distinto? gostoso de ler e interessante de analisar
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Jasmine 14/02/2022

Sobre Dois Hussardos
Os dois hussardos é uma novela de Lev Tolstói publicada em 1856, antes da escrita e publicação dos consagrados romances Guerra e Paz e Anna Kariênina. Com personagens alegóricos, Dois hussardos retrata duas fases da Rússia: aquela de Alexandre I e o fim do reinado de Nicolau I. Os agitados militares hussardos ficaram conhecidos como por toda a Europa e as duas gerações dos Turbin, que os representam nesta narrativa, são aquela que derrotou Napoleão e aquela que reprimiu a revolução na Polônia e na Hungria.
No posfácio de Italo Calvino, compreendi que a novela não se tratava apenas de ?um genérico lamento do passado, mas de uma complexa filosofia da história, de uma ponderação dos custos do progresso.

Um contraste de temperamentos, mas também de épocas. Todos os erros e maus costumes eram vistos como fruto do tempo, inescapáveis de algum modo. O novo tempo, do jovem hussardo, filho do velho Turbin, era promissor aos ambiciosos e afeitos à utilidade. O jovem conde Turbin não desejava viver o que o pai viveu. No entanto, Anna Fiódorovna desejava muitíssimo viver, na alma da filha, a continuação do romance com o velho Turbin.

Na narrativa de Dois hussardos, a geração que envelheceu dividia-se entre aqueles que desejavam voltar ao passado e revivê-lo, se possível, e aqueles que consideravam a gente de hoje como incomparavelmente mais avançada. A nova geração, por sua vez, temia os excessos daqueles tempos e até envergonhava-se da impetuosidade e das atitudes ?não positivas? da geração anterior.

?Encarar a vida de maneira prática? é a maior preocupação da nova geração, a que sempre retoma este fundamento nas mais simples explicações de suas escolhas. Agir assim significaria não ser tolo, ser esperto e obter êxito em tudo que fizesse. Isto caracterizaria também o novo tempo. Mas, dentre aqueles hussardos, também havia quem percebesse a felicidade na vida no campo, com a simplicidade e o amor que poderia emergir dali.

Entre os personagens, há uma névoa que os perpassa de qualquer coisa que mistura ingenuidade e canalhice, a tristeza e a necessidade do amor, o pragmatismo das relações, a ambição e ambição da juventude na guarda de cavalaria.

É curiosa a educação e o modo de vida das meninas, solitárias, ingênuas e sempre à espera da felicidade que trará algum jovem hussardo em trânsito na cidade de K.
Os assuntos do coração poderiam apartar-se dos interesses mais imediatos da existência e a vida seguiria, com toda a praticidade que lhe era necessária.
*As flores mortas da foto fazem alusão ao tempo, mote da narrativa.
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Vinícius 23/11/2021

Perssonalidades distintas
A história de pai e filho de origem militar e com personalidades peculiares versa desde jogatinas a seduções. O universo da história que remonta a Rússia do século XIX, com sua marcante influência dos costumes franceses na sociedade da época sempre retratado pelo grande Tolstói em parte de seus escritos.
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José Cláudio 02/06/2021

Muito bom
Tolstói, autor incontornável da literatura universal, expressa nessa pequena obra seus aspectos que o fizeram famoso mundialmente. Recomendo inclusive como leitura inicial, para quem não quiser começar por calhamaços como Guerra e Paz, e Anna Kariênina.
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Paulo Freitas 18/05/2021

Nesta ligeira novela de 1856, dois condes hussardos, pai e filho, interagem com moradores de um mesmo condado. O pai surge primeiro, e faz jus ao instinto primitivo da tropa, mas mostra empatia pelos locais. Já o filho, vinte anos depois, é o oposto: um rapaz alinhado e arrogante. Tolstói faz um paralelo com duas fases da própria Rússia, a que celebrava a vitória contra Napoleão, em 1812, e a do fim do reinado de Nicolau I, nos anos de 1850.
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