Amanda 22/11/2020
Encantada e apaixonada!
Eu conheci os Karamanlis por acidente depois de uma indicação para ler ?Theo? e confesso que comecei sem muitas expectativas, afinal nem era muito fã de romances nacionais na época. Mas amigos, preciso dizer, esse foi o maior de todos os tombos literários que tomei. Afinal, foi aqui, nessa série que eu desenvolvi meu quase vício por literatura nacional. E desde o começo eu sempre disse que eu queria muito conhecer a história do Millos, o primo misterioso que sabia tudo de todos e era o elo entre os irmão.
Millos Karamanlis não teve uma vida fácil. Conhecemos algumas das atrocidades do Nikkos, pai de Theo, Kostas, Alexios e Kyra, mas não sabíamos que Millos também teve seus problemas com seus pais. E foram tantos que o pappous o levou para ser criado por ele em Atenas. De um menino rebelde e problemático, Millos se tornou o ponto de equilíbrio da geração dos Karamanlis que vive no Brasil, sendo o elo que permite que os primos não percam controle e se deixem dominar pelo ódio e desenganos do passado.
Durante os acontecimentos dos outros livros, vimos que Millos viajou de férias pelo interior do Brasil e que uma de suas motos (pelas quais ele é apaixonado) quebrou e ele precisou ficar mais tempo em uma cidadezinha em Minas. Em um dos dias que ele andava por lá, viu uma cena que julgou ser uma briga de casal e quando o estrupício soca a cara da mulher, ele se mete e consegue salvá-la antes de cair depois de ter batido a cabeça em uma parede. Mesmo sem conhecê-la, ele é afetado pela história e resolve ficar de plantão enquanto a moça está em coma. Contudo, quando ela acorda desmemoriada e sem noção de como contatar sua família, ele resolve ficar mais um pouco. Assim, ele a hospeda junto com ele e monitora sua melhora. O que ele não esperava era ficar mexido pela mulher, que parece ser bem mais nova que ele em seus 39 anos. Millos pode aparentar ser centrado, mas nunca se apaixonou e nem se deixou envolver emocionalmente com ninguém fora a família e tudo é muito novo para ele.
Assim, quando ela o beija inocentemente, ele não resiste e a fim de não consumar nada, resolve que ele precisa que ela lembre logo quem é para poder partir. Eles então começam a andar pela cidade e conversam sobre coisas que ela lembra e sensações, até que ela se lembra de tudo o que a levou aquele lugar e foge antes que tudo se complique.
Mariana Valadares tem 19 anos e cresceu presa em casa pelo irmão mais velho que a criou após a morte do pai e desprezo da madrasta - que não se conformava em criar o resultado de uma traição do marido. Ele é extremamente ciumento e protetor e não a deixa sair de casa nem para estudar direito. Assim, quando ela descobre seus negócios escusos e ele é mantido em cárcere até uma entrega ser feita pela cunhada a quem ela ama como uma irmã, Mari se oferece para levar tudo e lá é agredida e quase estuprada antes de fugir e ser resgatada pelo anjo tatuado. Infelizmente, tudo não pode passar de doces lembranças, pois ela precisa voltar a sua triste realidade. Contudo, quando eles são atacados e ela se vê sem ter para onde ir, Mari acaba indo para SP para reencontrar aquele que pode estender a mão para ela.
Millos não consegue esquecer a mineira e quando ela chega em sua empresa machucada e pedindo ajuda, ele mal consegue disfarçar seu ódio pelo monstro que a persegue. Assim, ele a acolhe e junto a Kyra a ajuda a recomeçar. Mas esse recomeço é apenas um pontapé para Mariana, que precisa ainda enfrentar o passado e tudo o que sua família representa. Mesmo assim, nada disso impede que ela e Millos se vejam envolvidos e nem mesmo o passado de merda dele pode impedir que o que está destinado a acontecer. Agora, precisamos torcer para que o tão sensato Millos saiba reconhecer os sentimentos que batem em sua mente e que Mariana se torne tudo o que quer ser e muito mais.
Falei muito, mas falei pouco sobre um livro que tem 1130 páginas, não costumo me assustar, mas essas páginas todas me deram um frio na barriga, achando que poderia ter muita enrolação. Mas que nada! O livro é dinâmico e todo o tamanho foi apenas um preparatório para o tiro que foi essa história. Conhecer mais a fundo a merda que foi o passado dessas pessoas e o monstro que tinham dentro de suas casas foi angustiante. Contudo, o livro é extremamente prazeroso é indescritivelmente maravilhoso de ser lido. Em nenhum momento me senti cansada e quando terminei queria mais e mais sobre todos esses personagens tão queridos e por quem sinto tanto carinho literário ahahahahah.
Eu sou fã incondicional dos Karamanlis e os recomendo para todo mundo que me pede dicas de leitura nacional. Mas o Millos é o topo da cereja sem sombra de dúvidas. Além disso, a Mariana é uma personagem a parte, mesmo com tudo pelo que passou, ainda consegue ser forte, positiva e independente (qualidades essas que as vezes faltam em uma personagem feminina de respeito no mundo dos romances). Única coisa que me deixou um pouco frustrada foi saber que a autora não pretende desenrolar uma história para a Kyra que tem tantos potenciais parceiros em linha: Lutti, Vicenzo e Daniel (se eu fosse ela ficava com os três e ponto final hahahahahahaha). Mas enfim, eu amei a história e que venham mais Karamanlis por aí!