Brenda 22/04/2024
"o destino da mulher é sofrer"
" - omoni, eu sinto muito.
- eu sei, eu sei. - yangjin fechou a boca e acariciou os cabelos de sunja - você é tudo que eu tenho. e, agora que está indo embora, não tenho mais nada."
nunca li nada parecido: o livro acompanha 4 gerações, em uma história que se inicia na coreia, continua em um movimento de emigração para o japão e chega até aos estados unidos. o livro é bem grande, e tem muitos saltos temporais. por acompanhar personagens por toda a vida, você se sente envolvida num nível surreal. o livro me fez pensar sobre questões não comumente comentadas, retratando o período de colonização da coreia, a segunda guerra, a luta por sobrevivência quando não se tem acesso a refúgio e comida, a divisão das coreias, enfim. em meio a isso tudo, uma família coreana que sofre com o pão que o diabo amassou vivendo no japão, tendo cenas pesadas e tristíssimas descritas... apesar disso, é bonito ver a união forte e o amor que os mobiliza, o zelo pelo laço que os liga.
porém, o que mais ressoa no livro são os fatores que envolvem o fato de serem coreanos-japoneses: sofrer preconceito, conviver com mais de um idioma, não se sentir pertencente a nenhuma pátria e, acima de tudo, sonhar com uma vida melhor para a família. sunja, a personagem central da história, é uma mulher que fez de tudo pelos filhos. a cena final, quando ela coloca a foto dos filhos em um buraquinho dentro do túmulo do marido, é de uma sensibilidade enorme. favoritado!