Tamara 11/02/2021
Sempre digo e repito que gosto muito das tramas a respeito da segunda guerra mundial, e em se tratando de livros históricos esse é o período sobre o qual mais gosto de ler e também sempre estou de olho nos lançamentos sobre esse tema. Porém, O filho de Hitler foi um livro que eu nunca avia ouvido falar sobre o lançamento, até o dia que vi uma conhecida partilhando a sinopse dele em um grupo.
Naquele mesmo momento, decidi que esse livro seria uma das minhas próximas leituras, pois a premissa me pareceu extremamente promissora, e após algumas outras leituras, resolvi que seria a vez dele.
Esse livro me surpreendeu muito positivamente, e foi uma leitura muito envolvente e intensa, que me deixou fissurada no livro por horas a fio, encantada com os personagens, admirada com a forma como a autora criou essa ficção aliada a coisas que realmente aconteceram, e também curiosa para saber o rumo que esse livro tomaria e o que eu poderia esperar do final.
Um dos maiores diferenciais da obra na minha opinião é a ficção envolvendo um suposto filho de Hitler, o líder do Nazismo e responsável por tantas atrocidades na segunda guerra. Sabemos que Hitler nunca foi pai, pois o seu filho querido era a Alemanha e sua sede de poder, mas aqui a autora nos propõe uma hipótese onde a amante de Hitler, Eva Braun estivesse esperando um filho dele, e onde esse bebê precisasse ser protegido a todo custo, já que muitos desejavam a sua morte.
Com esse ponto de partida básico, acompanhamos então a história de Anke, uma parteira alemã que por ter ajudado judeus está alocada em um dos campos de concentração alemães. Sua vida no campo é ajudar mulheres a dar à luz e sofrer com os longos e difíceis dias, até o momento em que um comandante ordena que ela arrume suas coisas e vá com ele para um lugar distante em uma montanha, com o intuito de cuidar da gravidez de Eva Braun e ajudar o filho de Hitler chegar ao mundo em segurança. A decisão de Anke não é fácil pois apesar de ser obrigada a ir, a parteira se vê em um grande dilema, ajudar o filho de Hitler chegar ao mundo bem e saudável, ou impedi-lo de alguma forma, mesmo que ele seja uma criança inocente no meio daquele jogo de poder.
É com esses dilemas que passamos grande parte do livro, além de é claro acompanharmos mais sobre a vida particular do Furer. O leitor pode nesse ínterim ver a relação de Anke e Eva Braun, entender o modo como essa mulher se sentia, bem como podemos também acompanhar o surgimento de um romance que tem a capacidade de mudar todas as coisas para Anke.
A partir de todos esses pontos, o livro é bastante dinâmico, fluído e não tem um só minuto de tédio, pois ora estamos relembrando os períodos em que Anke esteve no campo de concentração e sofremos com as atrocidades que ela viu, e em outros momentos torcemos pelo romance, tememos pelo bebê que sequer era desejado por Hitler e ficamos na tensão dos próximos passos. Além disso, apesar da trama fictícia, a autora é bastante fiel a realidade de como as pessoas eram tratadas e como eram os campos de concentração, e eu tive um envolvimento ainda maior pois gosto muito de livros que envolvem crianças e também personagens que trabalham com profissões relacionadas a saúde.
Não tenho nada de ruim a destacar a respeito do livro, mas como sempre alerto a respeito de tramas de segunda guerra, estas só devem ser lidas por aqueles que realmente conseguem enfrentar o tema, pois as descrições por vezes não são nada fáceis.
Com toda certeza, recomendo O filho de Hitler como mais um dos livros sobre segunda guerra que vale a pena ser lido, e torço para que ele tenha uma maior divulgação, para que chegue aos leitores do gênero que ainda não o conhecem.