Bárbara 31/12/2020Que experiência incrível de leitura!Esta noveleta foi escrita em 1844, pelo mesmo autor de A letra escarlate, e disponibilizado para os assinantes da Sociedade das Relíquias Literárias, um projeto incrível da @editorawish no catarse, plataforma de financiamento coletivo. Mensalmente, são disponibilizados contos digitais raros com um valor super acessível.
No mês do Halloween, uma história super reflexiva, em plena Itália medieval, envolvendo até onde a sede de conhecimento deve ir, e a necessidade de se impor limites à ciência. Beatrice Rappaccini é uma bela garota, que vive isolada numa casa, tendo por companhia apenas seu pai, o Dr. Giacomo Rappaccini, um conhecedor e estudioso de plantas como ninguém.
Giovanni Guasconti, um jovem estudante, instala-se numa espécie de pensão para dedicar-se aos estudos, e descobre um jardim anexo ao lugar, que o deixa bastante intrigado por conta das plantas que ali existem. É lá que ele também vê pela primeira vez Beatrice, e fica completamente encantado e curioso com ela. Envolto nas brumas dos aposentos, ele observa sem ser observado, e percebe também o jeito exótico, pálido e proscrito de Giacomo. Chega ao seu conhecimento, inclusive, que aquele médico é bastante criticado por seus pares por destilar venenos poderosos daquelas plantas estranhas.
No decorrer do enredo, acompanhamos o interesse de Giovanni por Beatrice, seus encontros e as consequências advindas deles. Desde a mais tenra idade, Beatrice serviu de cobaia do próprio pai, que a envenenava sistematicamente, fazendo-a uma arma tóxica ambulante: imune aos venenos, mas completamente mortal para qualquer outra pessoa. Por conta disso, ela vive extirpada do convívio social. O que poderia surgir, então, de uma aproximação entre ela e o Giovanni? Ela, apaixonada em sua inocência, pede que o rapaz a veja além de um veneno. Mas, como não poderia deixar de acontecer, Giovanni acaba sofrendo as consequências desses encontros, e ele também torna-se venenoso. A saída para ele advém de seu mentor, o Dr. Pietro Baglioni: um antídoto para extirpar o veneno. Mas seria essa a melhor saída?
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