Marta Skoober 18/04/2021
Esses tempos esquisitos não têm favorecido à leitura, confesso que livros de ficção, sejam eles clássicos ou não, são o que menos me atrai no momento.
Se antes eram motivo de enlevo, diversão e entusiasmo agora muitas vezes provocam-me enfado e até mesmo tédio. Tem sido difícil encontrar a leitura certa.
Esse "Uma cidadezinha distante" é o prefácio da edição americana de Minha Vida de Menina, de Helena Morley, disponibilizado gratuitamente pela editora Companhia das Letras.
Um prefácio é pra se pensar: moleza, lê-se numa tacada só. Quem dera, foi difícil, foi arrastado, foi lento. Culpa da autora? Talvez, mas não só. Pois vou ser obrigada a reconhecer que é bem escrito, então deveria ser fluído e rápido. Então qual seria o problema? Neste caso não foi a pandemia, não foi a política e muito menos a economia. Foi a Flip que NÃO FOI. Como esquecer tudo o que li e ouvi sobre a autora quando lá em 2019 anunciou-se a escolha da poeta para ser a homenageada de 2020? Aquela da Flip que não teve... Não deixa de ser irônico que depois de tanto reboliço, fofoca, confusão nem Flip teve.
Mas voltemos à leitura. Como esquecer tudo e ler com isenção? Como por de lado o politicamente correto? E meu bairrismo? Não consegui, e ainda que reconheça que era pra ser o tipo de coisa que me agrada, memórias e reminiscências, me armei com uma luva, uma pinça e uma lupa e saí a cata de algo, ou tudo, que confirmasse o pensamento preconcebido. Levei uma semana fazendo isso, foi sofrido, quando era pra ser uma delícia.
17/04/2021 01:53