Marx no fliperama

Marx no fliperama Jamie Woodcock




Resenhas - Marx no fliperama


10 encontrados | exibindo 1 a 10


Renato.Augusto 28/02/2024

Uma visão do mundo por trás dos jogos
O livro retrata a situação dos trabalhadores na indústria dos jogos eletrônicos, os problemas no ambiente de trabalho, as disputas por melhores condições, e também mostra como eles estão se organizando em sindicatos na última década.

Quando eu comprei o livro, eu achei que ele iria falar bastante da disputa de narrativas (ou "guerra cultural") que tem existido no mundo dos games desde o Gamergate. Ou então pensei que o livro falaria das microtransações e de todas as formas de ganhar dinheiro se aproveitando de pessoas com transtornos psicológicos ou problemas com vícios/compulsão, as famosas "baleias", que gastam milhares de dólares por mês em microtransações no jogo, e são basicamente os jogadores que sustentam o jogo financeiramente. Porém, sobre o primeiro tópico o autor discorre brevemente apenas e, sobre o segundo, ele nem é citado no livro.

Talvez se o livro fosse mais longo o autor teria espaço para tratar de todos os assuntos, mas eu gostei bastante do jeito que ele foi escrito, esses assuntos sobre o "metajogo", digamos assim, do desenvolvimento de jogos não são muito explorados pela mídia, então é muito importante que tenha um livro falando sobre isso, e que no futuro surjam mais trabalhos como este.
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RickardoMoura 30/12/2023

Indústria Oculta
O que mais se percebe lendo este livro é que a indústria de videogames ainda é rodeada de mistérios. O autor não conseguiu acesso a dados, balanços financeiros, contratos de trabalho, entrevistas etc. O que se sabe na maioria das vezes é fruto de relatos de trabalhadores quando não estão sob contratos de confidencialidade (ou de suas esposas). Mesmo assim o autor consegue nos dar um panorama sobre esta indústria. Um livro pioneiro e fundamental para que se comece a pensar em um regulação transparente do mundo dos videogames.
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Mazzetti 16/11/2023

Marx no Fliperama - Quem faz meu joguinho?
Desde meus 06 anos tenho contato com videogames, o primeiro sendo uma cópia falsificada do aclamado Playstation 1, o Polystation. Com 06 anos eu não fazia ideia de quem era Marx, Engels, Woodcok ou até mesmo que meu Polystation era um produto pirateado para conseguir atingir um público de classes sociais mais baixas e vendê-los a experiência de ter um videogame quase (muito distante) ao Playstation 1.
Quanto mais um produto passa por processos de transformação e industrialização, menos temos contato com o trabalhador que o produziu, tendemos a cada vez menos associá-lo a uma pessoa que deixou de viver seus momentos para produzir algo que iremos utilizar por algumas dezenas de dias e depois deixá-las ao ostracismo, ainda mais quando elevamos essa discussão a eu piratear um jogo que custou horas de trabalho de um camarada.
Esse livro trás a reflexão do quanto vivemos a era de "A profissão de TI é o futuro e será muito bem paga", para a realidade de subempregos e relações de trabalho extremamente nocivas e predatórias, onde a camisa da empresa não é mais vestida, ela foi elevada ao mesmo patamar que a relação do topo da pirâmide para sua base.
Assim como o trabalhador é substituível, por que sua empresa também não seria? Com uma área de trabalho em grande desenvolvimento, oportunidades de trabalho surgem aos montes - caso você esteja dentro dos padrões normativos da sociedade - dessa forma, o mercado conseguiu criar uma classe de trabalhadores que têm o poder de barganha em suas mãos, mas que ainda não possui uma organização de classe suficiente para fazer com que barganhem por condições de trabalho além de conseguir um salário um pouco melhor que a empresa anterior, um day off no aniversário e ter uma mesa de sinuca no escritório.
Assim como Woodcok cita diversas vezes Marx em Assassins Creed Syndicate, eu encerro minha resenha citando As Meninas:
"Mas eu só quero
Educar meus filhos
Tornar um cidadão
Com muita dignidade
Eu quero viver bem
Quero me alimentar
Com a grana que eu ganho
Não dá nem pra melar
E o motivo todo mundo já conhece
É que o de cima sobe e o de baixo desce"
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Cachamorra 24/10/2023

Seu joguinho é politizado.
Uma ótima análise das relações de trabalho e ideológicas no mundo dos videogames.

Aqui, Woodcock consegue problematizar dois temas importantes. Inicialmente, o livro começa debatendo a situação da Classe Trabalhadora que atua nas empresas de jogos e há um bom referencial teórico, com muito dados publicado. Em seguida, o autor aborda a relação político e ideológica nos jogos. A relação de gênero e etnia, além da tendência à direita se alguns tipos de jogos. Há um abordagem psicanalítica nessas relações e os efeitos sobre o público gamers.

É um ótimo livro para repensar nossa relação com os games.
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Leo 03/01/2023

Uma mistura de nostalgia e pensamento crítico
O livro é realmente muito bom, claramente é o fruto de anos de pesquisa acadêmica e apresenta uma série de abordagens em relação aos resultados dessas pesquisas.
A linguagem é, no entanto, adaptada para um modelo mais fluido, sem todavia, se despir de todo aparato de referências que embasa e sustenta as ideias do texto.
Pra quem "cresceu com um controle nas mãos" é realmente uma leitura muito agradável que aborda grandes obras do passado e da atualidade e as relações materiais e ideológicas presentes dentro delas e no contexto em torno delas.
Recomendo a leitura, fundamentalmente pra quem já possui alguma base em termos de marxismo e materialismo.
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Eduardo.Mathias 31/12/2022

Siga Marx
Marx no fliperama, diferente do que possam imaginar, não é um livro na qual Karl Marx discorre sobre como ele era bom no street fighter e chamava qualquer um pra duelar ele. É uma pesquisa sobre a criação dos jogos sob uma narrativa da luta de classes, sobre a atual divisão de trabalho das indústrias de jogos e sobre como os jogos afetam culturalmente a sociedade
Uma boa fonte de pesquisa, leve, didática e relevante que dá margem a novas pesquisas aprofundadas
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Gabriel Campanini 27/06/2022

Uma boa ponte entre marxismo e videogames
A proposta do livro é mostrar, como o autor mesmo diz, porque marxistas deveriam se interessar por videogames e porque gamers e desenvolvedores deveriam se interessar por marxismo. Para isso o autor faz uma leitura marxista de vários aspectos da indústria de jogos, desde as temáticas dos jogos em si, até as condições de trabalho dos desenvolvedores, passando pelo marketing, pela ligação com a indústria militar, pela atuação do poder público (positiva e negativa), e muito mais. Tudo isso abordado de forma simples e introdutória, acessível mesmo pra quem nunca leu outro livro sobre marxismo. O lado negativo desse nível introdutório é que, se você já acompanha a indústria de games, o livro pode se tornar maçante em alguns momentos, principalmente na primeira metade, quando o autor dedica dezenas de páginas listando datas e cifras da indústria. Eu não tenho vergonha de dizer que pulei ou li por cima vários parágrafos de informações que eu já sabia e, mesmo assim, valeu muito a leitura já que o livro brilha mesmo é da metade pra frente. Um bom livro pra quem já tem familiaridade com um dos assuntos e quer começar a ler sobre o outro.
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Caio380 03/12/2021

Diversão
Leitura divertida. Dá para aprender algumas coisa sobre jogos e marxismo. O livro entrega o que promete.
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Pedro.Henrique 13/02/2021

Que seja o primeiro de muitos nesse estilo
Primeiro livro que li do gênero e o primeiro que já vi na vida, bola dentro da editora que tanto amo. O autor não se aprofunda em nenhum assunto, o que se torna bom pra um livro de introdução e para instigar ainda mais o leitor. Quase nada do que li me impressionou, tirando a estreita relação da indústria dos games e a de armas, sim, é uma relação beeem próxima. Trazer a luta de classes para esse tema dos games é muito pertinente e necessário. Apesar de boa parte dos "gamers" e "nerds" se acharem a margem de assuntos políticos e se acharem extremamente inteligentes (KKKKKKKKKK) eles simplesmente não fazem ideia do que os cerca. O autor basicamente mostra que a luta de classes está também nos games, trabalho explorado, o tal do crunch, limites apertados, salários baixos, segmentação de funções... Livro muito bom pra quem se interessa por uma introdução no assunto.
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