Wendy 19/05/2023
"Antes eu lia com o coração. Agora, leio com o cérebro."
Um livro que conta uma história bem cotidiana, não tem um grande plot, é algo bem calmo.
Vemos nuances de duas culturas diferentes, a protagonista que narra os eventos do livro é uma sul-coreana, e a figura masculina que a desperta interesse num primeiro momento é um francês, cartunista que resolve conhecer Sokcho, destino escolhido para o final da sua história, ela trabalha na pensão em que ele se hospeda.
É nítido o interesse dela por ele desde o primeiro contato, ele reservado, taciturno, mas disposto a conhecê-la.
Fica aquela expectativa do romance, dele se revelar mais, ao contrário dela que é uma figura exposta e mais transparente.
É um livro curto, com uma escrita fluida, e temas recorrentes da cultura sul-coreana, sobre os cuidados com a estética, sobre as imposições familiares, e as expectativas que permeiam a vida pessoal, e profissional.
O desfecho não foi como imaginei, nem de longe, mas para a protagonista creio que foi algo que despertou a imagem que ela quis passar para o Kerrand, ela foi notada, sua presença o marcou e ela certamente foi uma figura que trouxe calor naqueles dias de inverno e o inspirou a concluir sua história.
"Ele me fizera descobrir algo que eu ignorava, aquela parte de mim que estava lá, do outro lado do mundo, era tudo que eu queria. Existir sob sua caneta-tinteiro, na sua tinta, me banhar nela, que ele esquecesse todas as outras."