Mari 20/02/2023Tem os elementos que eu gostoÀ primeira vista e pela sinopse este livro é um romance entre personagens de culturas diferentes, mas ele é muito mais que isso.
Ele é um breve retrato da cultura coreana, a autora descreve as pressões estéticas, as cobranças familiares, o papel da mulher nessa sociedade, transtornos alimentares, entre outras situações, enquanto apresenta lentamente dois personagens e constrói entre eles um romance que nunca se concretiza. O desejo, a admiração, a afetividade, o companheirismo estão lá, porém sem a manifestação física.
Os personagens revelam as diferenças que os separam não só com as diferenças de comportamento, mas com o seu olhar sobre as coisas, porque ambos percebem Sokcho de uma forma distinta.
Não sei se a autora queria fazer isso realmente, mas senti que a história que Kerrand está desenhando é um paralelo entre ele e a moça da pensão. A protagonista quer ser amada, vista, desejada, quer ser a inspiração de alguém, mas não sente que isso acontece.
O final carrega uma subjetividade muito bonita, mas pode incomodar quem não de finais abertos. Essa estrutura narrativa me lembrou bastante outras histórias coreanas que li. Eu gostei muito.