Lola 02/07/2021
Eu queria o pega fogo cabaré
Comecei a leitura depois de ver o filme, e admito: EU QUERIA CAOS. Eu vim motivada pela curiosidade e por um desejo de vingança, uma sede de ver o mundo girar e vacilão rodar, de me sentir acolhida numa narrativa na qual quem planta sacanagem colhe solidão (mas no caso do George eu não queria solidão, eu queria que a colheita dele fosse algo digno de Stephen King - dor, sofrimento, paranormal dando uma voadora).
Encontrei o que eu esperava? Não.
Ok, houve um desfecho mais adulto do que o filme propôs, mas em momentos a sensação que eu tive é que não houve nenhuma das penalidades que eu desejava porque os personagens simplesmente não queriam intervir - medo, respeito à memória afetiva...
Nessa compreendo como de fato há uma realidade na narrativa, e a gente é que idealiza muito desejando que as coisas "se acertem". Cultivamos um sentimento de desejar que não seja em vão, quando a realidade é que não temos controle que gostaríamos sobre algumas coisas. Sim, pessoas vão cometer atrocidades e irão viver lindamente. Sim, determinadas verdades jamais serão amplamente conhecidas.
Eu esperava um pouco mais do paranormal, mas é fato: quem mais nós assombra é quem está vivo, porque tem o poder de fazer mal e depois construir narrativa pra angariar simpatia.