Memories That Smell Like Gasoline

Memories That Smell Like Gasoline David Wojnarowicz




Resenhas - Memories That Smell Like Gasoline


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Roberto 27/04/2020

Anotações
Os quatro contos reunidos no curto “Memories that smell like gasoline” têm insights interessantes. Tratando-se de um livro de 1992, não sei se era comum na literatura LGBT da época a abordagem tão crua e gráfica, às vezes brutal, do sexo gay, característica aparentemente comum aos textos de David Wojnarowicz – minha primeira experiência foi com “The Waterfront Journals”. Nesse livro, a representação tangencia o pornográfico, repleto não só de descrições, mas de desenhos do autor, às vezes acompanhados de uma breve narrativa, não necessariamente ligada aos contos.

Para o leitor dos nossos tempos, uma parte desses contos pode parecer mais ou menos ultrapassada. É o caso do primeiro, “Into the drift and sway”, que, apesar de bem escrito, se apoia sobre uma relação entre desejo reprimido e canalizado para liberação; hoje, talvez essa história soe como um clichê erótico do dilema da juventude gay.

Meus favoritos são “Memories that smell like gasoline” e “Spiral”. O primeiro narra uma situação de gatilho, em que um personagem encontra seu estuprador muito tempo depois e rememora em detalhes a noite do seu abuso. A metáfora da gasolina deixa o conto bem amarrado e impactante. “Spiral” conta sobre a rápida queda de uma vivência sexual gay efervescente para o avanço da epidemia de aids; termina com um monólogo interior desesperado e derradeiro do narrador. Potente e bonito. Um texto ao qual vale a pena voltar.
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