Faluz 16/01/2021
Pandemia
Em 1918 chega de maneira avassaladora ao Brasil a 'gripe espanhola'.
Deixa as autoridades atônitas diante do desafio de preservar vidas e manter a economia ativa. As autoras descrevem a situação apresentada nos principais jovens estados federativos brasileiros e a situação em arcar com o ônus político que acarretou. Independente do fechamento dos portos e comércio das regiões pelas autoridades, esses locais são afetadas diretamente pela falta dos funcionários acometidos pela doença ou por que morrem ou ficam incapazes de trabalhar, várias ao mesmo tempo.
Tudo acontece em meses sem controle ou registros confiáveis.
Verificamos que 100 anos depois, os desafios que se apresentam somente ganham intensidade além é claro do período extremamente longo.
O negacionismo pelas autoridades fica exacerbado pela experiência passada que nada traz como bagagem que facilite o enfrentamento da moléstia.
"...Historicamente, epidemias difundem-se de maneira semelhante, causando muitos conflitos políticos, sociais, resistências ao intervencionismo e a medicalização, que delimitam, circunstancialmente, a liberdade de ir e vir dos cidadãos,...Há que se temer também pelo reforço de governos autoritários.... problemas de outrora que reconhecemos no presente. ....A prática (hoje como ontem)... é a negação da doença, sua minimização e a tentativa de manipulação dos dados da epidemia.... (mas só hoje em dia) a indiferença do governo federal perante as mortes,... boicotam iniciativas de proteção,.... `a censura de dados, ...(pag.334/335)".
As autoras encerram o livro citando o historiador Philippe Ariés: "Vivemos um mundo que desaprendeu a lidar com o luto e a morte." A vida tende a ser encarada pela sua extensão, longevidade, mas não se louva o envelhecimento. Houve a internalização dos doentes, que morrem confinados em hospitais, longe dos olhos dos saudáveis. Agora a pandemia acentua essa impossibilidade de acompanhamento aos nossos queridos.
Neste momento jan/2021 situação angustiante.