Entrelivros_efilho 22/06/2021❝Quem é essa brasileira que acha que pode falar dos outros assim?
Sou Renata Ramos, muito prazer, denomino-me escritora, escrevi dois livros, e esse é o meu terceiro, sou cidadã do mundo e com direito a liberdade de expressar o que penso e vejo.
Assim como você!❞
Pode ser que ao ver este título você se pergunte: O que me interessa saber da Holanda se não tenho vontade ou planos de conhecer o país?
Mas adianto que esta é uma leitura enriquecedora, o intuito da autora ao escrever este livro não é somente expor os erros e acertos desse país que respira modernidade, mas que está parado no tempo, não, através do seu relato e experiência após 10 anos morando na Holanda, este livro é um convite a refletir sobre a nossa realidade, sobre o nosso modo de ver as coisas e encarar que na maioria das vezes ficamos acomodados no nosso canto olhando o caos lá fora sem fazer nada e fingindo estar tudo bem porque o que acontece com o outro “não é da nossa conta”.
Em pouco mais de 100 páginas, Renata relata desde o momento que chegou ao país e toda a sua dificuldade em se adaptar aos costumes e a cultura dos holandeses, porque eles são organizados, limpos, educados e tudo funciona milimetricamente bem, mas aos olhos da autora eles estão presos no passado devido ao resquício do medo que nasceu com a invasão do país na segunda guerra mundial, e com isso, vivem na sua zona de conforto apenas mantendo organizado e funcional o que já funciona perfeitamente bem sem se permitir novas experiências ou sentimentos.
Conforme o relato da autora a relação dos holandeses com os estrangeiros é basicamente assim: Pode até vim morar no meu país, vou te dar todo o suporte necessário para se estabelecer, mas não conte com uma relação de amizade profunda ou algum tipo de laço sentimental, é cada um no seu quadrado.
Este é o terceiro livro que leio da autora e em todos eles ela mantem a objetividade e joga a verdade nua e crua, doa a quem doer através das páginas que escreve, e aqui ela apontou todas as imperfeições que aos seus olhos os holandeses precisam mudar, mas sem deixar de ressaltar pontos positivos do país e isso nos deixa envolvido desde a primeira página, foi uma leitura gratificante e que me surpreendeu em alguns momentos com certas atitudes dos holandeses, mas já em outros, me deixou com vontade de conferir alguns fatos bem de perto, portanto, este livro não é pra desencorajar quem deseja conhecer/morar no país, ele é um relato para te deixar ciente de como será recebido e os obstáculos que encontrará para se estabelecer por lá.
Confesso que fiquei admirada pela persistência e coragem da autora em insistir e lutar para se adaptar e se estabelecer lá, mas acima de tudo me admirei por ela ter mantido a cabeça firme sem perder sua essência e raízes e nem a noção do que é certo ou errado e isso está nítido através de suas palavras em cada página.
Através de fotos do seu arquivo pessoal de lugares e paisagens do país, a autora nos leva a uma viagem pela Holanda e no caminho nos chama a responsabilidade para sermos melhores e mais empáticos com o próximo, ela nos cutuca para sair da zona de conforto para buscarmos um país e um mundo melhor porque se cada um fizer a sua parte é possível.
Aos olhos da autora, os holandeses precisam desapegar do passado e seguir em frente e aprender a se abrir para novos sentimentos, novas experiências e melhorar ainda mais o que já é funcional, então, trazendo para a nossa realidade (de Brasil), convoco a todos vocês a saírem da sua zona de conforto, porque o que acontece ao seu redor e no mundo é também da sua conta, então Mexa-se!!
Obrigada @renataramos por esse relato tão inspirador.
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