Lucy 26/04/2023
Odiei a Freya. Ela é egoísta, mimada, privilegiada e egocêntrica. Ela fala que sente tanto seus sentimentos que chega a ser opressor, mas, sem dúvidas, um desses sentimentos não é a empatia.
Ela está há 12 anos com um homem que ela sabe sofrer de ansiedade e que viveu na pobreza quando criança. Porém, ela chama a tentativa dele de prover de maneira estável financeiramente ela e seu futuro filho de masculinidade tóxica, patriarcado opressor ou de puro ego, como comparar o tamanho do pau! Sim, ele errou ao não se expressar e focar tão exclusivamente no trabalho, mas já na primeira sessão de terapia ele explicou a razão disso, e qualquer pessoa pode compreendê-lo. Mas não Freya. Ela grita, dá as costas, bate o pé, menospreza a preocupação dele enquanto fala que entende de pobreza "abstratamente"... Ela acha que o fato deles estarem a apenas 2 meses sem sexo é motivo de término. Aiden sabe dos custos de se ter uma criança, do quanto o futuro é imprevisível e diz querer trabalhar agora para poder relaxar no futuro e ser um pai mais presente. Ele quer cuidar deles e de sua mãe que o criou sozinha. Isso é lindo e completamente pé no chão. Mas pra Freya, não! Ela é perfeita, ele é quem tem que aprender a se comunicar (por mais que tenha sido ela quem, simplesmente, fez uma mala e expulsou o marido de casa sem avisar, ao invés de dizer o que sentia). Todos cobram muito de alguém que já se cobra constantemente. Ninguém o compreende e ninguém diz que ela precisa se esforçar também. Só exigem que ele mude e "rasteje" para Freya. Mano! Isso é um relacionamento. Isso é um trabalho árduo, mútuo e contínuo. Ninguém deveria rastejar e se humilhar para ninguém! E grandes gestos não significam nada quando no dia-a-dia a pessoa não faz o mínimo pelo casal. Aiden tem que se contentar em ser o bundão que rasteja, pede desculpas por ser homem, que obedece sem questionar e que se sente mal por ter ciúmes ao ver sua esposa flertando com outro homem!
O casal não tem qualquer química (por mais que a autora insista em dizer que eles têm), não me afeiçoei ao casal e ao seu drama. A trama fica andando em círculos enquanto tudo era questão de sentar e se colocar no lugar do outro. Acredito que o mínimo que se espera é que, após 10 anos de casados, eles consigam sentar e dizer o que os incomoda. É uma pena que eles tenham buscado terapia, mas ela ser tão patética e inútil. Odeio trama com família grande e intrometida; odeio livros que ficam panfletando jargões feministas repetitivos, vazios e baratos que costumam transformar qualquer coisa tola em uma enorme luta feminista (como o fato de uma vendedora ver sua mãe com um biquíni nas mãos e presumir que seria pra ela e não para sua filha acima do peso); odeio livros que tratam mulheres como seres celestiais e infalíveis enquanto homens são sempre os errados, mesmo quando estão certos; e odeio a hipocrisia de criar personagens femininas acima do peso (empoderamento!), mas se recusar a criar parceiros que não sejam magros e sarados. Quem acharia sexy um homem com pança ou gordo, não é mesmo? E Aiden merecia alguém MUITO melhor. Alguém que, por exemplo, não acha estranho você escovar os dentes 3 vezes ao dia!