Nathália B. 28/01/2024
Vem de chicote, algema, corda de alpinista...
Mais um livro que compro nessas feiras de shopping por 15 reais. E o que eu esperava? Apenas um romance de época estilo Julia Quinn, nada de revolucionário ou diferente. Em partes, é isso mesmo. Porém, quando comecei a ler, de repente, aquela música "vem de chicote, algema, corda de alpinista... daí que eu percebi que o cara é sadomasoquista" fez muito sentido. Eu não esperava e não estava preparada rs. Um Cinquenta Tons de Cinza de época.
Brincadeiras à parte, embora não seja uma temática que me interesse muito ou que eu leria por vontade própria se soubesse desde o início, achei que foi retratada de uma maneira até que bem comedida e respeitosa, então não estraga a experiência de leitura mesmo para quem não é muito fã. Na verdade, o livro é bem escrito, a história é cativante, o casal tem uma boa química e os personagens são interessantes (bom, o Julian é interessante... a Constance sabe ser irritante quando quer).
O início me prendeu muito. Adorei a premissa do cara que era secretamente apaixonado pela mocinha e, de repente, se vê "apunhalado" e prejudicado por ela (ah, eu amo esse tipo de drama!). Mas achei que ele esqueceu o seu ressentimento pelo ocorrido muito rápido e isso me decepcionou um pouco, isso poderia ter sido mais bem trabalhado no livro.
Penso que poderia ter tido um pouco mais de relutância ou de dilemas morais por parte dele, porque logo o livro vira muito para o lado dela, e eu teria adorado ver essa mágoa sendo desenvolvida de modo mais consistente, mais aprofundado. Mas isso é pessoal, algo que eu gostaria que tivesse tido. Eu teria escrito algumas coisas de maneira diferente, mas o livro e o desenvolvimento não são ruins e, de certo modo, a confiança nela foi, sim, abalada e vemos isso depois.
Enfim, gostei do livro e recomendaria para quem gosta de romances de época (mesmo para quem não curte tanto as temáticas retratadas aqui... eu mesmo não curto tanto e isso não me impediu de gostar do livro).