um livro nos contou 08/10/2020
Resenha por instagram literário @umlivronoscontou
Assim que passei pelo prólogo eu já queria fazer parte dos 51% e nem sabia do que se tratava. Graças a ideia do narrador conversar com o leitor, acho muito instigante.
Aos poucos Austin é apresentado, nerd, geek, seja o rótulo que for usado me identifiquei com ele em várias situações: devorador de café (meu combustível preferido também), amante de séries, e "paranóico" quando se trata de relacionamento afetivo (será que ela me quer, não me quer, quer, não quer?)
As referências a filmes, games, animações e séries são empolgantes. E achei genial o autor ser eclético nas referências, houve desde 9 ½ Semanas de Amor até Guerra e Paz de Tolstói. As referências não são forçadas, ficam naturais e prazerosas de ler. Em várias passagens me peguei rindo, como quando Austin transforma uma simples aquisição de notebook em um embate mitológico.
Austin não só "fantasiava" esses momentos, ele vivenciava acontecimentos que não faziam parte do seu cotidiano, em flashs, como lembranças de um outro plano. Até o dia em que conhece Shay Ann em um encontro inusitado e derepente ele está em Yamesh. Nesse plano ele não é Austin, um programador, mas Rihu, um destemido guerreiro da tribo Natchi. Nessa hora me lembrei do filme Avatar, onde a mente se conecta com outro corpo totalmente diferente do que você esta acostumado. E lá vai nosso protagonista viver Altas Aventuras, tudo aquilo que ele só via como um aficcionado por games. Nessas aventuras ele se depara com rostos conhecidos que para ele representam sentimentos positivos e negativos: desapego, afeto, amor, inveja, ciúmes, destruição, ódio, rancor e guerra.
O que dizer de Yamesh e seu povo? Uma utopia como eles vivem, sem apegos materiais, sem poses, nem os pronomes possessivos eles conhecem. Que vontade de fazer as malas e partir de Malehk (Terra) para Yamesh sem pestanejar! Mas obviamente, lá também existe o Lado Sombrio da Força, que não vai deixar esse paraíso em paz.
Em determinados pontos da leitura fiquei presa nas descrições dos lugares e criaturas, porém o autor auxilia o leitor fazendo referências a locais e jogos conhecidos, basta correr no Google e ter a visualização da paisagem ou criatura bem diante do seu nariz.
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Confesso que em alguns momentos eu buguei e não conseguia entender o que estava sendo narrado, porém, maestralmente, tudo é esclarecido ao final do livro.
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A Psicologia é assídua no enredo, como Rihu sendo um alter-ego de Austin. Os sentimentos negativos de Austin em Malehk alimentavam outra seres em Yamesh, como uma conexão psíquica entre os mundos. Como se Rihu fosse uma parte não acessada de nosso poderoso cérebro: o inconsciente. Não conseguimos guardar todas nossas experiências e ainda ter consciência delas, mas Austin consegue. E nosso protagonista tem outros poderes mais interessantes.
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Tirando a fantasia, Yamesh mostra que devemos acreditar na nossa força interior, que temos poder para mudar situações e pessoas. Cada um tem "sua estrela" e precisava fazê-la brilhar. Porém nos boicotamos quando deixamos dominar por sentimentos negativos de posse, ciúmes, inveja, ódio, rancor. E esses muitas vezes são réplicas de traumas, situações e pessoas que nos afetaram no passado. Mas de todos os sentimentos, Yamesh me provou que a empatia, em um mundo cercado de ódio e rancor, são dons poderosos na incessante busca pela paz. Esse é o verdadeiro poder que devemos almejar, se colocar no lugar daquele que sofre e curar a humanidade com o verdadeiro sentimento de amor: a empatia.
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Yamesh tem tudo que uma aventura precisa: cenas de ação, estratégia, comédia, romance, drama e um final surpreendente. Confere, você não vai se arrepender.
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