Os tais caquinhos

Os tais caquinhos Natércia Pontes




Resenhas - Os tais caquinhos


59 encontrados | exibindo 16 a 31
1 | 2 | 3 | 4


victória 10/10/2022

desordem
uma história sobre um pai e duas filhas abandonados, buscando, de algum modo, se sentirem cuidados, amados e pertencentes. o pai acumula coisas como quem quer guardar o que não tem, mas deseja ter, como quem quer materializar as lembranças, pois é tudo o que (acha que) tem. uma das filhas encontra o que procura numa família alheia e a outra, a narradora, peregrina por aí em busca de se sentir amada como uma criança, entregando-se a todos e a ninguém. a desordem do apartamento é a desordem dentro deles, o incômodo pela desordem do apartamento é o incômodo pela desordem dentro deles e a incapacidade de ordenar a desordem do apartamento é a incapacidade de ordenar a desordem dentro deles.
comentários(0)comente



tiagua 26/09/2022

legal
Bastante imersivo, mas muito disperso. Ao mesmo tempo que o fato de não termos um fato concreto para seguir a leitura seja bom é muito desgastante.

É interessante muitos aspectos dessa leitura, adorei os personagens e a maneira de se relacionar, mas a narrativa em si e o conteúdo não foi algo que me cativou, não por ser ruim, mas por simplesmente não ter me conquistado.
comentários(0)comente



samuca 15/08/2022

Jamais ler enquanto estiver comendo
Pra começar,
Quem vai colar
Os tais caquinhos
Do velho mundo?

De revirar o estômago, o livro coloca os leitores dentro de um apartamento de um acumulador. Um puro caos, grude, sujeita por toda parte. A família que vive em meio a tudo isso encontram-se da mesma forma, totalmente bagunçada.
comentários(0)comente



Fran Piva 24/07/2022

Acumuladores e um vida sem sentido
Eu sou assistente social e já atendi famílias de acumuladores...
As vezes, os seus pertences, entulhos, lembranças é a única coisa que se tem em uma vida sem sentido...
Eu gostei muito da ideia do livro, mas queria muito que vc a partir da perspectiva de Lúcio...
comentários(0)comente



marimounasc 28/06/2022

Estranhamente interessante
Confesso que quando li uma sinopse rasa desse livro, ainda na Amazon, não imaginava a supresa que o decorrer das páginas dele me traria. Não passou pela minha cabeça que o sentimento central seria na verdade um mix de nojo, aflição e compaixão pela Abigail, uma adolescente que vive submersa num universo de sujeira e desorganização. Filha de um acumulador compulsivo que sofre de TOC, a menina relata em pequenos capítulos (daí o título "caquinhos") todos os seus paradigmas ao ter que crescer num ambiente insalubre, onde a disfuncionalidade do apartamento 402 se expande inclusive pra vida social, amorosa e escolar da personagem. A sensação que passa é que tudo está envolto por uma imensa bagunça. Com esse pano de fundo caótico, "os tais caquinhos" se apresenta como uma narrativa angustiante, com marcos temporais pouco definidos, que parecem ser usados de propósito pra intensificar esse ar claustrofóbico que emerge em cada capítulo. Apesar da construcao narrativa ser inovativa (o que por si só ja vale a leitura!), não foi um livro que funcionou tanto pra mim. Confesso que várias vezes fiquei meio perdida e ao mesmo tempo desconfortável. Mas, ainda assim, acredito que seja um livro interessante e merece ser recomendado pela história que ele se propõe contar.
comentários(0)comente



Gabriel 13/05/2022

A entropia muito me interessa, cada vez mais. Digo o tema em si. O caos emocional, o da sociedade, do universo. A entropia aqui representada num drama de uma adolescente com a chegada da vida adulta e a chamada à responsabilidade surgindo. É um caos crescer e sobreviver nesse mundo. Onde conseguir o controle? O livro faz essa metáfora do caos de uma sociedade 'pós moderna' e materializa esse caos numa casa de um sujeito acumulador. Acumula na busca de um um sentido e significado, tenta se prender e não descartar nada que possa ser sólido. Juntar os cacos nesse mundo muitas vezes é dolorido, mas é na dor que costumamos nos orientar. Mas não se enganem, no caos o mar sempre vai voltar a ter ressacas.
comentários(0)comente



Paola 08/05/2022

Densidade
Livro curto e denso.
Retrata a realidade de muitas famílias brasileiras, de forma crua, sem rodeios.
comentários(0)comente



Erika 10/04/2022

Até um certo momento estava devotando, mas da metade para o final, senti meio arrastado, porém, é um livro lindissimo! Amei Abigail, Berta e Lucio.
comentários(0)comente



Dani Pontes 08/04/2022

Angustiante
Um livro dolorido, incômodo, angustiante... uma situação de vida tão ruim q chega a dar náusea.
A gente lê torcendo e esperando pelo melhor sem saber como poderia vir...
comentários(0)comente



Luciano Otaciano 11/03/2022

Esperava mais deste livro, ainda assim não deixa de entreter!
Certamente você já conheceu ou, até mesmo, conviveu com um acumulador compulsivo, uma pessoa que não consegue se desfazer de coisas supostamente inúteis, tais como embalagens de presentes, caixas de papelão, jornais, revistas, agendas e calendários velhos, copos de geleia ou requeijão usados e toda sorte de objetos que, aos poucos, passam a dominar os ambientes da casa. Lúcio, um dos personagens do recém-lançado romance de Natércia Pontes, sofre deste tipo de distúrbio psíquico, mais conhecido como transtorno do colecionamento. 
Lúcio convive com as duas filhas jovens, Abigail e Berta, em um apartamento próximo à praia em Fortaleza que se transformou em uma espécie de aterro sanitário, onde todos dividem o espaço com as quinquilharias e os insetos. O romance tem como base uma narrativa forte conduzida em primeira pessoa por Abigail a partir de fragmentos de seu diário; ao escrever ela tenta encontrar algum sentido nos caquinhos formados por paixões, desilusões ou ausências – principalmente a da mãe – essas ausências afetivas e a desordem no seu cotidiano familiar não se encaixam no modelo de vida de uma adolescente de classe média quando comparado com as colegas de escola.
O caos doméstico é tão intenso que chega ao ponto de faltar comida na geladeira, não por uma questão financeira e sim por absoluta falta de senso prático de Lúcio, o que força Abigail e Berta a encontrarem formas alternativas de sobrevivência como bater na porta das vizinhas para pedir ovos ou que Berta passe cada vez mais tempo morando em temporadas na casa de uma amiga. Apesar das dificuldades de convivência e algumas brigas entre as irmãs. Essa relação de amor e ódio entre eles é muito bem construída pela autora ao longo do romance, sobretudo ao utilizar uma personagem-narradora que é pouco confiável devido às crises típicas do amadurecimento.
O apartamento 402, onde convive esta família completamente disfuncional, é uma presença tão forte no romance que – com sua geografia caótica que inclui estalactites de vazamentos do teto mofado e cheiros peculiares como o vapor frio e sulfuroso da geladeira com alimentos estragados – pode ser considerado como mais um personagem na trama. Neste ambiente doentio e claustrofóbico todos precisam vencer as suas próprias dificuldades e seguir com a vida. As descrições sensoriais do livro podem chocar leitores mais suscetíveis como, por exemplo, quando a autora lança mão de um CHEIRO DOCE DE BARATA mas há um contexto justificável pra isso. A narrativa é normalmente pontuada por um tom bem-humorado, típico da adolescência, mesmo que essa postura esteja em alguns momentos bem mais próxima do tragicômico, como fica claro no decorrer do romance. O que me incomodou bastante é que, não há foco na narrativa. Um capítulo sobre a violência sofrida por Abigail antecede em muitos capítulos o momento em que a relação com um gringo mais velho começou. E o problema não é a narrativa não ser linear – até porque diversas outras obras utilizam-se deste recurso de forma primorosa -, mas sim a falta de explicação do tempo, do espaço e das figuras importantes da história.
Entende-se que os três protagonistas vivem em situação precária e caótica, em um apartamento lotado de entulhos guardados através dos anos e com a companhia de incontáveis insetos – e, meu Deus, as baratas são tantas que são quase personagens à parte. Contudo, nada é explicado. O que aconteceu para chegaram àquele ponto – principalmente o papel de Lúcio -, por que as garotas são tão deixadas à própria sorte, onde está a mãe e as outras irmãs. São apenas algumas perguntas não respondidas durante a curta experiência de leitura.
Natércia, por outro lado, consegue laçar o leitor com sua escrita. O texto é bonito de ser lido, mas principalmente de ser falado. Muitas passagens são fortes e carregam um peso emocional que pode assustar e afastar leitores que não estão preparados para encarar as dificuldades banais de um cotidiano triste e comum. Contudo, palavras bonitas e sentimentos expressos de forma crua não são o suficiente para a obra se manter como um romance de formação. Em resumo, OS TAIS CAQUINHOS é uma obra que utiliza técnica eficiente que alterna fluxos de consciência e fragmentos narrativos do diário da personagem, autora nos apresenta um romance de formação diferente e sensível ao escrever sobre um tema sempre importante na literatura: as dores do amadurecimento e as dificuldades das relações humanas, em especial as familiares.
Ansioso para ler mais da autora, mas esperava um pouco mais deste livro em questão.
Espero que tenham curtido a resenha. Até a próxima!
comentários(0)comente



Marcos Han 05/03/2022

Resenha
Resenha do livro lido para contagem da leitura no
desafio de leitura anual do aplicativo skoob do ano
2022.
comentários(0)comente



Helena Guerra Vicente 27/02/2022

Livro excepcional
Os tais caquinhos é um livro poderoso que pode ser lido de forma literal ou não, e eu adoro isso na escrita da Natércia. Lendo de maneira literal, o apartamento em que a família da adolescente Abigail vive mais parece um lixão, um ?aterro sanitário?, um amontoado de contas vencidas, decodificadores de TV a cabo quebrados, cartelas de comprimidos vazias, relógios sem bateria, isso sem falar na sujeira, nas camadas de pó que se amontoam sobre o "aterro", nas perninhas de barata grudadas em sabonetes ressecados. Aqui, as sensações de asco, repulsa e indignação produzidas no leitor são quase físicas; mas gera-se também, em contrapartida, um sentimento de compaixão por esse pai solo que ama muito as suas filhas (ele enche as forminhas de gelo!), mas que parece totalmente incapaz de cuidar delas. Por outro lado, e se essa for a vontade do leitor, a obra pode ser lida como uma grande metáfora para todo o lixo afetivo que simplesmente não conseguimos deixar para trás (é o caso do pai acumulador, que se apoia em lembranças para sobreviver). Como a referência de vida da protagonista é esse caos doméstico, também seus sentimentos são expressos de forma bastante peculiar: "Sou imatura e tenho um coração de tupperware malcheiroso e vazio", "De repente os dias pareciam mais leves, como se uma camada grossa de poeira espalhada sobre todas as coisas e sobre cada pensamento entulhado na minha cabeça tivesse sido sugada por um imenso aspirador de pó".
Não vou me alongar mais porque tenho pavor de spoiler. Mas eu não poderia deixar de me manifestar de forma mais extensa sobre esse livro, que me impressionou muito e, certamente, vai para a minha lista de melhores leituras do ano.
comentários(0)comente



Lulu 24/01/2022

Espetacular
O tanto que eu AMO livros do gênero ficção/amadurecimento não tá escrito!
O que a Natércia fez nessa obra é lindo! Um romance tão áspero e tão real sobre uma família com integrantes de personalidades únicas, é possível sentir o cheiro do apartamento, a descrença das irmãs, a negligência do pai?
Indico demaisssss!
comentários(0)comente



drikamath29 17/01/2022

Cansativo
Achei a leitura cansativa. A perspectiva familiar, às vezes, um tanto forçada. Achei ruim a insistência no fato de o apartamento ser um lixao e de as irmãs não terem o que comer.
comentários(0)comente



Alice Nunes 16/01/2022

Perturbador
Tipo de livro que gera um incômodo a cada página. É possível se sentir dentro do apartamento 402 com todo seu entulho, mal cheiro, insetos e amor.
É possível sentir, através do que parece ser o diário de Abgail, todo o abandono que duas jovens vivem ao dividir o teto com o pai que, apesar de muito amá-las, não consegue prover a segurança que elas precisam.
Incrível o poder de descrição da autora e o que mais amei foram os títulos dos capítulos e a fluidez da estória.
comentários(0)comente



59 encontrados | exibindo 16 a 31
1 | 2 | 3 | 4


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR