Samira Zorkot 14/05/2022
Uma jornada de coração aberto
Tenho muito a dizer sobre essa história, começando com o fato de que a adolescente de 18 anos que eu fui, teria sido impactada por Effie ao ponto de estar sem palavras.
Estou acostumada a ler livros mais pesados, então é bem diferente para mim sentir essa identificação com uma personagem tão pura e inocente. Ao ler a história, eu tive essa sensação de quão boa Effie é. Na minha perspectiva, é algo que só uma autora que viveu na pele a perda das suas asas saberia transcrever em palavras.
Sob a Neve Ardente fala muito de tradição e como algumas delas precisam ser quebradas quando deixam de fazer sentindo. A história traz um ar de renovação, comparada a muitos livros de fantasia que já li.
Senti na pele, toda vez que Effie se sentia excluída e desvalorizada, por algo que sequer era sua culpa. De modo geral, esse livro me fez lembrar quem eu era quando mais nova e como o mundo cala sua voz muitas vezes, simplesmente por não estar dentro de uma idade aceitável ou “madura”.
Gostei muito disso, porque a autora e a personagem principal tem uma idade bem aproximada. Você realmente entra dentro da cabeça de um adolescente enfrentando os novos desafios que a vida joga no seu colo.
Demorei um pouco para ficar vidrada na história, principalmente por ter uma leveza que não estou muito acostumada a ler. No entanto, no momento em que senti o impacto da jornada de Effie, não consegui largar mais.
Acho que essa é uma história para todas as pessoas que tiveram sonhos e escolhas arrancadas, por situações do destino ou de força maior. É bom ler essa jornada de esperança e coração aberto que Effie, através das palavras da Gabi, chegam até nós.
Acredito que a continuação vai ser ainda melhor.