Aline 15/01/2021
"Quem perde as esperanças vai atrás das próprias soluções"
Lançado em 2020, este livro é um chamado à ação urgente contra o colapso dos nossos ecossistemas. É um convite à última geração capaz de agir efetivamente para libertar o nosso futuro em um planeta onde não haja exploração - da terra, dos animais, das pessoas. Não por acaso, quem apresenta o livro ao público brasileiro é a jornalista Eliane Brum - uma recomendação do livro por si só. A jornalista do El País esteve à bordo do navio Artic Sunrise, do Greenpeace, navegado por Carola em janeiro de 2020, e foi nas águas geladas da Antártida que leu a versão espanhola do livro - trazida para o Brasil em tradução pela editora Arquipélago.
Carola Rackete, alemã, nascida em 1988 na cidade de Preetz, teve sua imagem reproduzida mundialmente em junho de 2019 após resgatar refugiados em um bote no mar mediterrâneo e adentrar o porto de Lampedusa sem autorização. Rackete desobedeceu as ordens do governo italiano após uma espera de 16 dias enquanto cerca de 40 refugiados da Líbia ficava a cada dia em piores condições. Provocadora e convidativa, a ativista dedica seu livro "às vítimas da obediência civil".
A mensagem da autora é clara: precisamos buscar uma mudança radical para que a vida no nosso planeta não se torne mais hostil e inviável - o que, segundo as previsões científicas, deve acontecer ainda neste século caso nada mude (agora). A obra é dividida em cinco capítulos:
1. Chega de falsas esperanças
2. Um mandamento humanitário
3. A última geração?
4. Questionar o sistema
5. Vamos começar a agir
Cada parte alterna a o desenrolar da narrativa dos 16 dias desde o resgate com informações científicas e reflexões sobre o a crise de refugiados, o colapso climático, o consumo desenfreado e a economia baseada do crescimento constante. A leitura é fluida, informativa e capaz de nos tocar quanto à necessidade de não sermos passivos frente às mudanças, afinal, deixar de agir também é uma escolha.
"Numa boa democracia, o poder parte do povo, mas para isso o povo precisa se envolver. A democracia precisa ser viva para que funcione" .
"Vivemos em uma época em que a ordem está errada e é destrutiva. Essa ordem precisa ser perturbada".
site: https://www.instagram.com/aline.entrelivros/