Paula 17/06/2017
Wuthering Heights (O Morro dos Ventos Uivantes), de Emily Brontë
O romance Wuthering Heights é composto por dois volumes e foi publicador Emily Brontë, sob o pseudônimo Ellis Bell, em 1847. Na época, a obra foi considerada inapropriada por descrever uma paixão desgovernada que leva a atos de crueldade. Hoje em dia, porém, a autora é considerada uma das maiores escritoras da literatura mundial. Em uma época em que mulheres viviam reclusas, criadas para serem donas de casa realizarem casamentos arranjados por conveniência financeira, Emily Brontë - assim como suas irmãs Charlotte e Anne - realiza a proeza de escrever um romance em que esses valores aparecem de modo desconfortável para o leitor.
A história começa quando Mr. Lockwood. um dos narradores, tendo alugado a Thrushcross Grange, vai falar com Heathcliff, o proprietário da granja, que mora em Wuthering Heights. No primeiro dia, Mr Lockwood não é muito bem recebido, mas mesmo assim julga o comportamento de Heathcliff como uma reserva, uma dificuldade de demonstrar afeto que ele também tem. O inquilino se propõe a voltar no dia seguinte, mas devido ao mal tempo e ao fato de que ninguém lhe oferece um guia para que ele volte para casa, Mr. Lockwood precisa passar a noite em Wuthering Heights.
Uma das criadas o hospeda, sem o consentimento de Heathcliff, em um quarto não ocupado há muitos anos, onde Mr. Lockwood encontra os diários de Catherine Earnshaw. Durante a leitura, Mr. Lockwood adormecece e tem pesadelo com uma moça que segura sua mão e grita para lhe deixe entrar, pois estaria tentando entrar há vinte anos. Quando Mr. Lockwood volta para casa, sua governanta Mrs. Ellen Dean (Nelly), que também fora governanta em Wuthering Heights, conta-lhe a história de Catherine Earnshaw e Heathcliff.
O velho Mr. Earnshaw, pai de Catherine e Hindley, deixa Wuthering Heights por alguns dias e viaja a Liverpool, prometendo trazer um violino para Hindley e um chicote para Catherine. Em vez disso, Mr. Eranshaw volta com uma criança abandonada, que ele chama de Heathcliff. Catherine e seu pai são os únicos que se afeiçoam do menino, Hindley não suporta e o provoca o tempo inteiro, mas Heathcliff não revida, pelo menos durante a infância. Catherine e Heathcliff adoravam um ao outro viviam brincando juntos até o dia em que ela é mordida por um cachorro na Thrushcross Grange, onde moravam os irmãos Edgar e Isabella Linton. Tendo sido cuidada pela família vizinha, Cathrtine se acostuma à boa vida que teve e começa a zombar das roupas sujas e do rosto se Heathcliff. Em um certo momento, Heathcliff ouve Catherine dizer que seria degradante para ela casar-se com ele. Ao perceber-se rejeitado pela única pessoa que amava e que Hindley o tratava como empregado depois da morte do Sr. Earnshaw, Heathcliff vai embora e deixa o caminho livre para que Catherine se case com Edgar Linton. Três anos depois ele volta amargurado. Toda sua mágoa guardada desde as provocações de Hindley, dos criados e vizinhos se somam ao fato de que a única pessoa que lhe dedicava um amor recíproco o rejeitou por alguém com melhores condições financeiras.
A partir daí, prefiro não revelar detalhes da história. Cabe ao leitor descobrir o que acontece. Trata-se de uma história de um amor tão arrebatador e ao mesmo tempo tão doentio, que a amargura de Heathcliff contagia os personagens - aqueles que receberam Mr. Lockwood no começo da história, literalmente soltando os cachorros - e seus leitores, que se sentem angustiados até o momento em que a obra se encerra, com uma brisa suave.