@blogleiturasdiarias 08/02/2023Jay Crownover nunca decepciona!Indiscutivelmente Jay Crownover consegue me conquistar em qualquer tipo de história, e não foi diferente em Recuperado. Talvez muito mais do que esperava, o título foi uma leitura que adorei — porque quem me conhece, sabe que a temática enemies to lovers não é uma das minhas favoritas.
Affton Reed e Cable James McCaffrey estudavam na mesma escola, e se odiavam. Porém, Affton era a única a perceber que Cable estava no fundo do poço, sem chances de sair. Após a intromissão dela na vida de Cable, tentando ajudá-lo, as coisas saíram do eixo e uma tragédia sucedeu. Anos após ao desastre, suas vidas serão novamente unidas. Agora Cable precisa da ajuda de Affton para se reergue, e eles perceberão que esse sentimento de ódio na realidade guarda algo mais profundo. Será que um possível namoro entre eles dará certo? O que houve com Cable? Affton conseguirá ajudá-lo?
É incrível o quanto os desenvolvimentos da autora são maravilhosos! A construção dos acontecimentos e situações nos envolve velozmente no enredo, fazendo então com que a leitura seja super fluida. Jay tem o dom de nos conquistar nas palavras, na forma como traz o andamento, na elaboração dos personagens e no drama. Em menos de 250 páginas, passamos por um carrossel de emoções equiparado ao de um belo calhamaço. Aqui temos assuntos reais, assuntos complexos, mas que nas palavras dela tornam-se compreensíveis e entendíveis. Ainda que use da liberdade poética para alterar certos tópicos — e a Jay fala isso na sua nota — temos a presença de uma realidade verossímil bem forte.
Sobre seus personagens, Affton e Cable é uma dupla e tanto! Donos de personalidades fortes, comportamentos teimosos e pelo fato de se odiarem antes de realmente se conhecerem, causam algumas cenas. O que mais me chama atenção acerca deles é o crescimento nas páginas — a evolução é perceptível, o que nos deixa contente! O casal possui uma forte química, conexão e atração, que foi por onde o romance transcorreu gradualmente. Acho que a grande sacada desse romance é a questão deles saírem de inimigos para a paixão. É satisfatório acompanhar essa trajetória sendo lapidada.
"... minha mãe insistia em cuidar de mim. Se não a deixasse fazer isso, ela enviaria alguém em seu lugar. Alguém em que eu pensava todos os dias desde que disse que me odiava. Alguém que observei desde o momento em que apareceu em Loveless, parecendo tão perdida e sozinha quanto eu. Affton Reed." pág. 33
Não acho que seja um livro com grandes reviravoltas ou momentos surpresas, entretanto considero a sua linearidade um ponto chave, pois vamos acompanhando a luta diária e o cotidiano dos protagonistas. É nesses instantes que ocorre a aproximação do leitor com a história, e a faz ser sensacional. Não tem muito mais o que falar sem que se torne spoiler, afinal, acredito que ler a obra "no escuro" torna-a mais interessante.
Como é de praxe, e esperado, o erótico tem suas aparições ao longo das páginas, sendo uma constante na narrativa. O final chega com um cenário cheio de dúvidas e circunstâncias que colocam em risco o relacionamento. Me gerou questionamentos como a autora levaria adiante uma relação que tinha suas problemáticas e ressalvas, no entanto ela acertou em cheio a maneira que desenhou o desfecho. Inclusive o epílogo, mora no meu coração.
De uma forma geral, Recuperado é mais um ótimo exemplar no acervo da Jay Crownover. Por ser curto, ter uma trama que considero dinâmica, acho uma excelente indicação para quem quer conhecer a autora e/ou um livro rápido de ser lido. Apaixone-se por esse romance! Recomendo demais.
Na parte física, a capa é a original, então a The Gift só adaptou para o português. Gosto dela pois retrata bem nosso jovem masculino, na qual é o enfoque. A diagramação é a padrão da editora, tendo um texto confortável e espaçado. Ela também sempre traz um detalhes nos inícios de capítulos que são bonitos. Não encontrei erro de revisão ou ortográfico. A narrativa é feita em primeira pessoa pelos dois pontos de vistas alternados.
"Eu queria mostrar a ela que poderia fazer as escolhas certas quando focava minha mente nisso. Que eu, de fato, distinguia o certo do errado e que era capaz de cuidar de mim mesmo. Eu queria impressioná-la. Queria que ela soubesse que não estava perdendo tempo, que eu não era uma causa perdida." pág. 115
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