Mari Gominho 28/12/2022Questões raciais à flor da peleMuito bom o livro, utilizando um ato simples para abordar uma série de problemáticas sociais complexas, em especial o racismo. A história de Ruth, enfermeira obstetra, é incrível, sua força e determinação pelo futuro do seu filho é inspiradora, e tudo é colocado em xeque quando esta é presa acusada do homicídio de um bebê. Também gostei bastante da defensora pública, Kennedy, e de como ela vai se transformando durante a narrativa, questionando sobre seus atos e pensamentos, permitindo-se analisar a forma como o sistema judicial trata os negros e suas reais causas. Achei pesados os trechos narrados por Turk, o pai do bebê morto, este um supremacista branco convicto, mas entendo o porquê de estar na história. Acredito que o ponto de vista dele foi interessante, ainda que ler a forma como esses grupos agem (por vezes com violência física, outras por ameaças e aliciamento de jovens) me cause uma repulsa imensa. Porém é entendendo esse mecanismo que podemos combater que esse tipo de filosofia se espalhe ainda mais e continue causando danos a toda a população.
A leitura com certeza valeu muito a pena, dei 4 estrelas e meia, considero muito relevante e a obra é uma porta de entrada muito rica para debates antirracistas em escolas, empresas e outros circulos sociais.