Aline Marques 11/05/2018Há tempo para amar! [IG @ousejalivros]Marie-Laure irá morrer em poucas semanas. Se der sorte, segundo os especialistas, poderá resistir por dois meses.
Um câncer terminal, quatro filhos e pouco menos de duzentas páginas para registrar tudo o que julga importante ser dito para aqueles que deixará para trás.
Ser lembrada ou jamais ser esquecida... Será que existe mesmo uma diferença?
O relato autobiográfico tem início na infância de Marie, pontuando, rapidamente, o abandono da mãe, o abuso sexual e emocional infligido pelo pai e a relação afetuosa entre seus irmãos mais velhos e sua avó paterna.
Um passado de dor que não extinguiu sua capacidade de se divertir e viver. De acreditar e realizar!
A adolescência e juventude também passam como um borrão, talvez, por conta da narrativa fluída, que muito se assemelha a uma conversa informal com uma velha amiga, ou, quem sabe, porque o foco da história seja outro.
Entre parágrafos e capítulos, o leitor se aproxima de Marie, de sua família e da iminência do final trágico e nada feliz, sem laços profundos, nem sentimentos intensos, mas, ainda assim, motivado pela solidariedade e com o peso da realidade como âncora.
Uma mãe imperfeita que deseja a segurança de seus filhos e a garantia de que, com o passar dos anos, a força de seu amor possa fornecer as ferramentas necessárias para que construam um futuro feliz. Mesmo que ela própria seja passado.
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Nota: 3.75 / 5.00