A Palavra que Resta (eBook)

A Palavra que Resta (eBook) Stênio Gardel




Resenhas - A palavra que resta


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Lucas Whitethorn 22/04/2024

Que livro!
A leitura desse livro no começo foi um pouco mais difícil até eu me acostumar com a escrita, mas depois que acostumei a leitura fluiu. Gostei muito da leitura, apesar de ser um livro pesado e triste.








?? Spoiler??




Sobre o final depois de refletir porque o autor terminou daquele jeito acho que entendi um pouco, apesar de não ter gostado tanto porque ele passou o livro todo criando uma expectativa na gente sobre algo que no final não vimos.
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Bárbara Matsuda 22/04/2024

Aos 71 anos, raimundo resolve aprender a ler e a escrever. movido por uma carta do passado de sua grande paixão, cícero, ele busca tornar seu conteúdo acessível.

nascido no interior e com uma família marcada por um histórico traumático de preconceito e repressão, ele passa por todos os tipos de violência por conta de sua sexualidade. trabalha como caminhoneiro, costura roupas, vai ao cinema proibido. e o desejo x culpa/vergonha sempre presente.

os diálogos e pensamentos são feito ping-pong, podem ser um pouco confusos, mas eu gostei do ritmo frenético e poético que o autor cria. apenas o final, que entendi a proposta, mas senti falta de um enlace mais direto. também esperava um foco na transformação da alfabetização, mas os conflitos de sexualidade são o que realmente permeiam o livro.
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Rimylles.Silva 21/04/2024

A dor de não poder ser quem somos
Nesse livro, Stenio Gardel conta a história de Raimundo, um senhor com mais de 70 anos, analfabeto e que está disposto a aprender a ler para saber o que está escrito em uma carta deixada pelo grande amor da sua vida, Cícero! Uma vida marcada pela violência física desde o início da adolescência quando o pai descobre sua homossexualidade, pela "necessidade" de se esconder diante da sociedade por muitos anos de sua vida por ter vergonha de ser quem ele era, pelo preconceito vivenciado cotidianamente que atrapalhava sua vida. Uma leitura difícil, mas importante para que possamos cada vez mais respeitar as pessoas pelo que elas são!
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vinizambianco 21/04/2024

[sobre passado, cartas e dores que perpassam gerações]

Não estava em meus planos, ler outro livro nacional, porque queria variar um pouco, só que algo em A Palavra Que Resta, me atraiu e eu não consegui não ele. O livro conta a história de Raimundo, que aos 71 anos resolve aprender a ler e escrever para que então possa ler uma carta escrita para ele pelo seu amor de juventude Cícero.

A premissa por si só já é bastante interessante, porém acredito que a grandiosidade da obra está em seu modo de narração e em seus personagens tão reais, Stênio Gardel escreve com veracidade essa história, seu ?casal? de protagonistas não se assemelham a nada que eu já tenha lido e visto, pois tem um pé na realidade e transmite verdade e autenticidade.

O modo de  narração une em alguns momentos  pensamentos, diálogos e conversas, e no começo soa bastante confusa, mas depois que entramos no universo da história soa tão normal e sabemos quem fala e com quem se fala, um trabalho primoroso de edição e montagem da história.

Além desses muito pontos positivos, a parte 2 do livro em que conhecemos um pouco mais sobre a vida do pai de Raimundo é de uma magnitude e de uma maravilha, e de uma dor que quando chegou ao fim eu tive que parar, desligar a tela do Kindle e dar uma longa respirada porque a paulada foi forte, no rosto não Stênio.

Outro ponto forte do livro são os personagens coadjuvantes, com destaque para Cícero e Suzanný, é muito gostoso ver as interações de Raimundo com os dois, e a construção da amizade dela com a segunda me tirou bons suspiros de felicidade, muitas passagens da mudança de Raimundo são maravilhosas, essa é a verdade.

Minha única ressalva, é que eu queria SABER O QUE ESTAVA NA CARTA, o final é lindo, e acredito que o mistério e a grandiosidade estão também nessa dúvida cruel que nos segue pelas páginas e pela vida do protagonista por vários anos.

Com uma prosa fenomenal, cenários certeiros e personagens humanos, Stênio Gardel mostra porque dos prêmios e da aclamação que conquistou, e ao final do livro não sabemos qual a palavra que resta, porque com um livro desses, não sobra nenhuma.
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clingriid 21/04/2024

Eu tenho o costume de ler, pensar um pouco sobre e, depois, procurar alguma resenha pra ouvir um pouco sobre opiniões de outras pessoas. Foi assim que eu encontrei uma resenha no youtube com opiniões muito diferentes da minha e que eu gostaria de fazer alguns apontamentos de acordo com a minha opinião.

Nessa resenha, essa pessoa dizia que achou o livro raso, porque tudo o que se poderia explorar da história estava na sinopse e que não houve grandes reviravoltas no decorrer do livro. Eu não poderia discordar mais dessa opinião.

Eu concordo que essa não é uma história com grandes reviravoltas, mas eu também acredito que essa não é a intenção do autor.

No decorrer desse livro acompanhamos a história de Raimundo e, através de seus pensamentos, encaramos seus medos, seus traumas, suas vivências e, na minha opinião, esse é o grande propósito do livro, essa é uma história sobre aceitação e sobre os preconceitos vividos por Raimundo, pela sua própria família, pela sociedade, e também por ele mesmo e, se tratando da vivência de um homem comum, enfrentando seus próprios demônios, não havia nenhum “plot twist” pra acontecer nessa história.

Ainda nessa resenha é dito que o Stênio Gardel tenta escrever de uma forma literária e se perde por não conseguir sustentar a escrita por todo o livro. Novamente eu discordo.

Como se sabe, Raimundo é um homem analfabeta que, apenas aos 70 anos de idade aprende a ler e a escrever e eu acho que a escrita do autor expressa exatamente isso.

Durante todo o livro acompanhamos os pensamentos de Raimundo que vagam entre o presente e o passado e, pelos pensamentos do personagem é possível compreender sua constante ansiedade, suas contradições, anseios e perturbações e claramente isso só é possível devido a escrita do autor.

Em resumo, o livro me tocou profundamente, gostaria de poder acompanhar a história de Raimundo por mais tempo.
Glaucers 23/04/2024minha estante
Como alguém é capaz de dizer que esse livro é raso


clingriid 23/04/2024minha estante
eu também não consegui entender?




bffreitas 20/04/2024

Precisei de um tempo
Ler esse livro pode parecer fácil, até porque a leitura é fluida, os causos são curtos e as palavras poucas. Mas ele não é nada fácil de ser lido. Existe uma emoção dentro da simplicidade, um abismo dentro do raso e uma tristeza dentro de cada palavra que não consigo explicar aqui em uma resenha, só lendo.
Quando terminei o livro, a sensação era de perda. Queria saber mais, queria continuar conversando com Seu Raimundo. Não pude. Mas agora, me contentando com essa conversa de poucos instantes, me sinto grata pela experiência.
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thexbia 19/04/2024

A essência das palavras de um senhor na sua melhor idade
A palavra que resta é um desses livros com uma premissa muito interessante: um senhor de 71 anos se alfabetiza para conseguir ler a carta deixada pelo seu amor da juventude.
Raimundo é o nosso protagonista, nascido no interior, de uma família humilde proprietária de um sítio. Chutando, o encontro dele com Cícero se dá por volta dos anos 40 ou 50.
O que eu não esperava é que a execução fosse ainda mais tocante do que a premissa. Pensando bem, não acho que o livro tenha defeitos. Mas definitivamente o ponto alto para mim são as divagações do Raimundo, que acontecem alternado 3 linhas temporais (presente, um passado dos últimos acontecimentos da sua vida e o que foi vivido quando estava com Cícero) deixando-as ainda mais emocionantes. Isto foi possível porque o Raimundo é na maior parte do tempo (ou em todo tempo) o narrador e escritor da sua própria história.
Nenhum dos personagens está ali a atoa, todos são importantes para a narrativa e desenvolvimento do protagonista. Ainda assim, o que mais me cativaram foram o tio do Raimundo e a Suzzaný. Duas pessoas que enfrentaram tudo para poderem ser quem são.
Sobre a carta, assimilei que ela foi por 50 anos a grande propulsora da vida do Raimundo.
Terminei tendo a certeza que precisarei de uma releitura e que ainda voltarei diversas vezes aos trechos do livro.
Stênio Gardel escreveu ouro em seu primeiro livro publicado, mal posso esperar para os próximos.
victoria896 22/04/2024minha estante
suas palavras ?




Clara.Oliveira 18/04/2024

Não me restou nenhuma palavra
Na verdade, talvez tenham surgido tantas palavras que eu simplesmente não consigo escolher nenhuma.
Já faz alguns dias que acabei, mas fiquei muito impactada e precisava tirar um tempo pra poder falar sobre ele.
Entra naquela categoria de livros que todo ser humano deveria ler.
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Ana Lívia 18/04/2024

Não sei muito bem o que pensar do final, fiquei triste, porque sou curiosa. A leitura é forte, crua e cruel às vezes.

Fiquei com o coração apertado em várias partes, fiquei com raiva e fiquei triste, principalmente pela luta do Raimundo com sua própria sexualidade.

Tem passagens extremamente fortes nesse livro. É uma leitura incrível, recomendo.
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Cleber63 18/04/2024

Olha?
Este livro realmente me capturou. A expectativa pelo desfecho me manteve ansioso, mas confesso que terminei a leitura com uma sensação de decepção devido à falta de respostas.
A história é bela e simples. No entanto, a escolha estilística do autor para a narrativa pode ser desafiadora, inicialmente parecendo confusa e possivelmente cansativa para alguns leitores. Contudo, à medida que avancei, me adaptei completamente ao estilo.
Apesar das minhas ressalvas quanto ao final, adorei conhecer os personagens e considero que o livro traz grandes lições.
Amo livros com histórias de pessoas simples, lutando para se conhecer melhor!
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Nelita.Mikaela 17/04/2024

Que leitura aconchegante, mesmo que constantemente provocativa e angustiante. Sempre fui fã da literatura nacional e da qualidade que ela nos proporciona ao aproximar histórias que parecem muito íntimas e pontuais, mas que na verdade acontecem comigo, com meu vizinhe, amigue, prime ou alguns dos tantos desconhecidos que esbarramos diariamente.
A Palavra que resta é um grande exemplo disso, convida o leitor a conhecer uma pessoa, uma pessoa da outra, a outra da pessoa, o sentimento da pessoa pelo outro, o sentimento que constrói o sentimento do outro, que também é da pessoa. De início, o mistério da carta nos anseia e desperta a curiosidade, mas não demora para que esse "mistério" seja a última coisa que embala o envolvimento com a história.
Uma escrita emocionante, bonita - sem deixar de ser incisiva e crua quando necessário - para uma história cheia de camadas e descobertas, com um final maduro e coerente com os tantos anos passados e vivências acumuladas. Foi um belo encontro, um encontro digno das ?????.
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luquinhas 17/04/2024

Eu estava a alguns meses sem ler um livro. Despretensiosamente eu comprei esse num dia que fui ao cinema com meus amigos.
Um exemplar autografado. Fiquei instigado com o nome "A palavra que resta"...o estudante de Letras ja começou a palpitar. Honestamente, esse livro é tantas coisas que nem consigo fazer uma crítica muito categórica dele. É o quê? Belo, voraz, honesto, despretensioso, lindo, contemporâneo...mas, essencialmente, é um estudo da palavra e do poder que ela exerce sobre nós. Sem deixar de lado a questão central do homoerotismo, do desejo, do não-dito, claro. Mas, acredito que Stênio Gardel foi muito genial ao contar a história de um amor que sobrevive pela falta e que dilacera as estranhas e se tornou a cruz, ao mesmo tempo, o motivo do caminhar de Raimundo.
Não importa mais o que está na carta. Raimundo já é outro homem. As palavras que restaram se materializaram, ironicamente, na inexistência delas. Todo amor é uma história da falta. Literatura também.
Enfim, amei muito! É lindo e foi um ótimo retorno pra mim.

"Tu já viu que não tem jeito, não tem, a mudança vem, ou a gente correndo atrás dela ou ela atropelando a gente com tudo, sem pedir pra sair do meio. E é bom que venha mesmo, que o fim certo é que é bom, é o fim certo que empurra a gente, não fosse a certeza do fim, a gente ia viver igual todo santo dia?"
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Neylane Naually 17/04/2024

"A carta guardava uma vida inteira"
"Uma carta inteira. Uma palavra seguindo a outra, quantas palavras? Mandar carta para uma pessoa que não sabia ler, só sendo. A ponta do lápis pairou acima da linha. O próximo nome tinha escrito a carta cinquenta e dois anos antes. Ao lado do caderno, o envelope encruado, sempre fechado. Raimundo não deixou ninguém ler e envelheceu com o desejo de saber o que ela diz crescendo dentro dele. Feto idoso, rebento tardio. A carta guardava uma vida inteira."

Assim começa A palavra que resta, um livro que mostra o poder das letras, palavras, frases, livros e uma carta. A história de Raimundo e Cícero é trágica, vivem um amor impensável para os outros, mas essencial para eles. Ao serem pegos juntos são obrigados a se separar dolorosamente, sem despedidas e sem saber se um dia iriam se reencontrar. A carta que Cícero deixa pra Raimundo é o único elo que remanesceu entre os dois. Mas Raimundo não sabe ler, e guarda a carta por anos sem saber o que contém nela, sem saber se ela poderia ter mudado o rumo dos dois na vida, se era uma despedida ou uma promessa de reencontro, se era o maior "e se" deles.

Stênio Gardel mescla esse romance lindo com a importância da alfabetização. Raimundo sempre demonstrou desejo grande de aprender a ler e escrever, mas suas vontades nunca eram atendidas. Teve que trabalhar no campo desde muito novo, se tornou refém de um mundo sem letras e palavras. Mais frente na vida, o personagem fala que é "ruim demais não saber [ler], é quase ser cego podendo enxergar". E esse processo de aprendizagem do Raimundo é muito bonito. Ele decide ir pra escola já mais velho, faz conquistas lindas, esbarra com pessoas que enriquecem sua vida, vive sua aceitação. Destaque pra travesti Suzzanný, uma personagem que muda a percepção de mundo de Raimundo.

"Esticador de horizontes, a professora Ana explicou que na poesia uma palavra diz muito mais do que diz, é a palavra que se estica então, isso sim, onde a palavra sozinha não vai, com a poesia vai, voa, que nem os passarinhos, passarinho que escuta de longe o silêncio que é tão alto, silêncio alto, abrir amanhecer, encolher rio, esticador de horizontes"

A história tem trechos marcantes, dolorosos. Tem uma passagem que me fez prender a respiração no momento da leitura, é uma conversa torturante entre Raimundo e sua mãe, em poucas palavras Stênio Gardel derramou um rio de sofrimento.

Amei esse livro, li suas 160 páginas em um dia e me encantei profundamente com a escrita do autor (tanto que comentei com ele sobre isso aqui mesmo no Instagram e ele, muito solícito, me respondeu carinhosamente). O livro ganhou o National Book Award na categoria literatura traduzida pela tradução de Bruna Dantas Lobato na edição da New Vessel Press (USA).

"meu jeito, meu desejo não me doía mais, e eu pude olhar a vida desse outro lugar, mais alto, mais claro, claro que enfrentei gente, onde que se vive sem enfrentar gente? talvez aí pelo céu, depois que vira espírito, enquanto temos corpo, o corpo molda tanto nesse mundo que não justifica"
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