Resenhas - Sobre a Terra Somos Belos por um Instante

Tronquilho 01/10/2023

Uau. Nunca li algo assim. Tão sensível, tão real, tão cru.
É uma história com camadas e camadas, que me pegaram desprevenidos.
O livro me fez querer marcar as frases perfeitas, e cada página tinha uma.

Fabio.Nunes 22/09/2023

Dep quá - É bonito
Sobre a terra somos belos por um instante - Ocean Vuong
Editora: Rocco, 2019

Já deu para ver só com o título que se trata de uma obra melancólica?
Vuong, num texto que mescla prosa e prosa poética - mesclando fases temporais diferentes - nos coloca na pele de "cachorrinho", nosso protagonista. Descendente de vietnamitas, vive com a avó e a mãe nos EUA.
Todo o texto escrito em forma de carta para a própria mãe.

Este é um romance que trata de exclusão, de desestrutura familiar, de abusos, de autodescoberta, de segregação étnica, de abuso de drogas, do horror da guerra, de morte; mas também de pertencimento pelo amor.

A escrita vai muito bem na prosa mas não me convenceu tanto na parte poética, flertando com a ininteligibilidade em alguns momentos.

O livro todo tem uma tonalidade cinza, pesada, mas sem exageros. E você percebe isso por conta do contraste que o autor deliberadamente propõe com a inserção de Paul na estória. Paul é um lugar de respiro - lembre-se disso caso leia o livro.

Recomendo a leitura.

Gabi 20/09/2023

Ocean Vuog em menos de 300 palavras nos entrega uma enxurrada de acontecimentos que aos poucos se unem e formam essa obra de arte. O livro se trata de uma carta íntima e sincera de um filho para sua mãe, e nos leva a conhecer uma família imigrante que possui traumas da guerra do Vietnã e como é dolorosa a perda gradativa da sua cultura e sua língua para adaptar-se a realidade americana.
Livro belíssimo, do começo ao fim. Amei demais

Camila | @abismos.literarios 27/01/2023

uma história pra dilacerar o coração.
(Resenha publicada no IG: @abismos.literarios)

A história nos é contada através de uma carta que Ocean escreve quando adulto para a própria mãe, que não sabe ler. Relatando e relembrando toda a sua vida, as histórias vão se entrelaçando entre a nostalgia, o sofrimento e as partidas, entre o amor, a família e os anseios, entre a guerra e as violências. É uma história intensa, complexa e sensível. A escrita de Vuong, demasiada poética e não linear, não agrada a todos, mas para mim foi um encanto, doeu e deixou em mim reflexões que me dilaceraram.

“Mas ao escrever, eu desfiguro. Mudo, embelezo e preservo você, tudo ao mesmo tempo.”

Nas memórias da sua vida, Cachorrinho (apelido que a família lhe deu) vai nos relatando sobre sua relação com a mãe e a avó, sobre a brevidade da presença violenta de seu pai, sobre as marcas da guerra em sua família vietnamita, sobre o preconceito e racismo presentes nos EUA. Entre a infância e adolescência, vamos acompanhar sua descoberta acerca da sexualidade, o uso abusivo de drogas, o primeiro amor e constantemente os impactos do que há de pior na humanidade: racismo, homofobia, xenofobia, guerra, violência e perdas.

"Eu não sabia que a guerra ainda estava dentro de você, nem sabia que existia uma guerra, que quando ela entra em você nunca mais sai."

Sobre a terra somos belos por um instante é um emaranhado de sentimentos. Apesar de belo e curto, é infinito. Vuong abre inteiramente seu coração nessas páginas, suas memórias e seus sentimentos são um desabafo e é impossível não deixar marcas e dores no próprio leitor. É uma leitura difícil, dolorosa e de uma sensibilidade sem tamanho. É um livro que pretendo revisitar e tempos em tempos, permitindo que me emocione e me transforme a cada leitura.

“Se comparada com a história do nosso planeta, uma vida individual é tão curta, um piscar de olhos, como dizem, então ser belo, mesmo que do dia em que nasce até o dia em que você morre, é ser belo apenas por um instante.”


site: https://www.instagram.com/p/Cn6-3XJLiXZ/

Júlia 17/10/2023

Um livro sensível e delicado sobre racismo, homofobia, identidade e estruturas familiares. é linda a forma em que é descrito como certos traumas são permanentes em uma família, independente da geração.
não foi o meu favorito e eu acabei me distanciando da história e dos personagens em alguns momentos, mas a escrita é realmente muito comovente.

Maria <3 14/02/2023

Eu não vou escrever uma resenha agora pq eu não tenho palavras suficientes pra expressar o quanto esse livro me impactou. Eu nunca li um livro que tivesse uma escrita tão incrivelmente bonita como essa, e nunca vi alguém conseguir transformar experiências e momentos difíceis da própria vida em algo tão belo e poético. A única coisa que eu posso dizer agora é que todo mundo deveria ler esse livro antes de morrer.

stefanie.luciani 26/02/2023

"Durante todo esse tempo eu disse a mim mesmo que nós nascemos da guerra ? mas eu estava enganado, Mãe. Nós nascemos da beleza."

Acho que esse foi um dos livros mais comoventes que li nos últimos tempos, porque o autor escancara da forma mais crua possível como a dor intensa que a guerra gera não afeta apenas aquele que a vivenciou, mas todas as futuras gerações; eles se interligam por meio dessa ferida.

O autor tem uma forma única de escrever, algo que jamais vi parecido, pois ele te leva em uma jornada, detalhando os mínimos detalhes para nós sermos capazes de acreditar que estamos vivenciando aquilo no mesmo momento (da mesma forma que sua avó fazia com ele).

É um livro que fala sobre dor, perda, luto e compaixão, que me fez marcar diversas páginas do livro, porque o autor sabe muito bem usar as palavras e nos fazer senti-las.

Anyi H 24/06/2023

Que leitura poética e emocionante. Tenho que confessar que demorei um pouco pra engrenar na leitura por se tratar de um livro em que a história não é linear, mas depois que me acostumei, peguei o jeito.
As reflexões que o livro trouxe, a história das duas mulheres (mãe e avó) e das dificuldades encontradas na ?terra em que os sonhos se realizam?.
Devo atentar que, história envolvendo guerra = gatilhos. Nem todos envolvendo guerra na verdade, mas é importante estar ciente disso.

Biancajml 07/04/2023

O livro começa com o filho escrevendo uma carta para a mãe que não sabe ler. Ele revive o passado, visitando momentos turbulentos na relação entre os dois, mas em seguida ele fala sobre um bom momento que viveram.

Sua memória traz todas as vezes em que sua mãe lhe agrediu, e em seguida um momento vivido que o marcou, não importa a simplicidade como uma ida ao parque ou um passei no shopping onde só podiam comprar alguns quadradinhos de chocolate. A mãe tentava recompensar aquela agressividade lhe dando algo bom depois.

A vida de ambos foi muito complicada, tendo o mínimo necessário para sobreviver.

Chegou um momento em sua vida, onde ele precisou enfrentar sua mãe como ele enfrentava os valentões da escola, isso aos treze anos de idade.

Há uma barreira que sua mãe não consegue ultrapassar, primeiro o fato de não conseguir ler, depois a língua que ela não conseguia falar. Isso muitas vezes a excluía da sociedade em que vivia. (Ela é vietnamita)

A dificuldade que essa família enfrenta não só por conta da diferença cultural, mas principalmente pela barreira linguística é enorme. Eles deixam claro que os Estados Unidos é um belo pais para morar, mas depende de quem você é. O que deixa subentendido que é um belo pais para os americanos e não para imigrantes.

A matriarca da família, Lan, foi uma mulher que fugiu de um casamento arranjado com um homem três vezes mais velho. Ela presenciou a guerra. Ela que não tinha um nome se deu um nome. Uma garota que precisou fugir para conseguir uma vida melhor.

Vemos a vida dessa família disfuncional, e o Cachorrinho, como é chamado o protagonista, se descobrindo. Ele se apaixona por um rapaz, um jovem branco que não aceitar ser gay.

Uma história tocante, delicada. Que fala sobre os imigrantes, sobre guerra, homosexualidade, família?

iris lendo 13/04/2023

"Para ser belo, você primeiro precisa ser visto...
Mas ser visto sempre permite que você seja caçado."

Eu nunca antes tinha lido um livro assim, com essa estrutura e poética. Foi lindo, confuso, extraordinário e também muito dolorido.
A forma como os cortes de narrativas completamente diferentes se interligam e tornam-se complemento um do outro de maneiras inesperadas é simplesmente arte.
Ocean Vuong tem um talento que eu nunca vi antes, de se expressar com as palavras de uma forma linda e tão verdadeira que chega a machucar.
Eu espero poder apreciar muitos outros trabalhos dele, que coisa bonita de ler e experienciar

dantielos 21/04/2023

Inquestionavelmente o livro mais lindo que eu já li.
(vou me referir ao livro como oewbg ? on earth we?re briefly gorgeous ? pra não precisar escrever o título todo o tempo todo.)

acho que posso começar falando que acho que sobre a terra somos belos por um instante não é uma leitura pra qualquer pessoa. sinto que alguém que não gosta de poesia pode achar o livro arrastado porque, no final, ele é, indubitavelmente, só um livro de poesia com umas coisinhas a mais. e põe poesia nisso.

é muito claro que o ocean vuong é poeta. ele pensa como um poeta, escreve como um poeta, processa como um poeta e vê o mundo como um poeta.

?nossas mãos vazias, exceto por nossas mãos.? só um poeta olharia pra um filho saindo de um shopping de mãos dadas com a mãe, os dois com as mãos vazias ? exceto pelas próprias mãos interligadas ? de um jeito tão lindo.

demorei meses pra terminar, porque eu não queria que terminasse nunca. oewbg explora com uma destreza inacreditável a relação mãe-filho, e é surpreendente o quanto ele consegue tocar o coração de quem está lendo, mesmo falando de um tópico que é tão distinto e pessoal pra cada pessoa.

oewbg é um livro sobre dor, sobre guerras, sobre família, sobre preconceito, sobre amor e, sobretudo, sobre ver beleza mesmo nas tragédias.

o ocean vuong consegue capturar perfeitamente o quão lindos os seres humanos podem ser. sobre como algumas pessoas têm guerras dentro de si, e mesmo assim não perdem a capacidade de amar.

todos vamos morrer. todos temos dificuldades e cometemos erros. mas, sobre a terra, somos belos por um instante.

?durante todo esse tempo eu disse a mim mesmo que nós nascemos da guerra ? mas eu estava enganado, mãe. nós nascemos da beleza.?

Léo 25/05/2023

A poesia escrita em prosa por Vuong é linda, bela e nua. Vc sente na pele o tormento do autor ao escrever uma carta à uma mãe analfabeta. Vc sente no estômago o desprezo que o preconceito e a xenofobia traziam a vidas daquela família. Vc sente o cheiro de uma avó que cozinhava sempre a mesma comida, mas que alimentava o neto de esperança e amor. Vc sente a melancolia de perder um amigo para as drogas.
Enfim, é um livro para se ler de coração aberto. A leitura é densa e um pouco desalinhada, mas extremamente necessária para entender que o mundo não se concentra no seu umbigo.

danda 27/05/2023

Acabo de terminar a leitura e descubro que o livro é uma ficção? procuro não saber muita coisa sobre o livro antes e durante a leitura para que eu possa ir formulando minhas suposições, o livro é tão profundo, permeia tantas linhas temporais que me fiz crer ser uma biografia, mas não, o autor que foi incrível em sua escrita a ponto de deixar tudo tão pessoal e imersivo.

Gabi 13/06/2023

Belo por um instante e triste no resto do tempo
Eu vinha ouvindo falar desse livro pelas redes, a um tempo já. E quando a oportunidade surgiu, eu nem hesitei em começar a ler! Que livro lindo, maravilhoso e perfeito! Nossa eu tava chorando muito num capítulo aí no outro já tava rindo.
Foi meu primeiro contato com a perspectiva narrativa de uma pessoa Vietnamita, e foi uma experiência literária MUITO enriquecedora, nossa. Eu amei os personagens (nem todos, obv) e a maneira em que ou autor ia traçando os acontecimentos da sua vida, envolvendo sua mãe, avó, familiares, amigos e do interesse amoroso também. Amei como o autor explorou com sinceridade os diversos lados de uma pessoa, que uma hora pode ser amável e boa, e em outro momento pode também ser um "monstro". Não tenho palavras pra descrever os sentimentos lindos e doloridos que esse livro despertou em mim.
O livro engloba vários temas relevantes e delicados, de uma maneira bastante poética e artística.