LER ETERNO PRAZER 29/12/2021
"E Não sobrou nenhum" foi publicado em 1939 e ainda segue conquistando até hoje muitos leitores. Primeiramente o conhecemos com o título de "O caso do dez negrinhos" e depois houve uma mudança para "E não sobrou nenhum" nessa edição que li. Esse livro é considerado o mais famoso de sua carreira e um detalhe interessante é que neste não vamos encontrar seu grande personagem, que protagoniza vários outro já publicados, Hercule Poirot, mas temos aqui presentes, como não poderia ser diferente em suas obras, muitos suspense e mistério.
Nossa história tem início com a apresentação de dez personagens que aparentemente não possuem nada em comum e nenhuma conexão entre si, aliás, são bem diferentes um do outro. A trama em si inicia quando todas essas figuras são convidadas para passar alguns dias na" Ilha do Soldado", a convite de um anfitrião muito peculiar, que não aparece em momento algum. Por algum motivo que somente Agatha Christie poderia nos explicar, as dez personagens aceitam o convite, mas o que eles encontram em seus quartos é o que sustenta e desenvolve a história.
Em seus quartos há um poema chamado ?E não sobrou nenhum?, assim como chama o livro, o qual conta a história de dez soldados (como o nome da ilha!) que foram morrendo um a um nas mais diversas condições. Além disso, para deixar a coisa mais interessante, na sala de estar da casa há um tabuleiro com dez soldadinhos de porcelana.
Contribuindo para o aumento do mistério, na primeira noite todos escutam por um sistema de áudio instalado na casa, acusações contra TODOS os hóspedes! Somando-se ao fato de seu anfitrião nunca dar às caras na casa. E esse é o pontapé inicial que Agatha Christie, a Rainha do Crime, utiliza para que uma onda de inseguranças e medos tome conta de todos os personagens.
Após ouvirem esse audio todos os hóspedes começam a ficar cada vez mais com medo e individualistas, acreditando que todos ali seriam possíveis dos crimes que foram denunciados, e assim, viram-se uns contra os outros. Esse individualismo só facilita o trabalho do assassino em matar um a um conforme o poema descreve, deixando todos ainda mais aterrorizados e pensando a todo momento ?Quem será o próximo?? ?Serei eu??. Além de todo o terror instaurado na casa por essas ações, cada vez que um personagem morre, um soldado de porcelana desaparece, deixando cada componente do grupo de hóspedes da casa cada vez mais aterrorizados de pavor de a qualquer momento ser o próximo a morrer.
E cada um que morre, lógico, é menos um suspeito, o círculo vai se fechando e claro Agatha Christhie vai nos preparando para um desfecho que irá lhe surpreender.
Eu particularmente fiquei muito surpreso, pois o caminho que seguia não chegou nem perto do desfecho dado por nossa dama do suspense.