KakauSoares 24/08/2022
VOCÊS PRECISAM LER ISSO!
O livro é todo escrito do ponto de vista das presas. Salvo uma ou outra opinião de funcionários e Heidi, coordenadora da Pastoral Carceraria, as histórias contadas são todas das próprias. Mesmo assim, em vários pontos do livro, Nana busca informações externas e imparcias para confrontar os depoimentos. Como quando ela liga para a penitenciária se passando por namorada de uma presa para confirmar se era real a acusação de que parceiras só poderiam fazer parte do rol de visitas se fosse como amiga e para isso a detenta precisaria abrir mão da visita da família. E sim, era real.
Eu li o livro na ordem de escrita, mas ele possui um sumário que agrupa os capítulos lhe dando a opção de ler ler por história de cada entrevistada. Pretendo reler nessa ordem.
Nana me surpreendeu com sua escrita. Ela consegue te fazer mergulhar nas histórias, como se você própria estivesse ali ouvindo pessoalmente. Ela consegue, por exemplo, te fazer entender a personalidade de Suzanne (a própria) e deixar mais claro como ela conseguiu persuadir o namorado e o cunhado a cometer um crime tão hediondo por ela.
Fiquei muito tocada com as condições desumanas dos presídios femininos e o mais bacana é que Nana não trata ninguém como vítima. A maioria está ali porque de fato deveria estar ali, mas isso não faz com que a precariedade do sistema carcerário seja menos grave.
Tô surpresa que no Skoob esse livro tenha poucos leitores. É uma leitura extremamente necessária para qualquer cidadão que tenha interesse em desenvolver consciência sobre a sociedade que vivemos. Além de ser uma leitura fácil, fluida e muito interessante.
#presosquemenstruam #nanaqueiroz