Lari / @palavrasdalari 29/04/2021
Ameiii
"Precisei correr atrás do seu perdão e não me arrependo. A Esther e os nossos filhos são o que tenho de mais valioso na minha vida e nunca me perdoaria se os perdesse."
Essa frase, ainda que não seja do início do livro, traz uma importante questão que vai ser fio que me fará começar essa resenha: correr atrás do perdão de alguém.
Todo ser humano é imperfeito, e como tal, é passível de erros ( veja bem, não estou defendendo os personagens que sequer apresentei), e por isso, sabemos que algum dia, em algum momento, vamos magoar alguém que amamos. Isso é fato.
Mas será que estamos preparados para arcar com as consequências disso? E será que até que ponto nossos erros são possiveis de serem perdoados?
Pois bem, essa é uma história da Alê, bem diferente das que ela costuma escrever. Ela falou isso quando começou. Envolve traição ( ou não?), Envolve ego, envolve um mundo machista que ainda põe nas costas da mulher, o peso de uma traição ( vou explicar, tenham calma) e envolve o perdão... As vezes o amor é mais forte do que os erros que estremecem uma relação... E isso muda tudo.
Mas vamos lá, Marcos e Esther são casados já algum tempo, têm uma vida estável, e no momento eles são a única companhia um do outro... As coisas começam a desandar quando uma funcionária da empresa que Marcos trabalha começa a dar em cima dele, e embora ele não esteja interessado, o fato de ele não pará-la acaba interferindo na relação com esther... Mas até que ponto ela iria suportar essa situação? E Marcos, porque ele não fazia nada??? E isso de certa forma não era uma traição?
Até que ponto uma traição é um erro? Sim, sempre. Mas um erro, é uma traição? Nesse caso, a meu ver, sim. A partir do momento em que Marcos não interfere no comportamento inadequado de Bruna, ele está dando abertura pra ela, e indo contra o que Esther pediu-lhe que ele fizesse, afinal, uma relação precisa de diálogo, e muitas vezes é necessário ceder para que haja equilíbrio entre ambos... E aí que tá a questão! Ele não cedeu, ele não fez o que ela havia pedido para fazer, e levou o relacionamento deles para um buraco completamente vazio e cheio de angústia da parte de ambos, afinal, apesar dessa crise, eles se amavam.
Enfim... Eu gostei bastante da história, do modo como foi milimetricamente escrita, e apesar de curta, trouxe muita coisa para discussão, principalmente no quesito: relacionamentos.
Nem sempre é fácil lidar com uma traição, na verdade, nunca é fácil. Ao mesmo tempo em que não é fácil ver alguém fazer algo que de alguma forma nos machuque e aí surgem mais coisas,e a relação começa a desandar.
A vida é um eterno carrossel, só que a gente nem sempre passa pelos mesmos pontos, então nem sempre da tempo de pedirmos perdão por algo ou alguém que nos machucou.
Pensar nisso, é crescer como ser humano. Perdoar é necessário, talvez doa, mas a meu ver, é necessário.
Eu recomendo esse livro, dms!! Vamos ler?