spoiler visualizarIara LA 04/06/2022
Um livro que nos toca.
Jamais imaginei que terminaria esse livro aos prantos. Uma emoção muito grande tomou conta de mim ao conhecer a vida e a obra de Hermann Rorschach. Em uma época de tanta falta de esperança esse livro inesperadamente me acalentou.
Searls tem uma escrita fabulosa. Ele conta a história do teste. Sendo assim, após a morte de Rorschach ele continua. No entanto, eu precisei dar uma pausa. Eu queria, a princípio, saber somente sobre a criação do teste, sua possível ligação com a arte e, quem sabe, com Jung. Mas conhecer um pouco da vida de Hermann me fez sentir certa dificuldade em continuar a leitura após sua morte. Assim deixei o livro de lado por um tempo.
Quando decidi retomar a leitura percebi que Searls escreve de um modo que me prende (lembrando que aqui também o mérito da tradutora Cláudia Belhassof). A expectativa que gerou em mim sobre a validação ou não do teste foi grande. De algum modo eu receava uma conclusão fraca, mas as colocações sobre a falibilidade do julgamento, qualquer que seja ele, é excelente, já que a avaliação de um ser humano por outro envolve a subjetividade. Nesse momento o autor afirma que diante disso, só nos resta confiar no avaliador e que, ainda que haja aperfeiçoamento do método. Sempre haverá limitações.
Ao longo do livro pude sentir a humanidade do criador do teste, fato que me comoveu. Senti também alegria ao ler que seu objetivo inicial está sendo retomado, fazer uma sociedade mais humana para aqueles que precisam de cuidados maiores com a saúde mental.
O Teste de Rorschach, foi muito especial para mim, uma vez que além da memória afetiva relativa ao teste, além da minha formação em arte, além de gostar de psicologia analitica e além de ser um teste que une a arte com a psicologia, fatos que me motivaram a lê-lo, descobri o homem humano, humilde e cativante que o criou.