Clássicas do pensamento social

Clássicas do pensamento social (Orgs.) Verônica Toste Daflon...




Resenhas - Clássicas do pensamento social


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Tatá 18/11/2022

Deveria ser obrigatório nas Ciências Sociais
Eu gostaria de ter lido esse livro na época da minha graduação. A importância de Martineau enquanto mãe da sociologia é inegável e ela precisava ter mais visibilidade. Na minha época da faculdade, o apagamento de mulheres como Martineau foi por completo. Eu só a conheci por conta de minha orientadora.
Espere uma leitura didática, acessível e que reforça que as mulheres sempre estiveram presentes, prontas para contestar. Ramabai é um outro exemplo de uma mulher corajosa e inteligente, que questionava o sistema de castas e a posição da mulher na Índia.
Os comentários das organizadoras são ótimos e cirúrgicos, enriquecendo ainda mais a leitura, com informações importantes sobre as autoras. Fico muito feliz de ter conhecido em especial a Cobra, uma mulher provocativa e transgressora, muito a frente de seu tempo.
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Jacque Spotto 24/03/2022

Já parou para pensar sobre os sociólogos que estudamos no decorrer de nossas vidas na escola e/ou faculdade? Você se lembra de algum desses pensadores ser uma mulher no
cânone dos clássicos sociológicos?

Pois bem, por muito tempo eu pensei e, creio que muitos também ainda acreditam, que não haviam sociólogas com obras tão relevantes para ser incluídas neste cânone nos séculos
passados, talvez por pensarmos que na época as mulheres não tinham a abertura para os estudos como hoje, em certo ponto, realmente não tinham, era mais difícil, mas não quer dizer que não existiam, e também não significa que não foram amplamente reconhecidas por seus trabalhos em sua época.

No livro "Clássicas do Pensamento Social" as doutoras em Sociologia Verônica Toste e Bila
Sorj nos apresentam oito mulheres incríveis que fizeram estudos muito relevantes no cunho social mas que foram "deixadas de lado" pelo cânone sociológico. Mas foi por suas obras não serem importantes? Não mesmo! Algumas ainda com estudos pioneiros na área, mas que por algum motivo oculto (nem tão oculto assim não é mesmo?) sociólogos homens tiveram maior evidência que elas, não que os trabalhos deles não mereçam crédito, evidente que são estudados com razão, mas é clara que obras foram excluídas deste cânone também por outras razões: O gênero.

Cada uma dessas mulheres pensadoras apresentadas por Verônica e Bila, trouxeram
reflexões que abrangem a mulher como parte da sociedade e não somente pensamentos
gerais que outros sociólogos abordaram, mas que não era incluso a mulher nessa abrangência, e o que é o pensamento social se você delimita um lugar a um ser humano
simplesmente por seu gênero? No mínimo, seletivo, o que não podemos definir é que a
mulher não era parte de um todo.

"... os autores considerados clássicos trabalharam com definições do mundo social que reforçam o androcentrismo e a ideologia da domesticidade dominantes no pensamento social e político do século XIX. [...] o espaço público, isto é, o da política e do mercado, seria o ambiente natural dos homens; e o espaço privado ou doméstico, ligado ao lar, à família, ao afeto e ao cuidado, seria o das mulheres". (p. 21)

E é esse o grande diferencial dessas obras - trazer a mulher para o todo da sociedade, tirá-la desse lugar em que foram impostas por simplesmente ter nascido em um gênero
específico, para não serem uma mera peça decorativa na família.

A cada nova pensadora que ia descobrindo, minha admiração e ao mesmo tempo indignação por não conhecê-las aumentava, infelizmente, a maioria ainda não tem suas
obras traduzidas para o português, mas pesquisas como os das escritoras que puderam dar luz a essas mulheres, pode fazer com que mais pessoas se interessem e
consequentemente editoras possam olhar com mais atenção à elas? é o que esperamos!

https://instagram.com/a_lusotopia
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