Marianne Freire 16/08/2022
Diários de Kafka
Uma catarse assombrosa de questões de foro íntimo e de literatura, assim são os Diários de Kafka. Solidão, esquizofrenia, sofrimento psíquico, a angústia de existir, o conflito com o pai e a sua relação com a profissão burocrática de advogado no escritório e a escrita literária. Com a tradução exemplar de Sérgio Tellaroli, os diários de Kafka vem para as nossas mãos pela primeira vez através da editora Todavia.
Kafka escreveu seus diários em 12 cadernos sem pauta de cerca de 25 x 20 cm, cada um deles contendo de 20 a 58 páginas. Ele é responsável por algumas das obras-primas da literatura universal como O processo, A metamorfose, O castelo, Na colônia penal. Kafka é um autor incontornável da literatura mundial. A fisionomia kafkiana é repleta de existencialismos para além do mundo intrapsíquico. Os diários são uma literatura em primeira pessoa de gênero confessional, marcados desde o isolamento, saindo do espectro privado para o público.
Kafka vai além da literatura e da filosofia, a sua dimensão axiológica é imensa (ética, moral, estética, espiritual).
Uma leitura para se demorar em meses de paciência com Kafka, e conhecer, em doses homeopáticas as suas dores ontológico-psíquicas, existencialismos expandidos pelas suas noites de escrita, e por fim, sua corrosão interna.