Camila(Aetria) 22/02/2022
“Do morro, avistou duas figuras subindo a trilha devagar, turvas sob as gotas de chuva. O que era chamado de Vermelho honrava o nome, vestindo um manto da cor de sangue recém-derramado.” – Destruidor de Mundos. Victoria Aveyard. Tradução de Guilherme Miranda e Lígia Azevedo.
Esse foi o primeiro livro da Victoria Aveyard que li. Acabo não lendo tantos livros com essa temática, mas acabei passando por tantos elogios que ele acabou subindo um tico na lista de leitura praticamente interminável (admito que não reparei que era um livro tão grande assim quando o comecei) e aí foi uma ladeira agradabilíssima abaixo cheia de aventuras, boas companhias e jornadas que começam.
O Destruidor de Mundos é o primeiro livro de uma trilogia, coisa que também não tinha checado antes de começar a ler, e fiquei completamente apaixonada.
Tem algumas coisas específicas nesses livros de aventuras e jornadas que me atraem, e uma delas é ter aquele grupo de pessoas que não se uniriam em outras circunstâncias, aquele grupo diverso, estranho, que não se bica diversas vezes e em diversos aspectos de vida e são obrigados pelo destino a irem virando amigos (muitas vezes com o mundo todo em jogo).
Nesse livro isso acontece da mesma forma, temos uma filha de uma pirata famosa, um Imortal grandalhão, uma assassina de aluguel espirituosa, um escudeiro que testemunhou uma tragédia e... bem. Mais pessoas vão se juntando a esse grupo improvável, mas isso já seria um spoiler.
O que importa é que Corayne, a filha da pirata, descobre que é a única esperança da esfera, a única que pode salvar o mundo da destruição iminente. E, sendo assim, precisa partir deixando sua vida (e sua mãe) pra trás para viver sua própria aventura.
“— São apenas alguns meses. Prometo. — Meliz disse finalmente, e uma porta se fechou dentro de Corayne. Uma ponte veio abaixo. Uma tempestade desabou. Uma costura se desfeza.
E outra porta se abriu.” – Destruidor de Mundos, Victoria Aveyard. Tradução de Guilherme Miranda e Lígia Azevedo.
A autora guia a história de uma maneira extremamente agradável, os capítulos são narrados por personagens diferentes que se revezam, trazendo pontos de vista e acontecimentos que variam bastante. O mundo em questão, a esfera, é inclusive povoada por uma diversidade digna de nota, seja em questão de cores, tipos de pessoas, identidades, gêneros; o mundo todo desse livro não tem certas questões que ainda labutamos pra cobrar na nossa realidade. E tudo faz parte desse livro e é explicitado de maneira orgânica e natural. O que talvez seja mais interessante ainda considerando esse universo de algumas pessoas que escrevem fantasia e suas... limitações em alguns aspectos (com o combo das justificativas um pouco duvidosas).
Todas as personagens que aparecem nesse livro, a construção de mundo, te faz querer saber mais. E temer pela vida de todos, já que igualmente os vilões passam uma confiança em sua habilidade destrutiva. Inclusive a temática de fim de mundo, vários universos, e o Porvir ter esse tom de vermelho, me fez lembrar de a Torre Negra do King, então fiquei me sentindo completamente em casa ao ler o livro (aquela desculpa esfarrapada que dou pra falar de A Torre Negra toda santa vez, peço perdão).
Estou ansiosa pelas continuações, por saber o que vem aí com todas as personagens, que outras coisas acontecerão e passar provavelmente muito nervoso (um nervoso bom, neste caso). Fica a recomendação pra quem curte esses livros de fantasia e pra quem está buscando um que te entretenha por um bom tempo.