spoiler visualizarmorxngo 03/01/2024
"...Mas eu não perdoo você."
O ponto principal é: o livro é bom. Claro, quebrou muito minhas expectativas, mas ninguém mandou eu criá-las, então tudo bem.
A escrita é super fluida, é possível ler cem páginas achando que está na vigésima ainda. Super levinho.
O livro é legalzinho para passar o tempo, mas algumas coisas me incomodaram. Muitas vezes me pareceu que a/o autor(a) queria colocar grandes acontecimentos no livro, mas não conseguia ou não sabia como escrever, pelo menos não de um jeito que parecesse natural. Como o ano ?tá começando agora: foi o livro mais artificial que li esse ano.
Alguns personagens me cativaram, como o Sylas, Hélio e o Ethan. De alguma forma, é raro eu conseguir me conectar com quem narra a história. Lúcifer é chato ?pra caramba e os outros são infantis demais.
~ Algumas coisas a pontuar:
1. O Noah diz não acreditar nessas coisas sobrenaturais, mas ele estava super irritado e nervoso em fazer a invocação???
2. Eu entendo as pessoas não terem medo de espíritos ou demônios, mas esses garotos aceitaram fácil demais que demônios estavam próximos a eles. Não tem um conflito de não aceitar os demônios em momento nenhum. É como se eles convivessem sempre com essa alternativa. Pior foi o Noah, que disse não acreditar, mas estava tranquilo em ser "mestre" de um demônio. Eles achavam muito COOL ter seres sobrenaturais por perto. Literalmente, Lúcifer estava dormindo sob o mesmo teto que eles e eles estavam de boa????
3. O casal não tem desenvolvimento. E isso é super estranho de pensar. É literalmente um fast burn. Eles não construíram uma amizade, sabiam pouquíssimo da vida um do outro e do nada se amavam imensamente, a ponto do garoto querer se tornar um demônio para ficarem juntos para sempre. Devia ter mais momentos de afinidade entre eles antes de partirem para o amor grandioso.
4. O livro é explicativo demais. E não de explicar o conteúdo, falo de narrações demais sobre algo desnecessário. Achei a narração chata em alguns momentos.
5. Sabe o tal "show, don't tell", "mostrar, não contar" no mundo dos escritores? Então, ganhamos informações de mão beijada, literalmente. Sobre a relação do Sylas com os discos de vinil, eu queria que a narração me mostrasse, mas ela me conta em meros segundos da aparição do Sylas na narração.
6. Sobre a madrasta do Noah, o fato é que a/o autor(a) não sabia como abordar o fato de alguém não gostar de outro sem um motivo específico, então criou uma narrativa nada a ver, que não acrescenta nada na história, para causar ódio nos leitores, incentivar repúdio na madrasta. Típico de fanfics - e não estou criticando fanfics.
7. O Sylas foi quase enviado ao inferno, porque negou selar o pacto com o Noah, porque queria protegê-lo, mas no final o Noah só pediu e ele cedeu? O que houve com a proteção?
8. Do nada o Hélio virou um descendente de bruxos/magos. Não foi abordado a construção disso em momento nenhum do livro. Novamente, sem "show, don't tell". E em três semanas ele já sabia fazer uns feitiços grandiosos, como abrir OS PORTÕES DO INFERNO! O quanto de experiência isso deve precisar!
9. O ponto é: ninguém aí sabe conversar? Lúcifer e o Príncipe da Luxúria só ficavam dizendo que ele podia matar o Sylas, mas nunca explicou nada. 🤬 #$%!& o que o Sylas pediu, não sabe que o Noah é meio doentinho da cabeça e poderia fazer uma merda a qualquer momento?!
10. Não teve muita explicação do porque ele quis mandar o Sylas pro inferno, sendo que o Ethan, Príncipe da Luxúria, disse que o tal beijo era uma ilusão e já tinha sido dito que os Príncipes do Inferno não podem mentir, mas o Noah continua irritado com o Sylas???? Não foi explicado o porquê da raiva. "Ah, porque seria melhor para todos ele ir embora", melhor para quem? O que o Sylas estava fazendo de tão absurdo? A/O autor(a) certamente não sabia com o quê preencher as páginas, aí surgiu isso.
A única cena que me prendeu muito foi as migalhas de romance. Quando o Noah vai atrás do Sylas nos portões do inferno? :)