Rafa 13/07/2022
Não há maldição que não carregue uma história...
Quantas vezes não paramos para pensar em uma pequena atitude no passado que poderia mudar completamente nossa vida no presente...
No caso de Leon, o bater das asas da borboleta que o assombra foi uma ligação que, se atendida, poderia ter salvado a vida de sua esposa. Conhecemos desde logo um homem amargurado pela culpa e, para piorar, a história de sua família é entrelaçada com um tomo maldito, cuja leitura pode trazer poder e desgraça em iguais proporções. Com essa premissa, acompanhamos o protagonista num mergulho pelas brumas do sobrenatural.
A Mancha de Morfestus para mim tem dois méritos principais: primeiro, ótimos personagens, começando pelo protagonista Leon e continuando com seu filho Tiago, que em dado momento se torna o centro da trama, dando ao mistério uma porção de aventura infantil. E em segundo lugar, a boa ambientação em uma pequena cidade no interior de Santa Catarina.
Wender M. Galvão conta uma história de terror que emociona e faz refletir. A vida dos personagens é tocada pela mácula de um pacto com as sombras e ao mesmo tempo por traumas muito humanos. A leitura é rápida, pois não há tempo para respirar fundo ou pensar duas vezes: desgraça pouca é bobagem, e a próxima página pode trazer alívio ou ainda mais angústia.
Enquanto escrevo essa resenha, torço para que o autor publique logo o próximo volume da saga...